quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Geração de empregos (RAIS): 1994/2002, 5 milhões X 2003/2013, 20,4 milhões de emprego

Por: José Prata Araújo

O indicador do mercado de trabalho formal mais amplo é a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Os dados da RAIS são divulgados anualmente, representam cerca de 97% do mercado de trabalho formal brasileiro e são aproximadamente 7 milhões de empresas declarantes. 

De forma diferente do CAGED, que se restringe ao trabalho celetista, a RAIS também recolhe dados dos estatutários, dos trabalhadores regidos por contratos temporários e dos empregados avulsos. Na tabela abaixo, utilizamos os dados do CAGED somente em 2013 e 2014, já que os dados da RAIS não foram ainda divulgados para estes dois anos.

Geração de empregos formais – RAIS  – 1995 a 2014
Ano
Nº empregos
1995
      88.495
1996
      74.576
1997
    274.116
1998
    387.207
1999
    501.630
2000
 1.235.364
2001
    960.985
2002
 1.494.299
Total anos FHC
 5.016.672
Média anual FHC
    627.084  
2003
    861.014
2004
 1.862.649
2005
 1.831.041
2006
 1.916.632
2007
 2.452.181
2008
 1.834.136
2009
 1.765.980
2010
 2.860.809
2011
 2.242.276
2012
 1.148.082
2013*
1.117.171
2014**
   543.231
Total anos Lula / Dilma
20.435.202
Média anual Lula/Dilma
  1.789.422
Fonte: Ministério do Trabalho
*Dados do Caged para o ano
**Dados do Caged até maio/2014

Empregos formais: Lula e Dilma dão goleada em FHC
Veja na tabela os dados da RAIS dos últimos 20 anos, sendo os dados de 2014 até maio. Sob Lula e Dilma foram criados 20 milhões 435 mil empregos formais em onze anos e cinco  meses, uma média de 1 milhão 789 mil empregos por ano. Já sob FHC, os números foram bem mais baixos: 5 milhões 17 mil vagas em oito anos, com uma média de 627 mil contratações anuais. Assim, a média anual de geração de empregos nos governos do PT foi três vezes maior que no governo do PSDB.

Como explicar tamanha disparidade na geração de empregos formais entre os governos Lula/Dilma e FHC? As teorias dos tucanos e de seus aliados são risíveis. Veja o que disse o economista Edward Amadeo: “O emprego com carteira assinada cresceu como não fazia desde a década de 1970. Quem imagina que isso se deva ao aumento da taxa de crescimento econômico pode estar enganado. Foi o aumento no crescimento econômico, ou a redução da incerteza com um Lula prudente, que fez as empresas sentirem-se à vontade para contratar mais trabalhadores com carteira? Um bom debate”. (…) “Enfim, a redução da inflação e o arquivamento da política econômica do PT fez muito bem ao país” (Valor 26/12/2007). Ora, se prudência e a confiança dos empresários gerasse empregos, FHC, e não Lula e Dilma, seria o campeão na geração de empregos formais.

O emprego formal no Brasil vem crescendo de forma consistente nos governos do PT e não é por causa das reformas neoliberais, como afirmam os tucanos. Com o PT, a economia acelerou o seu crescimento, o que explica em parte a criação de milhões de empregos formais. O forte impulso da distribuição de renda e do mercado interno de massas, onde se sobressaem empresas fortemente geradoras de mão de obra sejam pequenas, micros, médias e até mesmo grandes empresas, também contribuiu. Os governos do PT têm como diretriz o trabalho de carteira assinada, seguida pela fiscalização do Ministério do Trabalho, ao contrário de FHC que estimulava as empresas a adotarem novas formas de contratação, visando reduzir o que chamavam de “custo Brasil”. Com o PT, os sindicatos foram valorizados, ao contrário de FHC que tinha como objetivo impor-lhes uma dura derrota.

Não podemos permitir a volta dos fantasmas do passado. Como diz a propaganda do PT: “Nosso emprego de hoje não pode voltar a ser o desemprego de ontem. Não podemos dar ouvidos a falsas promessas. O Brasil não quer voltar atrás”.

Como disse o presidente do PT, Rui Falcão: “A sociedade brasileira quer mudar, mas pensando no futuro e não em um passado que ela repudiou de forma reiterada e contundente nas três últimas eleições presidenciais”.

José Prata Araújo, é economista e autor dos livros Um retrato do Brasil – Editora Fundação Perseu Abramo (2006) e O Brasil de Lula e o de FHC – Bis Editora (2010)
Veja outros posts da série “Futuro X Passado” no 
www.blogdojoseprata.com.br, seção “O Brasil do PT e o do PSDB”.

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Marcos Imperial

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