segunda-feira, 27 de maio de 2013

Nem homo, nem hétero ou bi: A espécie humana é simplesmente sexual

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A homossexualidade e o estado civil dela decorrente - o casamento entre pessoas do mesmo sexo - está na ordem do dia. Nas últimas décadas, poucos temas têm despertado debates e polêmicas tão acaloradas - muitos deles destituídos de razão de ser, pelo simples fato de estarem inteiramente baseados em ignorância e preconceitos.


Por: Luis Pellegrini
Homossexualidade. Por que, afinal, um comportamento sexual e afetivo que, a rigor, deveria interessar apenas a quem carrega dentro de si a pulsão atrativa e o sentimento de amor pelo igual, mobiliza tanta paixão, medo e ressentimento, até mesmo em quem afirma e está convencido de não pertencer à categoria homossexual?
Um exame da evolução histórica da homossexualidade pode ajudar a dissipar pelo menos uma parte das trevas que ainda encobrem o tema e, nas cabeças de tantas pessoas, impedem uma sua melhor compreensão.
Para começar, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo existem desde os tempos das cavernas e provavelmente até mesmo antes, como atesta até hoje a maioria das sociedades de primatas, particularmente a dos bonobos (Pan paniscus). O bonobo é popularmente conhecido por seus altos níveis de comportamento sexual. Os bonobos têm relações sexuais – hetero e homossexuais – não apenas para a reprodução, mas também para apaziguar os conflitos, adquirir status social, afeto, excitação e redução do estresse. Junto com o chimpanzé-comum, o bonobo é o parente vivo mais próximo do ser humano.
O historiador francês Michel Foucault, um dos mais argutos pensadores da segunda metade do século 20, argumentou reiteradamente que as identidades homossexual e heterossexual só emergiram no final do século 19; antes disso, os termos descreviam práticas e não identidades. Foucault cita um famoso artigo do psiquiatra e neurologista alemão Carl Friedrich Otto Westphal, publicado em 1870, onde pela primeira vez aparece a categorização do homossexual.
Até então, a visão vigente a respeito da sexualidade humana era mais ou menos a mesma daquela descrita pelo antigo filósofo grego Platão em sua obra O Banquete (Symposium). Nesses diálogos filosóficos, os personagens explicam suas visões a respeito das orientações sexuais que consideram possíveis e admissíveis. 
O filósofo Sócrates, um dos personagens, fecha as discussões fornecendo uma admirável visão de síntese, na qual explica que, simplesmente, no amor sexual como no amor em geral, cada um procura e se sente atraído por aquilo que lhe falta. Ou seja, pouco importa se a pessoa se sinta atraída por homens ou por mulheres. O que conta é que ela seja capaz de correr atrás daquilo que sua natureza profunda aponta como uma carência a ser preenchida e satisfeita.
Em tempos históricos como o atual, caracterizado por uma profunda crise filosófica, o que se observa é uma rápida e poderosa revolução dos paradigmas comportamentais até agora vigentes. Nessa reviravolta, inteiras escalas de valores são alteradas e destruídas, dando lugar a novas escalas.
Como já se observou no passado, durante essas importantes mutações da história, acontece sempre um retorno aos padrões clássicos de valores. No nosso caso, um retorno às nossas origens, à civilização greco-romana, berço de toda a cultura ocidental.
Em termos de sexualidade humana, isso significa o retorno a uma visão clássica que provavelmente está muito mais próxima da verdadeira natureza do ser humano do que todas as elucubrações classificatórias da mentalidade racionalista cartesiana. A visão mais realista que anula todas essas categorias artificiais que dividem as pessoas em grupos heterossexuais, homossexuais e bissexuais, para afirmar que somos todos, por obra e graça da Mãe Natureza que nos criou, seres simplesmente sexuais.
A tendência que se verifica no momento aponta para a criação de condições para que cada um de nós possa, livremente, correr atrás daquilo que lhe faz falta. Sem esquecer nunca daquela regra de ouro que é a base de todo e qualquer convívio social sadio: minha liberdade sexual, como qualquer outra liberdade, termina onde começa a liberdade do outro.
Reproduzimos abaixo o bom artigo produzido pelo blog Oficina de Textos em Cinema (http://oficinadetextoscinema.wordpress.com/textos/), sobre a história da homossexualidade. O blog é uma iniciativa da professora Alene Lins, da Universidade Federal do Recôncavo, em Cachoeira, na Bahia. O artigo, originalmente elaborado para a formação de profissionais teóricos e práticos em cinema, surge como visão de síntese da momentosa questão da homossexualidade e sua evolução histórica.
Aquiles e Pátroclo: na Grécia Antiga, o tema desse célebre casal de heróis míticos era frequentemente celebrado na arte popular
Aquiles e Pátroclo: na Grécia Antiga, o tema desse célebre casal de heróis míticos era frequentemente celebrado na arte popular
ALTERAÇÕES NO MODO DE PENSAR O COMPORTAMENTO
HOMOSSEXUAL AO LONGO DA HISTÓRIA
Por: Blog Oficina de Textos em Cinema
A homossexualidade é definida como a preferência sexual por indivíduos do mesmo sexo. Este conceito é um tanto vago, já que o termo "preferência" pode conotar a tendência a escolher, optar, e hoje se reconhece que a homossexualidade não é mais vista como opção, mas como uma orientação sexual (Teson, 1989).
Para Teson, o termo orientação sexual determina vários significados diferentes, e existem três orientações sexuais, todas as três normais, naturais e fixas em adultos: heterossexual – o indivíduo que se sente atraído por pessoas do sexo oposto; homossexual - o indivíduo que se sente sexualmente atraído por pessoas do mesmo sexo; bissexual – o indivíduo que se sente atraído por pessoas de ambos os sexos, não necessariamente no mesmo grau de intensidade.
Fabrício Viana (2009) defende que a homossexualidade é muito mais do que a orientação sexual por pessoas do mesmo sexo: ela é uma expressão natural da sexualidade humana e, por isso, envolve também afetividade e relacionamentos. Não apenas sexo com o mesmo sexo.
Segundo Colin Spencer (1999), originariamente o termo homossexualidade apareceu em um panfleto alemão de autoria anônima, publicado em 1869, o qual se opunha a uma lei de antissodomia. 
Na última década do século 19, este termo apareceu pela primeira vez em inglês, usada por Charles Gilbert Chaddock, tradutor de Psychopathia Sexualis, de R. Vom Krafft-Ebinge, e desde então tem sido amplamente utilizado na literatura contemporânea versando sobre o tema.
Não é possível precisar quando a homossexualidade teria surgido no mundo. O pesquisador americano Jeffrey Weeks afirma que "[...] antes do século 19, a homossexualidade existia, mas o/a homossexual não".

