Das 32 delegações que chegaram arrastando 600
mil torcedores, 19 mil profissionais de mídia e uma audiência global de 3,6
bilhões de espectadores, em 186 países, 16 vão embora agora; valeu!; comercial
e politicamente, o final da primeira fase tem como grande vitorioso o Brasil;
recepção popular aos estrangeiros abre correntes de turismo, eleva patamar da
hotelaria e dá lucros à indústria, comércio e serviços; em imagem positiva,
pagamento dos estimados 1 milhão e 500 mil minutos de exposição nas tevês do
mundo custaria trilhões de dólares; no que se pode contar, de Pelé à Adidas,
passando pela brasileira Tramontina e os anônimos antenistas do bombado setor
eletro-eletrônico, a Copa no Brasil dá lucro para todos; a começar pela Fifa, é
claro; no campo político, 22 chefes de Estado confirmaram presença na grande
final ao lado da presidente Dilma Rousseff; até David Beckham, um dos garotos
propaganda mais caros do planeta, fez publicidade gratuita da Amazônia; é mole?
Via 247 –No que se pode contar,
sabe-se que Pelé embolsou, como rei do futebol, nada menos que R$ 58 milhões em
contratos publicitários em torno da Copa do Mundo no Brasil. Perto do que a
Adidas está faturando com o Mundial, porém, é pouco. Com projeção de vender 8
milhões de camisas de seleções de seus 300 jogadores patrocinados, a multi
alemão catapultou suas vendas, apenas na América Latina, de 179 milhões de
euros para 1,57 bilhão de euros nos últimos meses. O maior faturamento se dá, é
claro, no Brasil, onde são recolhidos milhões em impostos.
Nesta terça-feira 24, na Alemanha, o CEO
da Adidas, Herbert Hainer, festejou o sucesso comercial da Copa para a empresa.
“A presença da marca em campo e em todo o torneio no Brasil, bem como o sucesso
da nossa campanha de marketing em mídias sociais em todo o mundo, é uma prova
clara de que a Adidas é e continuará a ser a marca líder do futebol”, disse
Hainer. "Tivemos enorme retorno, não só entre os nossos melhores
jogadores mundiais, mas também entre os fãs de futebol em todo o mundo” ,
completou o vice-presidente Markus Baumman Ele ressaltou o sucesso de crítica e
vendas da bola oficial da Copa. “Muitos jogadores já dizem que a Brazuca é uma
das melhores bolas com a qual eles já jogaram.”
Entre empresas nacionais, a metalúrgica
Tramontina é uma das mais exultantes, também com faturamento aproximando-se da
casa do bilhão de reais em razão direta de seu engajamento da Copa.
"Patrocinar futebol, clubes e jogadores é sensacional", comemora o empresário
Clóvis Tramontina. "Quanto vale para uma marcar estar ao lado do povo
neste momento? É incalculável", completa.
Igualmente não é fácil projetar os ganhos
que o Brasil, enquanto destino de turismo internacional, vai obtendo com o
Mundial. Presidente da agência FSB e colunista de 247, o relações públicas
Francisco Soares Brandão estimou em 1 milhão e 500 mil minutos a exposição que
os jogos da Copa darão ao Brasil na soma dos flashs e programas da mídia
eletrônica global. Em seu artigo O Brasil Já Ganhou a Copa, Brandão compara
essa geração 'espontânea' como algo equivalente veiculação de milhões de
comerciais de 30 segundos durante um mês. "Ao custo inimaginável de
trilhões de reais", assinala. Como diz o empresário Tramontina: "Quem
sabe?". No todo, o impacto da Copa do Mundo já estimado entre 0,5% e até
1% do Produto Interno Bruto.
O ex-jogador inglês David Beckham fez,
dentro do Brasil, um circuito off Copa, mergulhando na floresta amazônica para
ter contato direto com a natureza e as populações ribeirinhas. Está encantado,
com suas imagens disseminadas pelo mundo. Um dos garotos-propaganda mais
caros do planeta, quanto vale ter um astro como Beckham falando sincera e
gratuitamente falando bem do País para o mundo? Decididamente, esse resulto é
alto, intangível.
BASE DA PIRÂMIDE - Na
base da pirâmide de negócios, centros de comércio eletro-eletrônicos como a rua
Santa Efigênia, em São Paulo, aumentaram seu faturamento global em plenos menos
40% e razão da disparada de vendas de televisores e, também, dos pedidos de
compra e instalação de antenas e conversores digitais. A Copa, enfim, dá lucro
também para anônimos antenistas, que chegam a ter encomendas para 700
instalações neste mês.
No setor de hotéis, bares e restaurantes,
o que se nas 12 cidades-sede é uma festa generalizada. A ocupação no Rio de
Janeiro, o maior cartão postal do País, mantém-se acima dos 80% desde o início
do mês e deverá chegar perto dos 100% à medida e que o Mundial afunila – e
mesmo com a ida embora de 16 delegações.
Americanos, alemães, holandeses, belgas,
colombianos, chilenos e, claro, argentinos, para citar as torcidas mais
numerosas, continuam por aqui. As cenas de estádios lotados em todos os jogos,
quase sem exceções, vai se repetir até a final. A Fifa, com todos os direitos
que detém sobre a competição, deve arrecadar nada menos que R$ 10 bilhões – um
recorde para todas as competições já organizadas.
CHEFES DE ESTADO - Até
mesmo na infraestrutura, onde centrava-se o principal da crítica anterior à
Copa – agora virada em unanimidade a favor, ao menos até que a Seleção
Brasileira permaneça na competição -, o governo pode exibir a ampliação na
capacidade dos aeroportos em 70 milhões de passageiros/ano, desafogando uma
forte demanda reprimida. Os estádios, como já se sabe, estão sendo elogiados
por suas arquiteturas, e tem passado no teste do público, em razão do conforto
para assistir, e dos jogadores, pelos ótimos gramados para jogar.
Do ponto de vista política, à parte a
sucessão presidencial, o ganho outra vez para a Nação chamada Brasil é
incomensurável. Daqui, cerca de 19 mil profissionais de mídia têm transmitido
notícias ao mundo de um país em festa – com os incidentes normais de percurso,
como brigas, não muitas, entre torcedores, uma invasão de campo, roubos de
ingressos e atos minoritários de vandalismo. As grandes cidades estão lotadas.
Enquanto milhares de torcedores irão embora agora, outros milhares chegarão –
todos com uma impressão inicial melhorada do Brasil. Para a partida final, no
Maracanã, 22 chefes de Estado já confirmaram presença ao lado da presidente
Dilma Rousseff. A seguir, começa uma reunião de cúpula dos Brics. Em mais dois
anos, Olimpíadas do Rio de Janeiro. O Brasil, queira-se ou não, está na crista
da moda.
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Marcos Imperial