Em semana aberta com bolsa em alta expressiva,
dólar em baixa e recuperação nas exportações, economia brasileira ganha até
aval de Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman; geração de 260 mil novos
empregos em fevereiro emparedou analistas que baixam as cartas do pessimismo na
mídia tradicional e familiar; tropa de choque da agência de classificação de
risco Standard & Poor´s não irá, na avaliação de Delfim Netto, rebaixar
nota do Brasil; diante da crise mundial, manutenção do BBB será encarado como
uma promoção; momento é favorável aos realistas.
Via 247 – Na contra-mão de muitos
prognósticos, a economia brasileira pode ter atingido nos últimos dias um ponto
de inflexão. Um conjunto de resultados recentes demonstrou que as análises que
apontavam um momento nefasto com perspectiva de piora eram muito mais torcida
contra do que avaliação isenta. Nas duas primeiras semanas de março, a balança
comercial – resultado entre o que o País exportou e importou – registrou
superávit de US$ 401 milhões. Em relação a fevereiro, o crescimento foi de
19,1%.
Mas este é apenas um dado – e talvez nem
seja o mais importante a justificar a previsão de uma retomada. Foi mais
significativo que na terça-feira 18, depois de uma longa maré de mau humor, a
Bolsa de Valores tenha marcado uma alta de 2,29% - a maior subida desde 6 de fevereiro.
As ações da Petrobras, para citar a estatal cravejada por ataques na mídia
familiar, subiram 3,18%, indicando que estavam certos os que consideravam a
cotação dos papeis da companhia subavaliada pelo mercado.
Há mais. A semana começou com a divulgação,
pelo Ministério do Trabalho, na segunda 17, de uma nada menos que
impressionante criação de empregos em fevereiro. Num resultado comemorado no
twitter pela presidente Dilma Rousseff, a economia atingiu a marca de 260 mil
novos empregos formais criados no segundo mês do ano, uma alta de 111% sobre o
mesmo período do ano anterior.
Nesse contexto, o economista Paul Krugman
disse, em seminário em São Paulo, que "o Brasil não tem uma economia
vulnerável faz tempo". O vencedor do Prêmio Nobel de 2008 por suas
pesquisas sobre a nova geografia econômica do mundo citou o PIB que atinge US$
2 trilhões e as reservas internacionais que superam os US$ 300 bilhões para
sublinhar a solidez do País frente a crise internacional.
Nesta quarta-feira 19, porém, o principal
jornal especializado em economia do País, o Valor Econômico, dos grupos Folha e
Globo, jogou para o chamado 'pé de página' – a notícia que entra no rodapé – as
declarações de Krugman, camuflou no meio do noticiário uma série de dados
positivos, como a manutenção do nível de emprego industrial, e manteve a
postura de 'manchetar' projeções nebulosas como seu maior título na primeira
página: 'Choque de alimentos' pressiona meta de inflação. Explicou-se, no
decorrer do respectivo texto, que o principal motivo da alta prevista reside na
estiagem prolongada verificada em regiões produtoras.
Na virada de 2013 para 2014, uma das
principais apostas feitas na mídia familiar foi terra agora. Trata-se das
previsões de que o fluxo de investimentos internacionais do País simplesmente
seria estancados como reflexo de medidas tomadas pelo Fed, o banco central
americano. Sabe-se agora, no entanto, que o dinheiro estrangeiro continua
chegando ao País, mais precisamente, a US$ 9,2 bilhões no mês de fevereiro.
"E esse fluxo continua forte nos primeiros dias úteis de março",
frisou a investidores o presidente do BC, Alexandre Tombini, na Coferência
Macro Global, semana passada, em São Paulo. Desde janeiro, procurando corrigir
as expectativas negativas de muitos analistas brasileiros, Tombini vem frisando
que o País não enfrenta problema de fluxo de investimentos – e agora os
resultados apurados mostraram que, sim, ele falava a verdade enquanto era
cercado por predições caóticas.
INTUIÇÃO DE DELFIM - Com uma
verdadeira tropa de choque da agência de classificação de risco Standard &
Poor´s esquadrinhando in loco, neste momento, a economia brasileira, os
primeiros números do ano vão tornando mais remota a hipótese de rebaixamento da
atual nota BBB do país. Esta classificação indica que o país tem condições de
honrar seus compromissos financeiros no mundo.
Para o ex-ministro Delfim Netto, a S&P
não encontrará motivos suficientes para rebaixar a classificação brasileira.
"Essa é a minha intuição, porque as agências estão em busca de credibilidade
perdida", comentou. De acordo com ele, o setor público vai gerar em 2014 o
superávit primário prometido ao mercado pelo ministro da Fazenda, Guido
Mantega, de 1,9% do PIB. "A presidente Dilma mudou. E o compromisso da
meta desse superávit é do governo, e portanto é dela. No fundo, este patamar de
primário, com uma economia que cresce perto de 2%, mantém estável a dívida
bruta em relação ao PIB."
Numa economia complexa como a brasileira,
inserida no contexto da mais longa crise financeira das últimas décadas, é
claro que há indicadores que sustentam o coro dos que enxergam problemas acima
das soluções. Igualmente, no entanto, números robustos permitem concluir que o
Brasil segue dando exemplo para o mundo com muitos dos resultados de sua
política anti-cíclica. A geração de 4,8 milhões de empregos formais nos últimos
três anos é, sem dúvida, a peça em destaque na vitrine. Apagar esse resultado,
por maiores que sejam as doses de pessimismo dos comentaristas tradicionais,
está sendo uma missão impossível até aqui.
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Marcos Imperial