Ou seja, no mundo antigo não existia a necessidade de distinguir o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, do relacionamento entre pessoas do sexo oposto. Para os povos antigos, o conceito de homossexualidade simplesmente não existia (Spencer, 1999).

No fragmento de pintura de ânfora grega, cena de sedução homossexual
No fragmento de pintura de ânfora grega, cena de sedução homossexual
Alguns autores afirmam que a prática da sodomia, ato sexual praticado através do sexo anal, entre homens, existiu em todos os tipos de sociedade, em todos os tempos, e era, sob diversas formas, aceito ou rejeitado como parte dos costumes e dos hábitos sociais dessas sociedades. A sodomia era definida pelo ato, não pela pessoa que o praticasse, e não era considerada uma categoria identitária (Green, apud Possamai 2008). 

Somente a partir do século 19 é que se desenvolveu uma categoria homossexual distintiva e uma identidade a ela associada (Weeks, 2001). Na Antiguidade não se dividia a humanidade em heterossexuais e homossexuais.

A palavra homossexual é originária do século 19, a partir do grego homo (igual) e do latim sexus. É importante enfatizar que na Grécia Antiga tal expressão inexistia.

O termo "homossexualismo" surgiu justamente quando se criou a dicotomia entre os direcionados eroticamente ao sexo oposto, então considerados "normais", e os chamados "invertidos", que só encontravam o prazer entre os representantes do mesmo sexo. 
Isso aconteceu no decorrer do século 19, quando se deu o que Greensberg chamou de a "medicalização" da homossexualidade (Greensberg, 1988, p. 397-433 apud Possamai), ou seja, quando o homoerotismo foi qualificado como uma doença.
Comportamento homossexual na Antiguidade clássica
Entre os gregos e romanos, era comum esse tipo de prática. Um personagem que pode nos servir de exemplo é Alexandre, o Grande, príncipe e soberano da Macedônia, célebre conquistador do mundo antigo. Alexandre tornou-se rei aos 20 anos, na sequência do assassinato do seu pai, e se apaixonou pelo seu amigo de infância, Heféstion.
Collin Farrell (esquerda) e o diretor Oliver Stone, no set das filmagens de Alexandre
Collin Farrell (esquerda) e o diretor Oliver Stone, no set das filmagens de Alexandre
A vida e os relacionamentos do rei são retratados no filme Alexandre (2004) do diretor Oliver Stone. Conquistador implacável, aos 32 anos já havia se tornado comandante do maior império do mundo. Alexandre, no filme, tem vida conturbada com suas lutas e conquistas militares. Dentre outras questões, o filme trata de modo sutil da sexualidade de Alexandre. Na superprodução, o conquistador mantém um relacionamento muito íntimo com seu grande amigo de infância, Heféstion, além de serem sugeridas outras experiências homossexuais, tanto de Alexandre quanto de companheiros seus.
Na Grécia antiga, os meninos eram orientados para ter relação sexual com homens mais velhos. Geralmente eram educados por um preceptor, um professor (Sousa, 2008). Inclusive o filme identifica Aristóteles como o professor de Alexandre.
Na cidade-estado de Atenas, os filósofos colocavam o envolvimento sexual com seus aprendizes como um importante instrumento pelo qual se estreitavam as afinidades afetivas e intelectuais de ambos. Entre os 12 e os 18 anos de idade, o aprendiz tinha relações com seu tutor, desde que ele e os pais do menino consentissem com tal ato. 
Essa relação era chamada de pederastia. O termo pederastia não pode ser traduzido por homossexualidade, pois para o ateniense desse período, esse vocábulo possuía um caráter simbólico muito mais amplo, que abrangia status, moral, poder (Foucault apud Sousa, 2008). Segundo Sousa, o termo significava amor de um homem por um jovem que já havia passado pela puberdade, mas ainda não tinha atingido a maturidade. A pederastia tinha regras que normatizavam a prática.
Os hábitos dos antigos gregos se espalharam por todo o mundo greco-romano, como mostra essa pintura encontrada nas ruínas de Pestum, na Itália
