quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pernambuco do socialista Eduardo Campos (PSB), cresceu 2,3%, contra 3,1% da Bahia, governada pelo petista Jaques Wagner.

Foto divulgação. 

Por Terezinha Nunes.

Acostumado a transformar em “happening” até solenidade de assinatura de protocolo, o governador Eduardo Campos fugiu à regra há 15 dias quando finalmente foram divulgados os dados finais sobre o crescimento do PIB do Brasil e do PIB dos estados no ano passado.


Enquanto no Ceará, o governador Cid Gomes aproveitou uma reunião de toda a sua equipe – com a cobertura imprescindível da imprensa – para anunciar, com pompa e circunstância, que o Ceará crescera 3,7% em 2012; em Pernambuco, o governador deixou que a secretaria de planejamento oficializasse a informação de que o Estado crescera “apenas” 2,3%.


Um estado nordestino crescer 2,3% quando o Brasil cresceu somente 0,9% é algo a ser celebrado, mas, no caso de Pernambuco, não. O motivo é simples: o nosso Estado, que vinha crescendo mais do que a Bahia e o Ceará desde a gestão Jarbas Vasconcelos, o que contribuiu para aumentar a autoestima do nosso povo, ficou em terceiro lugar no Nordeste em 2012.


Além do Ceará, que cresceu 3,7% (o segundo em crescimento no Brasil, o primeiro foi Goiás, com 3,8%) a Bahia cresceu 3,1%.


O que teria acontecido com a economia pernambucana?

Os analistas ainda se debruçam sobre os números para chegar a uma conclusão precisa, mas o Governo de Pernambuco se apressou em alegar, no mesmo dia em que a notícia foi divulgada, que a culpa de Pernambuco ter crescido 50% a menos do que previra o próprio Palácio do Campo das Princesas, que projetava um crescimento de 5%, é da seca que se abate sobre o Estado.


A alegação, porém, não durou muito. Na verdade, tanto a Bahia quanto o Ceará são estados nordestinos e, da mesma forma, estão sofrendo com a seca – a maior dos últimos 50 anos.


O que falta explicar é porque Pernambuco que, tanto a presidente Dilma quando o governador alardeiam que está recebendo vultosos investimentos, não correspondeu ao esperado.


Na verdade, a indústria pernambucana cresceu menos do que se imaginava – apesar da ajuda da construção civil – enquanto a Bahia foi beneficiada pelo crescimento das exportações e o Ceará pela expressiva “indústria sem chaminé”, ou seja, o turismo, que faz com que o setor de serviços do estado represente hoje 70% do PIB e tenha crescido 5,1% em 2012.


Interessado em ser candidato a presidente em 2014, vendendo a imagem de bom gestor, o governador não poderia esperar pior notícia do que a que recebeu do PIB. Mesmo afirmando que o importante é crescer mais do que o Brasil, certamente os pernambucanos não gostarão de saber que foram superados pelos dois principais rivais: os baianos e os cearenses. Ninguém pode, de antemão, imaginar o que vai acontecer com o PIB de 2013. Inclusive se Pernambuco não volta a superar seus dois principais competidores nordestinos.


Uma coisa, porém, parece certa.

Quando Eduardo disse que Dilma precisava ganhar 2013 para poder pensar em 2014, agora também ele, governador, precisará correr para superar em 2013 o “prejuízo” que o PIB lhe causou em 2012. 

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Marcos Imperial

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