segunda-feira, 1 de setembro de 2014

EMPRESAS NACIONAIS TÊM O MAIOR VALOR EM 12 ANOS

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Nunca as companhias brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo valeram tanto como agora; apuração é da respeitada consultoria Economática, que acompanha desde 2002 o desempenho das empresas nacionais; soma do valor de mercado de cada uma perfaz R$ 2,59 trilhões; paradoxalmente, mercado experimenta hoje alta de 1%, com disparada das estatais: Banco do Brasil (+2,5%), Petrobras (+4%) e Eletrobras (+6%); motivo alegado é o resultado da pesquisa eleitoral Datafolha, da sexta-feira 29, com alta de Marina Silva, do PSB, contra presidente Dilma Rousseff, do PT, e condutor da política econômica Guido Mantega, da Fazenda; empresários que estão mesmo defendendo seus próprios interesses? Ou reclamação é de 'barriga cheia?'

247 – Reclamar do dia a dia da economia faz parte de qualquer democracia, especialmente quando há retração no PIB, como a verificada no segundo bimestre, de 0,6%, de acordo com o IBGE. Mas anotar  resultados em série histórica dos grandes setores produtivos também faz precisa fazer parte das análises mais profundas. Neste sentido, a consultoria Economática elaborou um estudo sobre a evolução mensal do valor de mercado das companhias brasileiras abertas – e apurou que elas nunca valeram tanto como agora.
Perfazendo R$ 2,59 trilhões, o valor de mercado somado das empresas nacionais listadas na Bolsa de Valores de São Paulo nunca esteve tão alto desde dezembro de 2002. O cálculo considera um número de empresas variável no tempo por que foi elaborado com todas as companhias presentes em cada data analisada.
O resultado mostra que os empresários, que têm feito coro contra a política econômica, podem se arrepender de uma mudança brusca no rumo traçado no governo da presidente Dilma Rousseff e executado pelo ministro Guido Mantega.
Nesta segunda-feira, reafirmando a aposta contra o governo, o Ibovespa subia 1,06% às 12h43, com disparada dos papeis da Petrobras (+4%) e Eletrobras (+6%). A alta seria uma reação dos investidores à subida nas pesquisas da candidata do PSB, Marina Silva, na pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira 1. O paradoxo está no fato de Marina já ter se comprometido em esfriar a exploração do pré-sal, pela Petrobras, o que, segundo os técnicos da companhia, tem tudo para prejudicar o crescimento da estatal. O que está importando para o mercado, ao que se vê, é mais a política, neste momento, do que a própria situação das empresas.
Abaixo, tabela elaborada pela Economática sobre o recorde em valor de mercado das companhias dos mais diferentes setores da economia e texto do site Infomoney, parceiro de 247, sobre a manhã na Bolsa: 
Ibovespa sobe mais de 1% após Datafolha; Petrobras dispara 4%
Por Lara Rizério

SÃO PAULO - Em dia de feriado nos EUA por conta do Dia do Trabalho, o Ibovespa registra forças na sessão desta segunda-feira (1), digerindo os números do Datafolha e o reajuste de estimativas do mercado devido ao efeito-Marina. Às 10h27 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 1,23%, a 62.047 pontos, patamar máximo desde 24 de janeiro de 2013, com destaque para a nova alta das ações da Petrobras, que sobem cerca de 4%.
No radar da companhia, além do Datafolha, está a entrada dos papéis PETR3 no portfólio do BTG Pactual com o novo cenário eleitoral: os analistas veem as ações chegarem a R$ 30,00 se Marina Silva (PSB) for eleita.
As estatais, que vêm sendo as protagonistas desse "rali eleitoral", acentuam os ganhos a cada minuto de negociação e roubam a cena nesta sessão, sendo elas: Petrobras (PETR3, R$ 23,04, +4,07%; PETR4, R$ 24,38, +4,41%) e Eletrobras (ELET3, R$ 8,64, +6,01%; ELET6, R$ 12,82, +3,81%) e Banco da Brasil (BBAS3, R$ 35,84, +2,43%).
Toda essa euforia deve-se a pesquisa eleitoral Datafolha, que mostrou Marina Silva (PSB) 13 pontos percentuais acima da última pesquisa do instituto, realizada em 18 de agosto, e agora com 34% das intenções de voto, empatada com o mesmo percentual de Dilma Rousseff (PT). Enquanto isso, o candidato do PSDB, Aécio Neves, apresentou forte queda, indo dos 20% do dia 18 para atuais 15%.
Por outro lado, os papéis da Vale, que chegaram a subir cerca de 1% em meio a possíveis novos estímulos na China e com uma decisão favorável do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o imposto de renda de controladas, zeraram os ganhos. A primeira turma do STJ negou, por unanimidade, recurso impetrado pela União e manteve decisão que libera a mineradora de pagar impostos sobre lucro auferido por controladas no exterior para evitar a bitributação, disse a empresa à Reuters na sexta-feira.
O recurso foi impetrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional após decisão favorável do STJ à Vale, em abril. Na ocasião, a Justiça decidiu que o fisco brasileiro não pode tributar o lucro de controladas da Vale em Luxemburgo, Bélgica e Dinamarca. Segundo a Vale, a última decisão do STJ foi realizada na quarta-feira e o acórdão ainda não foi publicado.
Em destaque no noticiário econômico, está o Focus. Economistas de instituições financeiras revisaram as suas estimativas para diversos aspectos da economia brasileira, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira. A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 diminuiu para 0,52%, ante 0,70% da semana anterior - esta é a 14ª semana consecutiva que os economistas diminuem as estimativas para o crescimento da atividade econômica brasileira. Para 2015, os economistas também diminuíram a projeção do PIB para 1,10%, ante 1,20%.
Enquanto isso, o PMI Brasil revelado pelo HSBC mostrou um avanço na atividade industrial do Brasil, de 49,1 em julho para 50,2 em agosto.

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Marcos Imperial

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