Os hábitos dos antigos gregos se espalharam por todo o mundo greco-romano, como mostra essa pintura encontrada nas ruínas de Pestum, na Itália
A relação de pederastia incluía a questão do status social, nesse sentido o homem deveria ter ascendência intelectual, cultural e econômica sobre o adolescente. Afinal, ele complementaria a formação do jovem, iniciando-o nas artes do amor, no estudo da filosofia e da moral. Portanto, era visto como algo completamente separado da vida conjugal e sexual que os adultos tinham nos seus casamentos. 
Não era algo que entrava em conflito ou em contraste com o casamento. Essa relação de pederastia deveria acabar tão logo aparecesse no adolescente os primeiros sinais de virilidade. Permanecer nessa relação após o advento da virilidade era reprovável.
O que a gente chama hoje de másculo, não no sentido biológico, mas no sentido cultural, mudou. Na cultura grega clássica havia um grande espaço para práticas homossexuais. Alexandre (Oliver Stone, 2004) mostra não apenas a relação homossexual dos personagens Alexandre e Heféstion. 
O ambiente homoerótico da maioria das festas do filme é perfeitamente verossímil. A homossexualidade masculina era absolutamente comum, um dado do convívio quotidiano. Heféstion é apresentado por Oliver Stone como o único e verdadeiro amor de Alexandre, apesar de o rei casar-se com uma mulher, Roxana e de manter Bagoas, o eunuco de Dario, a seu lado. Heféstion é o grande amor, Roxana uma aliança política, Bagoas o objeto sexual.
O amor de Alexandre por Heféstion era tão verdadeiro que, quando ele morre, Alexandre é tomado pelo desespero e prepara um funeral majestoso, dirigindo ele próprio a carruagem fúnebre. Mandou cortar as crinas dos cavalos e das mulas, bem como demolir as seteiras das muralhas das cidades, a fim de que parecesse que até as muralhas mostravam luto. Durante o filme as cenas de confiança, amor e carinho entre os dois são explícitas, indicando um intenso relacionamento.
A homossexualidade feminina também teve seu lugar na Grécia Antiga. E, embora a mulher não ocupasse lugar de destaque e, por isso, há escassez de registros, é da antiguidade grega que provém o termo lésbica, para indicar a mulher homossexual. Lesbos é o nome da ilha onde viveu Safo, a famosa poetisa, que não escondia sua preferência sexual pelo mesmo sexo (Guimarães, 2010).
Portanto, segundo os estudiosos, é possível afirmar que na cultura grega as práticas homossexuais, sobretudo pelo sexo masculino, eram aceitas socialmente e institucionalmente.
Entre os romanos, segundo Paul Veyne: "Ser ativo era ser macho, qualquer que fosse o sexo do parceiro passivo; havia, pois, duas infâmias supremas: o macho que leva a fraqueza servil a ponto de colocar a boca a serviço do prazer de uma mulher e o homem livre que não se respeita e leva a passividade (impudicitia) ao ponto de se deixar possuir.
Portanto, não havia uma reprovação ao homoerotismo na Roma antiga, mas sim à efeminação e ao papel passivo. A moral romana não condenava a pederastia, desde que fosse respeitada a virtude do homem romano. Para Veyne, a passividade era um dos efeitos da falta de virilidade, a qual era muito valorizada numa sociedade que não distinguia o comportamento homossexual do heterossexual, mas que prestava uma atenção exagerada a toda atitude que revelava falta da virilidade, fosse nos gestos, na fala ou no vestuário. Um comportamento caracterizado como feminino demonstraria, portanto, a fraqueza de um homem.
A princípio, em Roma, o homoerotismo era aceito quando se restringia às relações entre cidadãos, que deveriam representar o papel de ativo na relação sexual, e escravos, atuando como passivos. Essa relação de domínio através do sexo era favorecida pelo escravismo e pelo machismo.
Já na prática da pederastia, com a chegada da puberdade o menino deveria abandonar o papel passivo. Porém, não há dúvidas de que em Roma havia homens de todos os seguimentos sociais que preferiam a posição passiva durante a relação. Mas como ela era mal vista pela sociedade, competia manter as aparências.
Movimentos de libertação homossexual

