(Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula). "Toda vez que eu for convidado para
participar de um evento ligado ao combate à fome eu estarei presente. Por que
eu acredito que é possível".
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
renovou seu compromisso com o combate à fome no Brasil e no mundo em entrevista
que concedeu ao canal mexicano Televisa, em sua mais recente viagem ao México.
Num vídeo de 15 minutos, o ex-presidente do Brasil fala sobre a experiência
brasileira no combate à fome e a miséria, que inspirou o programa “Mexico sin
hambre”, lançado na semana passada. Lula foi convidado pelo presidente do
México Enrique Peña Nieto para acompanhar o lançamento do programa no estado
mexicano de Chiapas.
Em entrevista concedida ao apresentador
Joaquín López-Dóriga no sábado, dia 20, e exibida na TV mexicana nos dias
22 e 23 deste mês, Lula deixa claro que não é apenas a comida que vai resolver
o problema da pobreza, mas é um primeiro passo para transformar a vida dos
cidadãos em uma vida mais digna e com mais oportunidades. E que introduzir os
mais pobres no mercado de trabalho e no universo de consumidores foi importante
para toda a economia do país. “Eu aprendi uma lição: os pobres não foram o
problema, foram a solução no Brasil”.
Para ver o vídeo da entrevista, clique nos
links abaixo:
Leia abaixo um resumo dos principais
trechos da entrevista:
Somente quem já passou fome sabe o que é
No primeiro
trecho da entrevista, o ex-presidente recorda que, ainda criança, da imagem de
cinco irmãos e uma mãe sentados ao lado do fogão sem ter nada para cozinhar. E
que não conseguia entender como num país do tamanho e com todo o potencial do
Brasil, alguém pudesse ir para a cama sem ter o que comer. Como não entende
hoje, como um bilhão de pessoas no mundo podem ir para a cama todos os dias
passando fome. “Somente quem já passou fome sabe o que isso. Eu coloquei o
combate à fome como uma obsessão na minha vida”. E citou seu discurso de posse,
no qual disse que se ao final de seu mandato tivesse garantido três refeições
diárias a todo brasileiro, ele já teria feito a obra de sua vida.
Pobreza não é falta de comida, é falta de vergonha dos governantes
Pobre faminto
não participa de sindicato, não tem partido, não tem nem força para fazer
passeata. Além disso, empresário nenhum quer cuidar de pobre. Portanto, “é o
Estado quem tem obrigação de transformar essa gente em cidadãos. De dar o
pontapé inicial para que ele comece a trabalhar, ganhe dinheiro e vire um
cidadão digno, um consumidor”. Lula defendeu que o combate à pobreza tem que
fazer parte do orçamento da união. E bateu forte na tecla do crédito para os
pequenos empreendedores, sejam costureiras, vendedores de tacos nas ruas do
México ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis. “Eu aprendi uma
lição. Os pobres não foram problema, eles foram a solução no Brasil”.
Programa Fome Zero no México
O ex-presidente
conta que já havia conversado com o presidente Enrique Peña Nieto quando ele
ainda era candidato e que os programas são similares, mas cada país tem que
levar em conta sua realidade local. “Saio daqui com orgulho de ver que um país
como o México também está preocupado com o probela da fome”.
Críticas
“Tudo isso eu
também senti no Brasil”, disse o ex-presidente, que leu na imprensa mexicana
críticas dizendo que o programa “Mexico sin hambre” é populista,
assistencialista ou esmola com propósito eleitoral. “Eu acho que combater a
fome, dar um prato de comida para uma criança dormir tranquila à noite, é tão
sério, que eu não me importava com essas críticas”. E completou: “O dado
concreto é que o programa deu certo”.
O problema da fome não se resolve com um prato de comida
O faminto não
tem força para trabalhar, brigar, nem para levantar a voz para se defender. O
ex-presidente nega que exista o conflito entre dar o peixe ou ensinar a pescar.
“Temos que fazer as duas coisas junto. Enquanto ele estiver pescando, ele está
comendo o peixe”. E explica: “Não é um prato de comida que vai resolver o
problema do pobre, mas [esse prato] vai dar a ele mais saúde, mais disposição
para trabalhar e disposição para procurar resolver os problemas de sua vida”.
Lula reforça que o prato de comida é o primeiro passo. A fome não leva à
revolução, leva à submissão. “Como é que em 10 anos nós conseguimos no Brasil
tirar 33 milhões de pessoas da linha da pobreza e, ao mesmo tempo elevar 40
milhões de brasileiros à classe média? Não foi apenas a comida, foi um conjunto
de políticas públicas”.
A melhor forma de fazer oposição é trabalhar melhor que o presidente
“Cada partido
político pode fazer a crítica que quiser. Isso faz parte da democracia”, opina
o ex-presidente Lula, mas ele diz que a melhor forma de fazer oposição é pelo
trabalho é “[os governadores de oposição] fazerem em seus estados melhor do que
o presidente faz”. Se a oposição buscar vencer pelo trabalho, pelo positivo, e
não pelo negativo, quem vai sair ganhando com isso é o México e o povo
mexicano.
Democracia ou bem-estar?
O entrevistador
da Televisa, Joaquín López-Dóriga, diz ao ex-presidente Lula que há alguns
anos, uma pesquisa na América Latina apontou que a maioria dos entrevistados
preferia bem-estar à democracia. Lula comenta que mostra como a miséria é um
risco para a democracia. “A democracia só se sustenta quando as pessoas se
sentem participantes do governo”, e isso não é possível com a fome. E encerra
reforçando seu compromisso com o combate à fome no mundo. “Toda vez que eu for
convidado, em qualquer lugar do mundo, para participar de um evento ligado ao
combate à fome eu estarei presente por que eu acredito que é possível. Se deu
certo no Brasil, pode dar certo em qualquer país do mundo”. (Instituto Lula), Postado por Marcos
Imperial.
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