Vários deputados petistas e entidades da
sociedade civil se mobilizam nesta semana para exigir providências do governo
no sentido de proteger a vida dos índios da etnia Guarani-Kaiowá, situados no
estado do Mato Grosso do Sul. A comunidade está ameaçada de expulsão de suas
terras em virtude de uma decisão da Justiça Federal de Naviraí (MS), e pela
pressão de pistoleiros contratados por fazendeiros interessados na área.
Em carta divulgada pelos Guarani-Kaiowá de
Paranhos (MS), no último dia 8 de outubro, os 170 membros da tribo (50 homens,
50 mulheres e 70 crianças) afirmam que “desistem de escaparem vivos, mas não
abdicam de permanecerem em suas terras”. O coordenador da Frente Parlamentar em
Defesa dos Povos Indígenas, deputado Padre Ton (PT-RO), afirma que
a luta pela proteção desta etnia continua durante a semana.
“Tanto a Frente Parlamentar que coordeno
quanto a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH), estão atentas à situação
e continuam a pressão sobre os órgãos públicos competentes para que resolvam
essa situação”, afirmou o parlamentar. A Frente Parlamentar e a comissão já
solicitaram providências imediatas de proteção aos Guarani-Kaiowá.
Para o presidente da CDH, deputado Domingos
Dutra (PT-MA), a solução do problema passa por ações de desarmamento e
indenização. “É preciso desarmar as milícias, e garantir a vida dos que estão
marcados para morrer. Outra forma de aliviar a tensão é o Governo pagar
indenizações a produtores que foram assentados em terras pertencentes aos
indígenas”, ponderou.
Ao destacar que também enviou ofício
cobrando providências do governo, o deputado Padre João (PT-MG) lembrou
que “nos últimos anos 280 índios foram assassinados no país”. O parlamentar
afirmou ainda que “fora os casos de suicídio, a demora na demarcação e
homologação das terras da tribo tem sido o motivo dos atos de violência”.
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) ressaltou
que “os Kaiowás talvez sejam (dentre os povos indígenas) os que mais sofrem com
a disputa com fazendeiros, que cada vez mais querem aumentar o seu latifúndio em
detrimento da vida humana”, disse.
Solução- Como parte do esforço para resolver a
situação, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) se reúne
amanhã (30), a partir das 14 h. O encontro será presidido pela ministra da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário,
que ouvirá lideranças dos Guarani-Kaiowá.
Marcha- Militantes virtuais convocam para a
próxima quarta-feira (31) a Marcha de Brasília contra o Genocídio do Povo
Guarani- Kaoiwá. A concentração está marcada para as 10h, no Museu da
República.
Histórico- O conflito fundiário e judicial que
envolve o território sagrado Arroio Koral (reivindicado pelos Guarani-Kaiowá)
parecia estar resolvido quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assinou, em dezembro de 2009, um decreto homologando a demarcação da terra. No
entanto, em janeiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF), presidido a
época pelo ministro Gilmar Mendes, suspendeu a eficácia do decreto
presidencial. Fonte: PT na Câmara.
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Marcos Imperial