quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Número de pessoas pobres: 1994/2002 redução para 9 milhões X 2003/2013, redução para 41 milhões

Por: José Prata Araújo
Os números sobre a redução da pobreza no Brasil explicam, em grande medida, a ascenção e queda de Fernando Henrique e a vitória dos governos Lula e Dilma. Veja a tabela a seguir (os dados do IPEA de pobreza e extrema pobreza estão apresentados conjuntamente).

Redução da pobreza Brasil – 1993 a 2012
Ano
Pobreza – número de pessoas
1993
89.683.859
1994
-
1995
74.215.036
1996
75.120.955
1997
77.126.396
1998
74.326.104
1999
80.137.986
2000
-
2001
83.517.368
2002
81.663.555
Redução FHC
-8.020.304
2003
87.123.294
2004
82.914.839
2005
76.185.629
2006
65.697.004
2007
62.610.303
2008
55.396.263
2009
53.118.987
2010
-
2011
45.595.572
2012
39.939.364
Redução Lula/Dilma
-41.724.191

Fonte: Ipeadata
Fernando Henrique reduziu somente 9 milhões o número de pobres
Os dados mostram que o Plano Real, de fato, nos primeiros anos, reduziu, de forma significativa a pobreza no Brasil. Entre 1993 e 1995, o número reduziu de 89.683.859 para 74.215.036, ou seja, o contingente de pessoas pobres reduziu-se em dois anos em 15,469 milhões de pessoas. Diante de uma inflação galopante, crescente e persistente, o governo implementou o Plano Real, que conseguiu, de fato, reduzir a inflação para patamares muito baixos. O IPCA, por exemplo, que atingiu 2.477,15%, em 1993, recuou para 22,41% e 9,56%, respectivamente, em 1995 e 1996. Com a redução radical do chamado imposto inflacionário, que era apropriado pelos bancos, pelas empresas e pelo setor público, foi possível, em um primeiro momento, um ganho para as camadas mais pobres da população, que não contavam com contas remuneradas e com mecanismos de indexação de seus parcos rendimentos. Foi isso que possibilitou ao governo de centro-direita de Fernando Henrique montar uma aliança inusitada: da população mais pobre com os segmentos mais ricos da população. Os mais pobres foram favorecidos com o aumento do poder de compra e com a redução importante da pobreza nos primeiros anos do pós-Real. Já os grandes capitalistas foram fortemente favorecidos com as elevadas taxas de juros reais pagas pelo governo brasileiro e pelo programa de privatização do Estado brasileiro. Foi essa aliança que permitiu a eleição de Fernando Henrique em 1994 e a sua reeleição em 1998.

As melhorias para os pobres no governo tucano perderam força, sobretudo a partir de 1998/1999 até as crises econômicas de 2001/2002. Com isso, o desemprego aumentou, o crescimento da renda perdeu velocidade, e a pobreza voltou novamente a aumentar, passando dos 74.215.036, de 1995, para 81.663.555, em 2002, um aumento de 7,448 milhões. Desta forma, em todo o governo FHC, o número de pobres reduziu-se em apenas 8,020 milhões de pessoas. Com isso, o governo FHC esgotou-se e Lula, com o povo sem medo de ser feliz, foi o vitorioso na eleição.

Com Lula e Dilma o número de pobres reduziu-se 41,724 milhões
Com Lula e Dilma, o Brasil viveu um momento histórico em relação à redução da pobreza. Para isso foram fundamentais a aceleração do crescimento da economia, a geração de 20 milhões de empregos de carteira assinada, o aumento expressivo da renda, sendo que o salário mínimo teve correção real de 73%, com a ampliação e criação de programas de grande impacto social, como o Bolsa Família. Os resultados destas políticas de inclusão social estão expressos na tabela. O número de pessoas pobres reduziu-se de 81.663.555 para 39.939.364, uma diminuição de 41,724 milhões. Como pode ser visto, mesmo em momento de graves crises econômicas, como em 2008 e 2009, o número de pessoas pobres continuou se reduzindo no Brasil. Os dados são de 2012 e, no final de 2014, os avanços serão ainda maiores. A presidenta Dilma, com o Programa Brasil Sem Miséria, colocou como meta, com diversos programas sociais, acabar com a extrema pobreza em seu governo.

Não podemos permitir o retorno dos fantasmas do passado, com mais desemprego, redução dos programas sociais e novamente com o crescimento da pobreza da população.

Como disse o presidente do PT, Rui Falcão: “A sociedade brasileira quer mudar, mas pensando no futuro e não em um passado que ela repudiou de forma reiterada e contundente nas três últimas eleições presidenciais”.

José Prata Araújo, é economista e autor dos livros Um retrato do Brasil – Editora Fundação Perseu Abramo (2006) e O Brasil de Lula e o de FHC – Bis Editora (2010)


Veja outros posts da série “Futuro X Passado” no 
www.blogdojoseprata.com.br, seção “O Brasil do PT e o do PSDB”.

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Marcos Imperial

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