No frio porto-alegrense, cães se abrigam nas camas feitas de bacias, protegidos por cobertores. Foto: Débora Ely / Agência RBS
Protegidos por cobertas de lã e abrigados dentro de largas bacias, Marido, Feia, Lucas e Tigra não sentiam o vento gelado que soprava forte na manhã desta quinta-feira. Os quatro cães se escondiam do frio da zona sul de Porto Alegregraças a um casal de cachorreiros: João Batista e Lucinha Inês Carberlon. Proprietária de um posto de combustíveis no bairro Hípica, a dupla fez de um cantinho do estabelecimento um canil improvisado aos vira-latas.
Protegidos por cobertas de lã e abrigados dentro de largas bacias, Marido, Feia, Lucas e Tigra não sentiam o vento gelado que soprava forte na manhã desta quinta-feira. Os quatro cães se escondiam do frio da zona sul de Porto Alegregraças a um casal de cachorreiros: João Batista e Lucinha Inês Carberlon. Proprietária de um posto de combustíveis no bairro Hípica, a dupla fez de um cantinho do estabelecimento um canil improvisado aos vira-latas.
O caso de solidariedade chamou a atenção após a comerciante Cinthia Cramer passar pelo local com uma amiga, registrar o episódio e postar fotos no Facebook. Foram mais de 4 mil compartilhamentos e uma legião de fãs elogiando o casal.
— Nunca imaginei que fosse repercutir dessa maneira, foi muito rápido — conta Cinthia, que também é engajada na causa animal.
— Nunca imaginei que fosse repercutir dessa maneira, foi muito rápido — conta Cinthia, que também é engajada na causa animal.
João e Lucinha atuam voluntariamente na proteção canina há mais de 10 anos. Na casa onde moram, também na Zona Sul, cuidam de 11 cachorros — todos, oriundos de adoção. Mas o envolvimento vai além: o casal costuma recolher vira-latas doentes das ruas, tratá-los junto a veterinários e encaminhá-los à adoção na parceria de cuidadores da Capital.
— A legião de animais abandonados é muito grande, então recuperamos sempre na medida do possível — relata João.
As camas dos quatro vira-latas ocupam uma fração do posto de combustíveis há cerca de um ano. Lucas e Tigra moram por lá. Feia e Marido fazem do local um albergue — chegam só à noite. Todos apareceram doentes e foram curados após o casal tratá-los com remédios e carinho. Lucinha diz que, desde que o inverno chegou, o quarteto dificilmente deixa o lar improvisado. Nesta quinta-feira, mesmo durante o dia, era difícil de identificar até os focinhos da turma de tão entrouxados que estavam.
— Muitos clientes se solidarizam com a causa. Tem pessoas que dizem que são nossas clientes em função dos cães. Antes não tinha uma relação de causa e efeito, agora está tendo — aponta João.
Conhecidos na região onde moram pela causa, João e Lucinha temem que a repercussão do caso faça com que o local se torne ponto de abandono de bichos. A Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda) de Porto Alegre não recrimina o acolhimento: inclusive, incentiva, desde que não haja maus-tratos. A única ressalva é a orientação de que os cães estejam castrados e vacinados.
Os cães na companhia dos acolhedores, Lucinha e João Foto: Débora Ely / Agência RBS
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Marcos Imperial