Que homenagem podemos prestar a
Djalma Maranhão pelo transcorrer dessa data? Não temos dúvida que a resposta é:
nós brasileiros, aprofundarmos a luta em favor de uma Educação Pública
libertadora e de qualidade em todos os níveis, em todo o território nacional.
Todavia, essa homenagem pode
ser mais abrangente se conseguirmos lutar para por em prática o grande projeto
político desse honrado homem público, que é implementar em nosso país as
reformas política, agrária, tributária e urbana. Djalma Maranhão um dos
maiores símbolos da resistência e da luta popular no Brasil, era um defensor
ativo dessas reformas de base, propostas pelo então presidente João Goulart,
que poderiam ter dado um outro rumo ao nosso país.
Todas essas reformas
estruturais populares não foram postas em prática porque o golpe militar as
abortou em 1964 e precisam urgentemente voltar à agenda política. Outros temas
importantes como: o controle e austeridade dos gastos públicos, o combate
sistemático à corrupção nas esferas pública e privada, o fim imediato da
impunidade para aqueles que praticam crime contra o erário público e a
democratização dos meios de comunicação precisam estar na ordem do dia, para o
bem do povo brasileiro.
Quando esse conjunto de
reformas vier a ser discutido e debatido democraticamente com diversos setores
da sociedade e tornar-se realidade, com absoluta certeza, estaremos
homenageando em sua plenitude a figura de Djalma Maranhão. Homem coerente foi
cassado, preso e perseguido pelos agentes da ditadura militar por defender com
ousadia e obstinação os interesses populares.
Há programa mais atual do que
este? O sistema político é ultrapassado e desconectado com a realidade em que
vivemos. Não representa os anseios da sociedade brasileira, por isso o
descrédito da população com a política. Na década de 1960, Djalma Maranhão em
seus discursos e nos artigos escritos nos jornais Folha da Tarde e Jornal de
Natal, denunciava as deficiências do sistema político-eleitoral sob forte
influência do poder econômico.
Quanto à reforma agrária,
Djalma Maranhão dizia que: “era condição número um para enfrentar o atraso no
campo brasileiro”. A estrutura agrária no Brasil é patrimonialista, concentrada
nas mãos de poucos proprietários. A mudança nesta estrutura produziria ganhos
importantes, começando pelo barateamento do custo dos alimentos para a
população.
Há mais de 50 anos, Djalma
Maranhão defendia uma estrutura tributária progressiva, onde os ricos passassem
a pagar mais, e os pobres menos. Uma reforma tributária progressiva se faz mais
do que necessária e urgente: é condição importante para uma distribuição de
renda mais justa e equilibrada.
A imprescindível reforma urbana
é hoje uma demanda gigantesca das médias e grandes cidades brasileiras. Durante
as suas duas administrações municipais de: 1956 a 1959 e 1960 a 1964, Djalma
Maranhão respeitou o direito à moradia dos mais pobres, implantando uma
política pública de habitação e de infraestrutura decentes. Um episódio
marcante dessa política ocorreu em 1962, quando através de decreto, declarou de
utilidade pública e interesse social, para efeito de desapropriação, terrenos
localizados em Mãe Luíza e Brasília Teimosa, onde começava a se erguer uma
favela.
O governo municipal desapropriou a área não para expulsar os favelados,
mas para regularizar a situação dos habitantes com relação à ocupação dos
terrenos. O artigo 3º do decreto especificava que: “… os lotes serão entregues,
gratuitamente, a famílias de reconhecido estado de pobreza para que ali
estabeleçam sua moradia”. E o parágrafo primeiro determinava que: “os terrenos
serão entregues em caráter de usufruto, não podendo ser objeto de negociação
por parte dos ocupantes, podendo, isto sim, ser transferido de pais para
filhos”.
Essa atitude do prefeito Djalma
Maranhão, difere totalmente do que tem se constituído em norma comum das
administrações municipais que é de desalojar as populações pobres das áreas
nobres ou próximas dos centros urbanos e confiná-las em lugares distantes,
expulsando-as para as periferias, aumentando seus deslocamentos diários.
Portanto, para que sua
brilhante administração e o seu nome não caiam no esquecimento é preciso
defendê-lo nos debates, nas ruas, escolas, universidades, praças, no
parlamento, em todo lugar. É a homenagem mais sincera e honesta que podemos
prestar ao inesquecível homem público Djalma Maranhão, que morreu no exílio, na
cidade de Montevidéu, no Uruguai, em 30 de julho de 1971.
Por Alexandre de
Albuquerque Maranhão Historiador
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