Opositores de prefeita de Natal (RN) ignoram ordem judicial e acampam na Câmara há 6 dias
Ativistas e integrantes de movimentos sociais ocupam Câmara Municipal de Natal pelo sexto dia consecutivo. Hoje, militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) se juntaram aos manifestantes. Eles protestam contra as recentes denúncias de superfaturamento nos contratos de aluguéis pagos pela prefeitura.
A ocupação por manifestantes da Câmara de Natal chegou ao sexto dia marcada pela tensão. Com a ordem judicial de desocupar o prédio até o meio-dia desta segunda-feira (13), os manifestantes não só decidiram permanecer no prédio, como receberam o apoio de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).
O prédio foi ocupado no último dia 7 por estudantes, ativistas e integrantes de movimentos sociais. Eles protestam contra a prefeita Micarla de Sousa (PV) e cobram a criação de uma CEI (comissão especial de investigação inquérito) pelos vereadores para investigar as recentes denúncias de superfaturamento nos contratos de aluguéis pagos pela prefeitura da capital potiguar.
Pelas redes sociais, eles também pedem o impeachment da prefeita. A tag #ForaMicarla foi criada e ganhou força pelo Twitter, se tornando o símbolo
do acampamento “Primavera sem Borboleta”, montado na Câmara.
Desde o início da invasão, eles mantêm transmissão ao vivo, pela twitcam, da ocupação. Diante da iminência de um confronto entre manifestantes e polícia, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) intermediou uma negociação dos invasores com líderes governistas. Uma reunião com cinco vereadores, entre eles o presidente da Câmara de Natal, Edivan Martins (PV), e uma comissão de manifestantes acontece nesta tarde.
Segundo o secretário-geral da OAB/RN, Paulo Coutinho, diante do clima de tensão gerado pela manhã, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte suspendeu a ordem de desocupação por 24 horas – prazo vai até o meio-dia desta terça-feira. “Foi dado esse tempo para que cheguemos a uma solução. Esperamos que até o fim da tarde tenhamos uma definição para evitarmos qualquer tipo de confronto”, disse.
Ele informou que o impasse formado estaria na não-possibilidade de abertura da CEI. “O presidente da Câmara explicou que, como uma CEI sobre o assunto já foi criada e arquivada, não há como criar outra este ano. A proposta do movimento é que seja criada uma nova CEI mais ampla, investigando todos os contratos da atual gestão, e não apenas aqueles de aluguéis. É isso que estamos negociando”, informou ao UOL Notícias.
Segundo a denúncia feita pelos manifestantes, a prefeitura teria alugado dezenas de imóveis, pagando preços acima da média de mercado. Eles alegam que somente a Secretaria de Saúde gasta R$ 200 mil com pagamento de alugueis. Eles também citam outros problemas da cidade, como aumento do preço das passagens para R$ 2,20 e o grande número de buracos na cidade. Prefeita se defende
Pelo Twitter, a prefeita negou as denúncias de superfaturamento e disse, nesta segunda, que ia aproveitar o espaço do seu microblog para comentar sobre a manifestação na Câmara de Vereadores. "Como prefeita, estou sempre a disposição de todos os setores da sociedade natalense para discutir ações positivas para a nossa cidade. Qualquer pauta de interesse coletivo em Natal recebe a minha atenção. Só precisa ser apresentada de forma respeitosa e democrática", escreveu.
Micarla Sousa ressaltou ainda que o “diálogo e o respeito” são a base da sociedade e se disse aberta a debates e à espera de uma comissão do movimento para dialogar. "Sempre orientei a minha equipe para receber todas as solicitações encaminhadas pelas mais diversas entidades de Natal. Por isso estou, mais uma vez, como sempre fiz desde o início do movimento, me colocando a disposição para o diálogo e esperando a comissão", alegou.
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Marcos Imperial