Índice caiu para 5,3% no mês passado, ante 5,4%
em setembro, atingindo o menor nível para outubro desde 2002, informou o IBGE;
ao mesmo tempo, também houve crescimento da renda da população 22 de Novembro
de 2012 às 10:53 Por Rodrigo Viga Gaier, Reuters - O desemprego brasileiro caiu
para 5,3 por cento no mês passado, ante 5,4 por cento em setembro, informou o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira,
atingindo o menor nível para outubro desde o início da série histórica em 2002
e dentro do esperado pelo mercado. Ao mesmo tempo, o crescimento do rendimento
médio da população acelerou um pouco no período, também com aumento da
população ocupada.
Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana das previsões
de 25 analistas consultados, a taxa recuaria para 5,3 por cento. As estimativas
variaram de 5,0 a 5,6 por cento. Com o resultado do mês passado, a taxa de
desemprego permanece perto do recorde de 4,7 por cento registrado em dezembro
do ano passado. O IBGE informou ainda que o rendimento médio da população
ocupada subiu 0,3 por cento no mês passado ante setembro, e subiu 4,6 por cento
sobre outubro de 2011, atingindo 1.787,70 reais.
Em setembro, a variação mensal
havia sido positiva em 0,1 por cento. O nível baixo de desemprego e o aumento
da renda ajudam a atividade econômica brasileira, num momento em que ela ainda
mostra sinais conflitantes de recuperação, ainda abalada pela crise
internacional. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), indicou
que a economia acelerou o ritmo de expansão no terceiro trimestre, mas a
fraqueza em setembro mostrou que essa recuperação ainda não ganhou força. No
mês passado, a população ocupada cresceu 0,9 por cento na comparação com
setembro, avançando 3,0 por cento ante o mesmo período do ano anterior,
totalizando 23,366 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas
avaliadas.
Já a população desocupada, segundo o IBGE, chegou a 1,314 milhão de
pessoas, queda de 0,9 por cento ante setembro e 5,1 por cento menor sobre um
ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados
quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho. Entre
outubro e setembro, informou o IBGE, o setor que mais contratou foi o da
construção civil, com crescimento de 4,5 por cento, ou 80 mil pessoas. Clima
econômico melhora na América Latina Agência Brasil - Os números do desemprego
no Brasil vem ao encontro da divulgação de dados pelo Indicador Ifo/FGV, também
divulgados nesta quinta-feira, que indica que na América Latina, o clima
econômico avançou em outubro e atingiu 5,2 pontos, após recuar para 4,8 no
trimestre anterior.
O Indicador que mede a Situação Atual (ISA) subiu, mas
continua em nível relativamente baixo, sendo o segundo pior desde abril de 2010
(superando apenas julho passado). Já o Indicador de Expectativas (IE) saltou
para o maior nível desde janeiro de 2011. No Brasil, o ICE saltou de 5,2 pontos
para 6,1. Em cinco países a situação atual melhorou entre julho e outubro e
seis países estão na zona de avaliação favorável. O Brasil registrou aumento no
ISA, mas ainda está na faixa de avaliação negativa (4,9 pontos). As
expectativas são positivas em quatro países e melhoraram em seis países.
No
caso do Brasil, o IE passou de 5,9 para 7,3 pontos. O clima melhorou e
mostra-se favorável para Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai. No Peru e
Uruguai, o ICE recuou mas o clima continua favorável. Nos demais países houve
aumento do ICE, mas o clima continua desfavorável (caso da Argentina) ou ficou
estável (casos do México, Equador e da Venezuela). O quadro geral para a
América Latina, em especial para os países da América do Sul, está melhor na
comparação entre julho e outubro.
O ICE geral dos dez países sul-americanos
registra um aumento de 4,6 pontos para 5,4 pontos entre julho e outubro,
superior ao resultado para a América Latina, que passou de 4,8 pontos para 5,2
pontos, no mesmo período. Ainda segundo a FGV, o clima econômico nos demais países
do planeta não acompanha o otimismo latino-americano.
O ICE mundial, elaborado
pelo Instituto Ifo, continuou em queda, embora mais suave do que a registrada
entre abril e julho. Na União Europeia houve piora tanto nas avaliações sobre a
situação atual quanto nas expectativas. As expectativas continuam se
deteriorando na Grécia, Portugal e Espanha, tendência seguida também pelas duas
principais economias da região – Alemanha e França. Déficit público e demanda
fraca foram as duas questões com maior peso na avaliação dos principais
problemas que os países europeus enfrentam, segundo a Sondagem Ifo de outubro.
Na Ásia, o recuo do ICE foi pequeno, de 4,8 pontos para 4,7 pontos. Na China, o
ICE piorou e passou para a zona desfavorável, embora as expectativas ainda
sejam favoráveis.
O enfraquecimento da demanda continua sendo o único problema
considerado importante enfrentado pelo país, segundo a pesquisa. Na Índia,
todos os índices melhoraram e o país encontra-se em fase de recuperação, mas a
inflação (estimada pelo IFO em 6,4% para 2012), o déficit público, o desemprego
e a falta de confiança nas políticas do governo são problemas graves
identificados pelo estudo. Nos Estados Unidos, o ICE continua na zona
desfavorável do ciclo econômico, mas avançou ligeiramente entre julho e
outubro, influenciado por melhores expectativas. Desemprego, déficit público e
falta de confiança nas políticas governamentais tiveram um peso elevado e
similar na avaliação dos problemas que o país enfrenta.
Falta de
competitividade e de mão de obra qualificada foi o principal problema econômico
apontado pelos países latino-americanos, resultado semelhante ao observado na
Sondagem de abril, última vez em que este quesito foi incluído na pesquisa. O
mesmo ocorre para o Brasil, embora o peso atribuído à questão da
competitividade tenha diminuído, provavelmente associada à desvalorização da
taxa de câmbio. O ICE foi elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e
a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES).Escrito por Jussara Seixas.
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