Quando o comportamento homossexual tornou-se uma categoria identitária, no início do século 19, criou-se uma minoria que ficou sensível à discriminação social. No entanto, movimentos de libertação sexual não ficaram inertes em relação às restrições impostas a eles.
Foi por meio dos movimentos de liberação homossexual, que surgiu o termo gay como forma de apagar o teor psiquiátrico do termo homossexualismo, instaurando a luta política, sobretudo após o incidente de Stonewall em Nova York em 28 de junho de 1969.
O incidente de Stonewall foi uma batida da polícia de Stonewall num bar de Nova York frequentado por gays. Durante a batida policial, cansados das humilhações e perseguições, os homossexuais que estavam no bar resistiram à polícia, trancando- os dentro do bar e ateando fogo ao recinto. 
A batalha envolveu milhares de pessoas e durou toda a madrugada do dia. Um ano após a rebelião, 10 mil gays, provenientes de todos os estados norte-americanos, marcharam pelas ruas de Nova York, demonstrando que estavam dispostos a seguir lutando por seus direitos. Diante desse fato, o dia 28 de junho foi instituído como Dia Internacional do Orgulho Gay.
A partir do final dos anos 60, o movimento gay buscava acabar com o sistema que marginaliza a homossexualidade. Os ativistas gays se articulavam com os movimentos de liberação dos direitos dos negros e da mulher, então muito atuantes, e esse movimento americano se expandiu para o mundo.
Teorização do terceiro sexo
Uma das primeiras teorias científicas sobre a homossexualidade é a ideia de "terceiro sexo", desenvolvida na segunda metade do século 19, em que o homossexual era visto como possuidor de uma alma feminina em um corpo masculino.
Lantéri-Laura, psiquiatra reconhecida pelas diversas pesquisas sobre a sexualidade, cita em seus estudos o jurista alemão Karl Heinrich Ulrichs, criador da primeira teoria científica a respeito da homossexualidade. Ulrichs considera a homossexualidade uma espécie de hermafroditismo da mente, cuja origem biológica e inata impossibilitaria uma cura ou mudança do objeto de paixão do homossexual. O homossexual, portanto, deveria possuir uma alma feminina em um corpo masculino, uma vez que o desejo por homens seria essencial – e necessariamente – de ordem feminina.
O médico Magnus Hirschfeld, fundador da primeira organização de direitos homossexuais em 1897 na Alemanha, também teorizou sobre a homossexualidade a partir dessa ideia de uma "inversão sexual", em que os homossexuais seriam homens femininos, pertencentes ao "terceiro sexo". Hirschfeld via na homossexualidade não uma patologia, mas uma variação natural do instinto sexual.
No começo do século 20, Freud explicou o homossexualismo masculino a partir de uma longa e intensa ligação edipiana - apego sexual que liga o filho ao pai ou à mãe, sempre ao sexo oposto. Na adolescência, incapaz de renunciar a ela como objeto sexual, o rapaz identifica-se com a mãe, 'transforma-se' nela e passa a buscar elementos a que possa amar e de que possa cuidar da mesma forma como foi amado e cuidado. Nota-se como nesses argumentos as dimensões da orientação sexual e de gênero encontram–se interligadas.
Jake Gyllenhaal e Heath Ledger protagonizaram o romance gay no filme Brokeback Mountain
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Homossexualidade e ciência
Durante anos, médicos e cientistas procuraram intervir de forma científica, física ou psicologicamente na homossexualidade. No século 19, começaram as tentativas para explicar cientificamente esse fenômeno. Alguns estudos e tratamentos ficaram bastante conhecidos como, por exemplo, a lobotomia.
Desenvolvida pelo neurocirurgião português António Egas Moniz, que chegou a ganhar o prêmio Nobel de Medicina de 1949, a lobotomia consistia em uma técnica cirúrgica que cortava um pedaço do cérebro dos doentes psiquiátricos, mais precisamente alguns nervos do córtex pré-frontal. 
Na Suécia, três mil homossexuais foram lobotomizados. Na Dinamarca, três mil e quinhentos – a última cirurgia foi em 1981. Nos Estados Unidos, cidadãos portadores de "disfunções sexuais" lobotomizados chegaram às dezenas de milhares. O tratamento médico era empregado porque a homossexualidade passou a ser vista como uma doença, uma espécie de defeito genético.
A preocupação científica com o homoerotismo começou no século 19. O inglês Havelock Ellis publicou o primeiro livro médico sobre homossexualismo em inglês, Sexual Inversion (Inversão sexual). Como muitos da época, ele defendia a ideia de que a homossexualidade era congênita e hereditária. A opinião científica, médica e psiquiátrica vigente consistiam de que a homossexualidade era uma doença resultante de anormalidade genética associada a problemas mentais na família.
Na atualidade, existe uma serie de estudos que apontam a origem da homossexualidade na condição genética, como a cor dos olhos ou da pele. Um estudo muito conhecido anunciou a descoberta de um suposto "gene gay". O gene Xq 28 , estudo do cientista americano Dean Hammer, publicado em 1993 pela prestigiada revista "Science". Hammer afirmava haver encontrado indícios da existência de um ou mais genes ligados à orientação sexual na região q28 do cromossomo X (ou Xq28). Esta tese coloca a homossexualidade não como opção de vida, mas sim como resultado de uma mutação genética.
As buscas de fatores hereditários foram inúteis. As diferentes hipóteses que foram desenvolvidas no sentido de propor explicações evolutivas que dariam conta da permanência deste padrão na espécie humana, não tiveram um resultado contundente.
Mudança de paradigma
A partir dos anos setenta surge uma perspectiva positiva: importantes organizações ligadas à saúde e à ciência têm um novo posicionamento em relação à homossexualidade.
1973 - APA (Associação Psiquiátrica Americana) aprova a retirada da homossexualidade da lista de tratamentos mentais.
1985 - O conselho Federal de Medicina do Brasil (CFM) retira a homossexualidade da condição de desvio sexual.
Nos anos 90 – o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) onde são identificados por códigos todos os distúrbios mentais, que serve de orientador para classe médica, principalmente, para os psiquiatras, também retirou a homossexualidade da condição de distúrbio mental.

