O Hospital
da Mulher em Mossoró vive mais uma crise. A situação é resultado do processo de
terceirização da gestão, da falta de transparência e do desvio de recursos
públicos através de contratos firmados sem licitação. A constatação é do
deputado Fernando Mineiro (PT), responsável pelas primeiras denúncias de
irregularidades envolvendo a contratação pelo Governo do Estado de Organizações
Sociais para administrar o àquela unidade hospitalar.
Mineiro acompanha o
imbróglio desde 2012, quando o governo contratou a Associação Marca,
sem licitação, para administrar o Hospital da Mulher. O contrato completou um
ano no dia 12 de março. O deputado
denunciou, à época, irregularidades no processo, marcando posição
contra a tentativa de privatização da gestão pública da saúde.
Em abril,
através de uma proposição de Mineiro, foi realizada na Assembleia Legislativa
uma audiência pública para
discutir o contrato com a Marca. Na ocasião, Mineiro chamou atenção para a
precarização do serviço de saúde em função do processo em curso de
terceirização.
O contrato
com a Marca foi alvo de uma Ação Civil Pública, instaurada pela 1ª Promotoria de
Justiça de Mossoró, pedindo a sua anulação. Posteriormente, uma auditoria interna da
Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) apontou um prejuízo na faixa dos R$ 8
milhões aos cofres públicos em virtude do convênio.
Mineiro
também se opôs à contratação do Inase (Instituto Nacional de Assistência à
Saúde e à Educação), com sede no Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 28
milhões/ano, em substituição à Associação Marca, para administrar o Hospital da
Mulher.
Desastre
A opção do
governo estadual pela terceirização se revelou desastrosa, cuja maior vítima é
a população mossoroense. Governo e Inase travam, agora, um duelo na Justiça. O
Inase entrou ontem (18) com uma ação na 5ª Vara da Fazenda Pública de Natal
pedindo a rescisão do contrato de gestão da unidade. A justificativa da empresa
é que a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) não estaria fazendo o repasse dos
recursos, no valor de R$ 2,3 milhões, há dois meses.
Desde a
última sexta, 15, os médicos das UTI’s neonatal e adulta não estão mais
atendendo. Eles encaminharam documento à Ordem dos Advogados do Brasil de
Mossoró informando sobre o fechamento dos dois setores por causa da falta de
pagamento dos salários. O Inase alega, justamente, que não tem como pagar aos profissionais
sem receber os repasses do Governo do Estado.
De acordo
com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Cooperativas de Saúde e
Hospitais Particulares de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, o hospital está
“parcialmente fechado”, mas poderá fechar as portas por completo até o final
deste mês.
“O
Hospital da Mulher está funcionando apenas como um ambulatório, com a
enfermaria onde estão as mulheres cujos bebês prematuros ainda estão em
observação. As cirurgias e as duas UTI’s não estão funcionando”, relatou.
Ainda
segundo Avelino, cerca de dez médicos, entre obstetras e anestesiologistas,
pediram demissão coletiva. Os bebês que estavam na UTI Neonatal foram
transferidos, na sexta passada, para a Casa de Saúde Dix Sept Rosado.
O Inase espera
obter a liminar até amanhã para rescindir o contrato com o Governo do Estado.
Caso a Justiça não autorize a rescisão, o instituto poderá abandonar a gestão
da unidade no próximo dia 31, quando completariam três meses sem recebimento
dos repasses pela Sesap.
Em nota, o
governo justificou o atraso nos repasses afirmando que o Inase “não prestou
contas de forma adequada” sobre os meses de janeiro e fevereiro. O Inase
rebateu a acusação, assegurando ter apresentado “todas as prestações de contas
à Sesap e atendido às solicitações, dentro do prazo”. Fonte:
Assessoria do Mandato do deputado Fernando Mineiro, postado por Marcos
Imperial.
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Marcos Imperial