As pesquisas eleitorais tiraram Mineiro do
Segundo Turno. Estou convencido disso. É que, ao apontar Fernando Mineiro
muito abaixo de Carlos Eduardo e, principalmente, de Hermano Morais, os
Institutos de Pesquisas forçaram eleitores a praticarem voto útil contra o
candidato do PT.
VOTO ÚTIL
O eleitor Anti Carlos Eduardo escolheu
Hermano porque entendeu que ele era o único capaz de fazer frente, conforme as
pesquisas, ao ex-prefeito.
O voto de “renovação”, sempre presente nas
eleições natalenses, migrou para Hermano, também acreditando na maior
viabilidade do PMDBista.
Existiu também, num terceiro tipo de voto
útil, eleitor que escolheu Carlos Eduardo porque, normalmente, vota na esquerda
e não queria ter de assistir um segundo turno entre Carlos Eduardo e Hermano.
Pelas pesquisas, além de não enxergarem a possibilidade eleitoral de Mineiro,
acreditaram que a fatura seria liquidada no primeiro turno. O segundo turno
ganhou com farta margem de diferença.
Pude presenciar tal situação em várias
conversas com colegas, parentes e amigos. Não era difícil convencer que
Fernando Mineiro era uma boa escolha, o difícil era o interlocutor entender que
ele tinha alguma chance de ir para o segundo turno.
Se não tivesse existido a “manipulação”, os
1465 votos que faltaram para Mineiro ir para o segundo turno teriam sido
facilmente alcançados.
CARLOS EDUARDO TEMEU MINEIRO NO SEGUNDO
TURNO
Os institutos de pesquisa que trabalharam
para Carlos Eduardo, Consult e Vox Populi, jogaram Mineiro para baixo.
Nunca foi segredo para ninguém, que Carlos
Eduardo temia Mineiro num possível segundo turno.
Com Mineiro no segundo turno, a vida de
“Tatá” seria bem mais complicada. Mineiro iria concentrar o “voto renovação” e
o “voto anti-Carlos Eduardo”.
Com Hermano, será mais fácil, já que o
eleitor de centro-esquerda migrará para Carlos Eduardo. Hermano também é mais
facilmente enquadrado como o candidato de Micarla e de Rosalba. A disputa é
menos imprevisível pró-Carlos Eduardo.
VOX POPULI
Um dia antes da eleição, quando o voto está
mais cristalizado e é mais difícil de errar, o Instituto Vox Populi publicou
absurda sondagem em que CEA tinha 48%, Hermano 12%, Mineiro 10% e Rogério
Marinho 9%. Nessa perspectiva, a fatura seria facilmente liquidada no primeiro
turno, o que, nem de longe, ocorreu.
PESQUISAS INTERNAS
Sempre falei no twitter: abram margem para
a surpresa. Sabia que Mineiro estava bem mais alto. Há três semanas, bastante
longe do pleito, já pegava, nas minhas pesquisas internas, Fernando Mineiro
apenas 3% atrás de Hermano Morais. Os dados das minhas pesquisas foram
debatidos no PT e com vários especialistas em pesquisa, dentre eles, Aldemir
Freire, economista do IBGE.
Diz Aldemir
Freire em seu twitter para não me deixar mentir: “@aldemirrn A pesquisa
do @DanielMenezesCP foi primeira a apontar @mineiropt13 com
+13 p.p. e também CEA c <40.” Essa pesquisa a qual ele faz menção em seu
twitter foi de três semanas atrás!!!!
CONSULT
No entanto, até o último dia da eleição,
Mineiro era apontado como um candidato sem chances de ir para o segundo turno.
A consult, conforme pode ser visto abaixo, que trabalhou para Carlos Eduardo,
jogou Mineiro para o chão.
VOX X URNA
Carlos Eduardo: Vox: 48% – Urna: 35,7%
Hermano Morais Vox: 12% – Urna: 20,3%;
Fernando Mineiro Vox: 10% – Urna: 20%;
Rogério Marinho Vox: 9% – Urna: 9%.
CONSULT X URNA
Carlos Eduardo: Consult: 44% – Urna: 35%
Hermano Morais: Consult: 20% – Urna: 20%
Fernando Mineiro: Consult: 9% – Urna: 20%
Rogério Marinho: Consult: 9% – Urna: 9%
START
Não sei se foi pior, mas a Start, em
pesquisa publicada pelo jornal de hoje, chegou a colocar Rogério Marinho na
frente de Fernando Mineiro e empatado tecnicamente com Hermano. Um delírio
estatístico?! Acho que não…
FIM DA PUBLICAÇÃO
Trabalho de modo modesto no mercado de
pesquisa, mas sou contra a publicação das sondagens eleitorais. Em eleições
competitivas, a influência gerada pela sondagem, que gera votos úteis, pode ser
decisiva.
E é, geralmente, mais capaz de publicar
pesquisas quem tem maior poderio econômico – um levantamento para Natal não sai
por menos de 10 mil. A Vox saiu por 41 mil – e melhor inserção no âmbito da
imprensa. Nesta lógica, nem todo mundo pode apresentar seus dados “positivos”,
só as adubadas candidaturas.
É preciso respeitar a liberdade de
informação, mas “manipular a opinião pública”, conforme George Gallup também
chamava as pesquisas eleitorais, não pode se confundir com o importante
preceito constitucional.
IMPRENSA
A imprensa também precisa ter mais cuidado,
para não publicar a voz dos institutos como se fosse a voz de deus. Com Informações Carta Potiguar.
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Marcos Imperial