Reunida
no dia 27 de janeiro de 2014 em São Paulo, a Comissão Executiva Nacional do
Partido dos Trabalhadores, aprovou a seguinte nota de conjuntura:
O
Partido dos Trabalhadores inicia 2014 com um objetivo inarredável: a reeleição
da presidenta Dilma Rousseff, para consolidar e fazer avançar o projeto de
transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, inaugurado com a
vitória do presidente Lula em 2002.
Nossa
disposição, desde já manifestada entusiasticamente em cada canto do País pela
militância, é a de criar condições, na sociedade, nos governos estaduais e nos
parlamentos de modo a que a companheira Dilma possa realizar um segundo governo
com novas e maiores conquistas para o povo brasileiro.
Para
tanto, é necessário, agora e durante a campanha, estreitar os vínculos com o
movimento sindical e popular; ampliar as alianças e fortalecer as relações com
os partidos da base de sustentação ao governo; intensificar o diálogo, bem como
apresentar um programa capaz de corresponder às aspirações, reivindicações,
sonhos e expectativas de mudanças da população.
Uma
maioria parlamentar, a eleição de novos governadores comprometidos com nosso
projeto e, principalmente, a construção de uma ampla base de apoio na
sociedade são condições para promover reformas estruturais necessárias, como é
o caso da reforma política, da democratização dos meios de comunicação, das
reformas urbana e agrária, da reforma tributária – todas elas necessárias para
aprofundar a democracia e reduzir a desigualdade social no País.
Com
algumas candidaturas majoritárias do PT já definidas e em tratativas com
aliados que pleiteiam nosso apoio, o cenário atual é de demonstração de força e
perspectivas de crescimento para a presidenta Dilma, líder nas pesquisas e com
índices de aprovação positivos.
Entretanto,
constitui grave equívoco imaginar que a eleição está ganha. Trata-se, isto sim,
de trabalhar para que a tendência se mantenha, sem soberba, sem arrogância e
sem subestimar os adversários, numa eleição que se afigura renhida, contra
forças conservadoras e poderosas.
Nossos
oponentes, amparados por grupos da classe dominante inconformados com as
mudanças do Brasil e perdas relativas de privilégios, desencadearam contra o
governo e o PT uma campanha inclemente. Investem no descrédito do País no
exterior; tacham nosso governo de intervencionista; acenam com a volta da
inflação (que está sob controle); prevêem retração no mercado de trabalho (que
continua a gerar novos empregos); apontam um descontrole fiscal inexistente;
vaticinam tendências de recessão e chegam a torcer contra a realização da Copa
do Mundo.
Contra
os fatos, semeiam a insegurança, a incerteza e promovem ações de terrorismo
psicológico, na expectativa de assim nos bater nas urnas.
Mais
uma vez, apostam no medo para vencer a esperança de milhões que ascenderam e
melhoraram de vida sob nossos governos.
O
programa da oposição, o que a une e a seus representantes, é derrotar-nos a
qualquer custo: seja com quem for, conforme reconheceu recentemente um
ex-presidente da República. Para tirar o PT do poder, como eles dizem, serve
qualquer candidato.
Embora
a campanha eleitoral ainda não tenha começado oficialmente, nossa militância
deve ir-se engajando nas tarefas previstas no calendário aprovado pelo DN. O
que significa não apenas escolher candidatos, aliados e organizar palanques,
mas, sobretudo enfrentar o debate de ideias na sociedade.
É
importante, mas não suficiente, defender nossas realizações – as do governo
Lula e as que estão em andamento --, e comparar o Brasil de hoje com o
Brasil que precedeu o governo Lula. Mais que nunca, temos de apresentar
propostas, projetos e compromissos com o futuro: fizemos muito, continuamos
fazendo, e vamos fazer mais e melhor.
Na
conjuntura atual, é preciso vencer a batalha de visão sobre os rumos da
economia, que, na verdade, expressa uma batalha de interesses. Aqueles que
antes ganhavam com a especulação, com o arrocho salarial, com o desemprego, com
a privatização do Estado, atacam o núcleo de nossa política, que visa a
distribuir renda, gerar empregos, para promover justiça social e sustentar o
crescimento do País. Nesse sentido, o PT orienta sua militância a participar
ativamente das lutas sociais por reformas estruturais e ampliação dos direitos
dos trabalhadores no próximo período, a exemplo do plebiscito popular pela
Constituinte Exclusiva para a reforma política, da coleta de assinaturas para a
Lei da Mídia Democrática, da redução da jornada de trabalho sem redução de
salários, do fim do fator previdenciário e contra as terceirizações.
Não
podemos aceitar que prossiga a tentativa, sem contestação clara, de que nossa
concepção de política econômica é a continuidade da linha liberal do governo de
FHC. Trata-se, ainda, de ampliar o diálogo partidário sobre a agenda política
aberta pelas jornadas de junho/2013, as mudanças na formação social brasileira,
as novas formas de participação da juventude e o enfrentamento à criminalização
dos movimentos sociais.
No
próximo dia 10 de fevereiro, o PT comemora 34 anos. No mesmo ano em que o
Brasil da democracia relembrará, para exorcizá-lo, o cinquentenário do golpe de
1964. Que a celebração de nosso aniversário, em todos os rincões do Brasil, dê
a partida da caravana da vitória de Dilma, das campanhas de mobilização do PT,
e que seja uma grande festa a favor da liberdade, da democracia e do povo
brasileiro.
Por
fim, queremos nos congratular com a militância que, solidariamente, vem
contribuindo para pagar as multas, injustas e desproporcionais, impostas aos
companheiros condenados na Ação Penal 470 do STF.
São
Paulo, 27 de janeiro de 2014.
Comissão Executiva Nacional do Partido
dos Trabalhadores.
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Marcos Imperial