Ex-presidente acelera na estratégia de ocupar
espaços à esquerda; é o dublê de candidato a presidente que ele prometeu ser;
"Tenho casco de tartaruga, estou acostumado a levar bordoadas", disse
Lula na 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Brasília; irônico,
defendeu sua opção preferencial pelos pobres: "Para eles", disse,
referindo-se à elite nacional, "tudo o que a gente dá para os ricos, é
investimento, mas tudo o que a gente dá para os pobres é gasto"; defendeu
Bolsa Família e atacou bancos; "Setor financeiro irresponsável já foi
socorrido com US$ 10 trilhões desde 2008. Esse dinheiro acabaria com a fome no
mundo".
Via 247 – O ex-presidente Lula
está na estrada. Ele cumpre, à risca, e com o pé no acelerador, a estratégia de
ser o que chamou de "candidato dublê" da presidente Dilma Rousseff.
Na manhã desta quinta-feira 10, ele subiu à tribuna da 3ª Conferência Global
sobre Trabalho Infantil, em Brasília, para reforçar sua associação ao Programa
Bolsa Família, atacar a ajuda dos países ricos ao setor financeiro
internacional e para mandar recados aos adversários.
- Estou acostumado a tomar borduadas. Mas
tenho casco de tartaruga. Essa luta nós já vencemos, disse ele, aplaudido, à
audiência da
Conferência. Lula deu números sobre
conquistas sociais alcançadas em seu governo, como a criação de 50 mil creches
e a implantação de escolas em tempo integral. "Neste ponto, quero
agradecer a Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, que nos anos 80 já apontavam a
escola de tempo integral com a alternativa ao trabalho infantil".
Pelo campo da esquerda, Lula está
privilegiando conceder entrevistas às mídiais sociais. A mídia tradicional só
foi contemplada numa entrevista que ele concedeu à jornalista Tereza Cruvinel,
sua amiga pessoal, hoje no jornal Correio Brasiliense. Antes, falara à TV CUT
e, ontem, ao site Carta Maior.
"A gente não consegue resolver os
desmandos de cinco séculos em uma década, mas posso dizer a vocês que,
conhecendo a alma da presidente Dilma, no próximo governo o trabalho infantil
estara erradicado. Isso é mais que um compromisso político, é uma profissão de
fé".
Mais campanha impossível. Lula, por
exemplo, contou passagens de sua infância.
- Fui vendedor de laranjas, de amendoim,
engraxate e auxiliar de tituraria até encontrar, aos 15 anos, minha profissão
de torneiro mecânico, lembrou. "Tive meu primeiro pedaço de pão para comer
aos sete anos de idade".
O ex-presidente não poupou críticas, para
explicar porque o trabalho infantil atinge mais de 80 milhões de crianças em
todo o mundo, aos recursos repassados por governos de países ricos em ajuda ao
setor financeiro.
- Desde 2008, o setor financeiro
irresponsável já foi socorrido com US$ 10 trilhões nos países ricos. Só guerra
do Iraque custou US$ 2 trilhões. É claro que com todo esse dinheiro seria
possível acabar com a fome no mundo e, assim, exterminar com o trabalho
infantil.
Com esse discurso emotivo e técnico, Lula
encerrou o encontro sob aplausos. Ao entrar na sala, foi cercado por crianças
que lhe pediram autógrafos. Jogando em dobradinha com a presidente Dilma, Lula
será mesmo um osso duro de roer na campanha eleitoral de 2014. E, como
continuam dizendo em vários setores da mídia, se houver alguma indecisão da
presidente em concorrer, o "dublê" não pensará duas vezes em assumir
o papel principal.
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Marcos Imperial