quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

População reclama do abandono de canteiros de natal. Falta de conservação e sujeira saltam aos olhos nos principais corredores da cidade

Sérgio Henrique Santos do Diario de Natal.

Uma semana após a inauguração da Alameda Marilene Dantas, um novo espaço para caminhadas, com espaço verde e jardim bem conservado no Tirol, o Diário de Natal foi às ruas ver o que ocorreu com canteiros da cidade que, há alguns anos, receberam revitalização. A constatação, hoje, é de triste abandono. Isso ocorre não em vias escondidas da maior parte da população, mas ali mesmo, nos locais de maior movimento de pessoas e carros, às vistas de todos. O corredor composto pelas avenidas Salgado Filho e Hermes da Fonseca, além da Avenida Prudente de Morais, que liga Candelária ao centro, e o grande corredor que une as zonas Sul e Norte da capital, a Avenida Bernardo Vieira. À primeira vista, nenhuma delas parece receber atenção do poder público. Nessas quatro vias os canteiros estão com mato seco, há lixo jogado em alguns locais, ervas daninhas se apoderando de plantas sadias, cupim e árvores que necessitam ser podadas.

Na BR-101, próximo ao Viaduto do 4º Centenário, verdadeiro lixão tomou conta do jardim. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press.


A Avenida Hermes da Fonseca, no eixo Tirol-Petrópolis, tem lixo acumulado, mato seco e a maior parte dos canteiros não tem grama, e quando tem ela está seca, como no trecho em frente ao Estádio Juvenal Lamartine. Neste trecho uma placa indica que o local recebeu o gramado do antigo Machadão. A aposentada Maria Lopes Lobato percorre a avenida quase que diariamente. É que ela é consultada em uma clínica nas imediações do Instituto Maria Auxiliadora. "Antes era tudo bem verdinho, né? O que será que houve? Aqui é um trecho bom, uma avenida boa, muita gente bacana. Isso aqui está precisando de um cuidado", constata a senhora.

Mais à frente, o cenário não muda muito. Na Avenida Salgado Filho, o único trecho que se mantém agradável aos olhos é entre o Hospital Walfredo Gurgel e o shopping Midway Mall. As imensas árvores centenárias do canteiro central próximo ao Campus Natal-Central do IFRN disfarçam a grama rala. "É um dos maiores corredores da cidade e vive essa situação de abandono. Não é bom só pra quem visita a cidade, mas para todos nós natalenses. Nós que moramos aqui", declarou Sofia Damásio de Araújo, cabeleireira.


Antigo gramado do Machadão está sem vida em canteiro da prefeitura. foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press.


Já na BR-101, na região de Potilândia, o lixo se acumula embaixo da passarela que dá acesso ao Centro Administrativo do Governo do Estado. Aparecida Gomes da Silva, auxiliar de berçário, diz que parte da culpa é da população. "Jogam muito lixo ai embaixo da passarela. Os canteiros ficam sujos, e a grama deixa de crescer", constatou.

"Acho uma situação horrível. Para nós que somos comerciantes não fica bem ter um ponto de frente a uma porção de entulho. A própria vizinhança é quem coloca lixo. Eu coloco o meu na esquina, junto tudo. Semana passada o caminhão do lixo veio juntar e eu pedi para recolherem também embaixo da passarela. Disseram que não podiam porque a caçamba não vinha até aqui", observou Luzimar da Silva. "Antigamente isso aqui era verdinho, uma beleza. Hoje está abandonado mesmo".

Problema visível

Duzentos metros adiante, no Viaduto do 4º Centenário, algumas placas no chão estão amontoadas desde que houve um acidente automobilístico há duas semanas. Grama queimada, cheiro forte de óleo diesel, fiação exposta. "Eles passam muito tempo sem fazer a devida limpeza e fica como estamos vendo aqui. A frequência com que eles coletam lixo é muito variada. Os garis vêm esporadicamente. Ficamos envergonhados", afirmou Otávio Oliveira, funcionário público federal aposentado, que mora na região há 40 anos.

Na rótula do antigo estádio Machadão, na Avenida Lima e Silva, também há lixo acumulado em alguns pontos e a grama está começando a mudar de cor. Os tons verdes dão lugar ao cinza. O mesmo ocorre na Av. Prudente de Morais, onde a exemplo da Hermes da Fonseca, apenas um gari fazia capinação ontem pela manhã. Na Prudente, até mesmo alguns canteiros adotados por empresas dentro do projeto Adote o Verde, desenvolvido pela prefeitura, parecem abandonados. "O pessoal tem limpado diariamente, pelo menos é o que eu vejo. O problema é o mato do canteiro, que antes era verde", afirmou José Wilson, agente fiscal que trabalha como vigilante em um postode gasolina na avenida.

Por fim, o DN esteve no maior corredor de veículos da cidade, a Avenida Bernardo Vieira, entre Morro Branco e o Bairro Nordeste. Muitos canteiros estão com acúmulo de lixo, especialmente nas imediações da loja Vale do Pará, próximo à comunidade conhecida como Novo Horizonte (antiga Favela do Japão), nas Quintas. Também chama atenção a sujeira nas paradas de ônibus. Elas estão pichadas e com os painéis e mapas arrancados por vândalos. "Faz tempo que essa sujeira está assim", informa o motorista de ônibus Alberto Cardoso Alves. 


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Marcos Imperial

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