FHC afaga Dilma e diz que 'não vale a pena destruir um ao outro' Carta enviada por Dilma ao ex-presidente foi usada na homenagem organizada para o tucano em Brasília.
Motivo de polêmica entre petistas e de comemoração entre tucanos, a carta enviada pela presidenta Dilma Rousseff ao tucano Fernando Henrique Cardoso por seu aniversário de 80 anos foi usada pelo PSDB na homenagem ao ex-presidente realizada nesta quinta-feira. Na plateia da festa em Brasília, representantes do PSDB, membros da oposição e da base aliada, alguns petistas e até mesmo ministros viram a atriz Fernanda Montenegro, mestre de cerimônias do evento, ler trechos da carta enviada ao tucano.
O próprio Fernando Henrique apoiou-se na mensagem ao fazer um discurso pregando a conciliação com a presidenta. "Fiquei muito feliz com a carta que a presidente me mandou. Eu senti nesse gesto não um gesto político, mas o gesto em dizer 'olha, somos brasileiros, em alguns pontos nós temos que nos entender. Não vale a pena um só destruir o outro'."
FHC disse que, quando esteve no governo, sempre dialogou com a oposição e reiterou: “O gesto abre espaço para um debate mais respeitoso”.
A carta enviada por Dilma faz uma série de elogios ao ex-presidente, descrito no documento como um "acadêmico inovador" e "político habilidoso". "Fernando Henrique foi primeiro presidente eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista igualmente eleito", diz um trecho da carta, lido durante a festa do PSDB.
Foto: AE
FHC durante a homenagem organizada nesta quinta-feira pelo PSDB em Brasília
Em seu discurso, Fernando Henrique também alternou declarações emocionadas e brincadeiras. O ex-presidente afirmou que hoje sente-se mais revigorado do que quando de fato era jovem. “Eu quando jovem era muito mais velho do que sou hoje. Me fechava nos livros e era desajeitado nos esportes”, disse o tucano.
"Esses 80 anos são uma invenção do PT. É intriga da oposição"
O ex-presidente também fez piada com o fato de ter completado 80 anos. "Esses 80 anos são uma invenção do PT. É intriga da oposição", riu o ex-presidente. "Fico ouvindo tantos elogios estou com uma sensação um pouco estranha de ser um morto-vivo. Eu já morri?"
Plateia
Marcada originalmente para as 9 horas, a homenagem a FHC teve início com cerca de uma hora de atraso. Entre os presentes, destacavam-se nomes como o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), além do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS).
A lista de participantes inclui ainda presidentes do PV, José Luiz Penna, e do PMDB, Valdir Raupp, além dos principais líderes da oposição. Na abertura da festa, foi exibido um filme de 12 minutos, no qual o próprio ex-presidente fez um relato sobre sua trajetória e sua família.
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), descreveu o ex-presidente como figura atuante em todas as articulações comandadas pelo partido. “Fernando Henrique nos dá diariamente orientações sobre o que fazer. Ele faz a melhor crítica e apresenta a melhor proposta”, elogiou. “O PSDB reencontra-se, reincorpora e se reúne em torno de FHC”, emendou. IG.
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Marcos Imperial