Foto divulgação.
Por Terezinha Nunes.
Acostumado a transformar em “happening”
até solenidade de assinatura de protocolo, o governador Eduardo Campos fugiu à
regra há 15 dias quando finalmente foram divulgados os dados finais sobre o
crescimento do PIB do Brasil e do PIB dos estados no ano passado.
Enquanto no Ceará, o governador Cid Gomes
aproveitou uma reunião de toda a sua equipe – com a cobertura imprescindível da
imprensa – para anunciar, com pompa e circunstância, que o Ceará crescera 3,7%
em 2012; em Pernambuco, o governador deixou que a secretaria de planejamento
oficializasse a informação de que o Estado crescera “apenas” 2,3%.
Um estado nordestino crescer 2,3% quando o
Brasil cresceu somente 0,9% é algo a ser celebrado, mas, no caso de Pernambuco,
não. O motivo é simples: o nosso Estado, que vinha crescendo mais do que a
Bahia e o Ceará desde a gestão Jarbas Vasconcelos, o que contribuiu para
aumentar a autoestima do nosso povo, ficou em terceiro lugar no Nordeste em
2012.
Além do Ceará, que cresceu 3,7% (o segundo
em crescimento no Brasil, o primeiro foi Goiás, com 3,8%) a Bahia cresceu 3,1%.
O que teria acontecido com a economia
pernambucana?
Os analistas ainda se debruçam sobre os
números para chegar a uma conclusão precisa, mas o Governo de Pernambuco se
apressou em alegar, no mesmo dia em que a notícia foi divulgada, que a culpa de
Pernambuco ter crescido 50% a menos do que previra o próprio Palácio do Campo
das Princesas, que projetava um crescimento de 5%, é da seca que se abate sobre
o Estado.
A alegação, porém, não durou muito. Na
verdade, tanto a Bahia quanto o Ceará são estados nordestinos e, da mesma
forma, estão sofrendo com a seca – a maior dos últimos 50 anos.
O que falta explicar é porque Pernambuco
que, tanto a presidente Dilma quando o governador alardeiam que está recebendo
vultosos investimentos, não correspondeu ao esperado.
Na verdade, a indústria pernambucana
cresceu menos do que se imaginava – apesar da ajuda da construção civil –
enquanto a Bahia foi beneficiada pelo crescimento das exportações e o Ceará
pela expressiva “indústria sem chaminé”, ou seja, o turismo, que faz com que o
setor de serviços do estado represente hoje 70% do PIB e tenha crescido 5,1% em
2012.
Interessado em ser candidato a presidente
em 2014, vendendo a imagem de bom gestor, o governador não poderia esperar pior
notícia do que a que recebeu do PIB. Mesmo afirmando que o importante é crescer
mais do que o Brasil, certamente os pernambucanos não gostarão de saber que
foram superados pelos dois principais rivais: os baianos e os cearenses. Ninguém pode, de antemão, imaginar o que
vai acontecer com o PIB de 2013. Inclusive se Pernambuco não volta a superar seus
dois principais competidores nordestinos.
Uma coisa, porém, parece certa.
Quando Eduardo disse que Dilma precisava
ganhar 2013 para poder pensar em 2014, agora também ele, governador, precisará
correr para superar em 2013 o “prejuízo” que o PIB lhe causou em 2012.
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Marcos Imperial