Por: José Prata Araújo
O indicador do mercado de trabalho formal mais amplo é a Relação
Anual de Informações Sociais – RAIS. Os dados da RAIS são divulgados
anualmente, representam cerca de 97% do mercado de trabalho formal brasileiro e
são aproximadamente 7 milhões de empresas declarantes.
De forma diferente do CAGED, que se restringe ao trabalho
celetista, a RAIS também recolhe dados dos estatutários, dos trabalhadores
regidos por contratos temporários e dos empregados avulsos. Na tabela abaixo,
utilizamos os dados do CAGED somente em 2013 e 2014, já que os dados da RAIS
não foram ainda divulgados para estes dois anos.
Geração de empregos formais – RAIS – 1995 a 2014
Ano
|
Nº empregos
|
1995
|
88.495
|
1996
|
74.576
|
1997
|
274.116
|
1998
|
387.207
|
1999
|
501.630
|
2000
|
1.235.364
|
2001
|
960.985
|
2002
|
1.494.299
|
Total anos FHC
|
5.016.672
|
Média anual FHC
|
627.084
|
2003
|
861.014
|
2004
|
1.862.649
|
2005
|
1.831.041
|
2006
|
1.916.632
|
2007
|
2.452.181
|
2008
|
1.834.136
|
2009
|
1.765.980
|
2010
|
2.860.809
|
2011
|
2.242.276
|
2012
|
1.148.082
|
2013*
|
1.117.171
|
2014**
|
543.231
|
Total anos Lula / Dilma
|
20.435.202
|
Média anual Lula/Dilma
|
1.789.422
|
Fonte: Ministério do Trabalho
*Dados do Caged para o ano
**Dados do Caged até maio/2014
*Dados do Caged para o ano
**Dados do Caged até maio/2014
Empregos formais: Lula e Dilma dão goleada em FHC
Veja na tabela os dados da RAIS dos últimos 20 anos, sendo os
dados de 2014 até maio. Sob Lula e Dilma foram criados 20 milhões 435 mil
empregos formais em onze anos e cinco meses, uma média de 1 milhão 789
mil empregos por ano. Já sob FHC, os números foram bem mais baixos: 5 milhões
17 mil vagas em oito anos, com uma média de 627 mil contratações anuais. Assim,
a média anual de geração de empregos nos governos do PT foi três vezes maior
que no governo do PSDB.
Como explicar tamanha disparidade na geração de empregos formais
entre os governos Lula/Dilma e FHC? As teorias dos tucanos e de seus aliados
são risíveis. Veja o que disse o economista Edward Amadeo: “O emprego com
carteira assinada cresceu como não fazia desde a década de 1970. Quem imagina
que isso se deva ao aumento da taxa de crescimento econômico pode estar
enganado. Foi o aumento no crescimento econômico, ou a redução da incerteza com
um Lula prudente, que fez as empresas sentirem-se à vontade para contratar mais
trabalhadores com carteira? Um bom debate”. (…) “Enfim, a redução da inflação e
o arquivamento da política econômica do PT fez muito bem ao país” (Valor
26/12/2007). Ora, se prudência e a confiança dos empresários gerasse empregos,
FHC, e não Lula e Dilma, seria o campeão na geração de empregos formais.
O emprego formal no Brasil vem crescendo de forma consistente nos
governos do PT e não é por causa das reformas neoliberais, como afirmam os
tucanos. Com o PT, a economia acelerou o seu crescimento, o que explica em
parte a criação de milhões de empregos formais. O forte impulso da distribuição
de renda e do mercado interno de massas, onde se sobressaem empresas fortemente
geradoras de mão de obra sejam pequenas, micros, médias e até mesmo grandes
empresas, também contribuiu. Os governos do PT têm como diretriz o trabalho de
carteira assinada, seguida pela fiscalização do Ministério do Trabalho, ao
contrário de FHC que estimulava as empresas a adotarem novas formas de
contratação, visando reduzir o que chamavam de “custo Brasil”. Com o PT, os
sindicatos foram valorizados, ao contrário de FHC que tinha como objetivo
impor-lhes uma dura derrota.
Não podemos permitir a volta dos fantasmas do passado. Como diz a
propaganda do PT: “Nosso emprego de hoje não pode voltar a ser o desemprego de
ontem. Não podemos dar ouvidos a falsas promessas. O Brasil não quer voltar
atrás”.
Como disse o presidente do PT, Rui Falcão: “A sociedade brasileira
quer mudar, mas pensando no futuro e não em um passado que ela repudiou de
forma reiterada e contundente nas três últimas eleições presidenciais”.
José Prata Araújo, é economista e autor dos livros Um retrato do
Brasil – Editora Fundação Perseu Abramo (2006) e O Brasil de Lula e o de FHC –
Bis Editora (2010)
Veja outros posts da série “Futuro X Passado” no www.blogdojoseprata.com.br, seção “O Brasil do PT e o do PSDB”.
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