terça-feira, 30 de agosto de 2011

Descaso Esgoto toma conta do Canto do Mangue

A céu abertEsgoto que corre nas ruas em frente ao Canto do Mangue atormenta vida de comerciantes e moradores.


O tradicional Canto do Mangue, situado no bairro das Rocas, Zona Leste de Natal, bem que poderia ser um ponto turístico da cidade se não existisse um esgoto no meio do caminho. Contemplado com uma das mais belas vistas do rio Potengi, o local possui o único Mercado do Peixe da cidade e a base de hidroaviões da Rampa que fez história na época da Segunda Guerra Mundial, além de uma praça construída há dois anos especialmente para atrair turistas para ver o pôr do Sol. 


Mas, ignorando o lado histórico do local que recebeu até o ex-presidente Getúlio Vargas, um esgoto a céu aberto segue eternamente sem ser incomodado pelas autoridades, espalhando-se pela Rua São João de Deus e por toda extensão da praça, numa uma área de aproximadamente 200 metros. O esgoto tem prejudicado e atormentado ao longo dos anos, a vida de comerciantes, clientes, moradores, motoristas e os poucos turistas que passam pela via.


Água com fezes e mau cheiro espantam clientes e 
turistas do local histórico Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press.

"O problema da fedentina e sujeira no Canto do Mangue virou uma doença crônica, não tem jeito, é o atestado de incompetência da Caern que há dois anos realizou uma grande obra de ampliação do sistema de saneamento na área e não resolveu o problema. Eles desobstruem a rede em um dia e dois dias depois estoura novamente", declarou o comerciante Carlos Alberto da Silva, que há 40 anos vende pescado no local. Ele diz estar sendo prejudicado porque os clientes estão evitando ir à peixaria porque não conseguem desviar da lama. "Eles param, olham, mas não descem para não pisar em água de fezes", lamenta.

O aposentado Edson de Oliveira, 59, morador há 30 anos, disse que a lama suja é a marca registrada do Canto Mangue. Ele reclama que a Caern só destina a culpa à população e não apresenta uma solução para o problema. Na Travessa Irmã Vitória, o comerciante Marivaldo Magno tem que fechar as portas porque os clientes não suportam o mau cheiro. "Aqui já não se pode almoçar ou dormir com essa fedentina". A lama tem atrapalhado também as aulas na Escola Irmã Vitória, onde muitos alunos sujam os pés e depois entram em sala de aula. Acomerciária Patrícia Oliveira, semana passada, passou pelo drama de tomar um banho de água suja quando deixou sua filha de 5 anos no portão da escola. "Foi horrível, não fui trabalhar nesse dia", conta ela.

As águas que descem na rua São João de Deus, além de correr o asfalto, refeito há um mês pela Prefeitura de Natal, deixando-o cheio de buracos, ainda descem pelo sistema de drenagem de águas pluviais, desembocando e poluindo as margens do rio Potengi. Nas bocas de lobo do sistema de drenagem é visível a presença de ligações clandestinas que, segundo moradores, vêm de residências e do comércio do local.

Uma equipe de fiscais da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município do Natal (Arsban), fez uma vistoria e vai encaminhar relatório pedindo uma reunião urgente com técnicos da Caern, Semopi e Semurb para avaliar o problema e propor um calendário de manutenção permanente. Segundo o analista de regulação em saneamento da Arsban, Pedro Júnior, o problema do extravasamento do sistema é decorrente de subdimensionamento da tubulação, ligações clandestinas, mau uso e lixo que entra na tubulação. A reportagem tentou, mas não conseguiu o contato com o setor de manutenção de esgotos da Caern para saber se a companhia tem algum projeto de solução definitiva para o problema do Canto do Mangue. (Francisco Francerle) Diario de Natal.

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Marcos Imperial

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