O Conselho Federal de Psicologia (CPF) divulgou nacionalmente uma resolução que estabelece normas para que os psicólogos contribuam, através de sua prática profissional, para acabar com as discriminações em relação à orientação sexual.

Sob o ponto de vista legal a homossexualidade não é classificada como doença no Brasil, sendo assim os psicólogos não devem colaborar com eventos e serviços que proponham o tratamento e a cura de homossexuais.
Quando procurados por homossexuais ou seus responsáveis para tratamento, os psicólogos não devem recusar o atendimento, mas sim aproveitar o momento para esclarecer que não se trata de doença, muito menos de desordem mental, motivo pelo qual não podem propor métodos de cura.
1993 - A organização Mundial de Saúde (OMS) retira o termo homossexualismo e adota o termo homossexualidade. Desse modo, passa a considerar a homossexualidade uma orientação sexual e não uma anomalia.
Conclusão:
Várias tentativas foram feitas neste século no sentido de explicar a homossexualidade, e até mesmo curá-la. Mas a pergunta realmente não é por que algumas pessoas são homossexuais, mas sim por que nossa sociedade se considera heterossexual. Pessoas nascidas em uma sociedade homossexual geralmente obedecem às mesmas leis e preceitos que seguem pessoas nascidas em uma sociedade heterossexual. 
A maioria das pessoas se sente confortável com as condições que a sociedade impõe. Mas há aqueles que se sentem oprimidos e vivem uma experiência de vida completamente antinatural. Assim, o problema não está nestas pessoas, mas nas restrições impiedosas que a sociedade impõe e que deveriam ser consideradas como atentatórias à natureza humana. postado por Marcos Imperial, via 274.

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