
Nathalí Macedo, Entenda os
Homens
“Felicidade pra mim é pouco. Eu preciso de
euforia.” Essa máxima tem mais adeptos do que se pode imaginar. Em um mundo de
baladas alucinantes e sexo fácil, não é de se estranhar que as verdadeiras
parcerias sejam cada vez mais raras. Isso porque o conforto da conchinha em
dias frios e do filminho a dois no domingo não tem sido suficiente para
satisfazer enérgicos caçadores de êxtase.
A verdade é que algumas pessoas precisam estar
em estado permanente de paixão. Só dançar não basta – é preciso ultrapassar
todos os limites do seu corpo; só amar não basta – tem que ter orgasmos
múltiplos todo dia; se identificar com a profissão não basta – É preciso gostar
tanto do trabalho a ponto de ficar ansioso pela segunda-feira.
E os relacionamentos têm obedecido –
lamentavelmente – esse vírus moderno da insaciabilidade aguda. Arrisco dizer
que é por isso que as verdadeiras parcerias caíram de moda. Não se troca mais a
liberdade da solteirice pelo tédio que um relacionamento estável supõe. Mas
quem se recusa a essa troca certamente desconhece a sensação surreal de uma
conchinha. De gargalhadas épicas assistindo a um programa de humor sem graça no
sábado à noite. Do tesão inigualável de um sexo com amor (sexo com amor, não
necessariamente sexo amorzinho).
As parcerias ainda estariam “em alta” se as
pessoas parassem de esperar delas essa tal euforia. Espera-se sexo avassalador
diariamente quando, às vezes, se pode querer simplesmente pegar no sono depois
do jantar.
Espera-se conversa e tagarelices sem fim
enquanto se pode, vez ou outra, querer simplesmente permanecer em silêncio – e,
calma, isso não é um problema.
Achar que todo relacionamento se sustenta na
base do sexo três vezes ao dia e ter certeza de que há algo de errado se o
outro recusa é uma utopia. O amor é poder ser você mesmo. Poder assumir que
quer só dormir de conchinha – sem tabus, sem a obrigação da paudurecência
permanente. Sentir-se bem com o outro de chinelo e camisa de propaganda, sem
maquiagem e descabelada. Eu diria que amar é, acima de tudo, sentir-se à
vontade. Sem pressa, sem euforia, sem regras estabelecidas. Porque amor é
liberdade.
É preciso aceitar o outro em todas as suas
versões, inclusive nos dias ruins. A rotina é o preço que se paga pra se ter um
grande amor sempre ao lado – um preço irrisório quando ela se torna
absolutamente deliciosa. E isso só é possível ao lado de quem se ama. Apaixonar-se
é bom. Mas o amor tem privilégios que só podem ser desfrutáveis na
calmaria."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial