Por: José Prata Araújo
Os números sobre a redução da pobreza no Brasil explicam, em
grande medida, a ascenção e queda de Fernando Henrique e a vitória dos governos
Lula e Dilma. Veja a tabela a seguir (os dados do IPEA de pobreza e extrema
pobreza estão apresentados conjuntamente).
Redução da pobreza Brasil – 1993 a 2012
Ano
|
Pobreza
– número de pessoas
|
1993
|
89.683.859
|
1994
|
-
|
1995
|
74.215.036
|
1996
|
75.120.955
|
1997
|
77.126.396
|
1998
|
74.326.104
|
1999
|
80.137.986
|
2000
|
-
|
2001
|
83.517.368
|
2002
|
81.663.555
|
Redução
FHC
|
-8.020.304
|
2003
|
87.123.294
|
2004
|
82.914.839
|
2005
|
76.185.629
|
2006
|
65.697.004
|
2007
|
62.610.303
|
2008
|
55.396.263
|
2009
|
53.118.987
|
2010
|
-
|
2011
|
45.595.572
|
2012
|
39.939.364
|
Redução
Lula/Dilma
|
-41.724.191
|
Fonte: Ipeadata
Fernando Henrique reduziu somente 9 milhões o número de pobres
Os dados mostram que o Plano Real, de fato, nos primeiros anos,
reduziu, de forma significativa a pobreza no Brasil. Entre 1993 e 1995, o
número reduziu de 89.683.859 para 74.215.036, ou seja, o contingente de pessoas
pobres reduziu-se em dois anos em 15,469 milhões de pessoas. Diante de uma
inflação galopante, crescente e persistente, o governo implementou o Plano
Real, que conseguiu, de fato, reduzir a inflação para patamares muito baixos. O
IPCA, por exemplo, que atingiu 2.477,15%, em 1993, recuou para 22,41% e 9,56%,
respectivamente, em 1995 e 1996. Com a redução radical do chamado imposto
inflacionário, que era apropriado pelos bancos, pelas empresas e pelo setor
público, foi possível, em um primeiro momento, um ganho para as camadas mais
pobres da população, que não contavam com contas remuneradas e com mecanismos
de indexação de seus parcos rendimentos. Foi isso que possibilitou ao governo
de centro-direita de Fernando Henrique montar uma aliança inusitada: da
população mais pobre com os segmentos mais ricos da população. Os mais pobres
foram favorecidos com o aumento do poder de compra e com a redução importante
da pobreza nos primeiros anos do pós-Real. Já os grandes capitalistas foram
fortemente favorecidos com as elevadas taxas de juros reais pagas pelo governo
brasileiro e pelo programa de privatização do Estado brasileiro. Foi essa
aliança que permitiu a eleição de Fernando Henrique em 1994 e a sua reeleição
em 1998.
As melhorias para os pobres no governo tucano perderam força,
sobretudo a partir de 1998/1999 até as crises econômicas de 2001/2002. Com
isso, o desemprego aumentou, o crescimento da renda perdeu velocidade, e a
pobreza voltou novamente a aumentar, passando dos 74.215.036, de 1995, para
81.663.555, em 2002, um aumento de 7,448 milhões. Desta forma, em todo o
governo FHC, o número de pobres reduziu-se em apenas 8,020 milhões de pessoas.
Com isso, o governo FHC esgotou-se e Lula, com o povo sem medo de ser feliz,
foi o vitorioso na eleição.
Com Lula e Dilma o número de pobres reduziu-se 41,724 milhões
Com Lula e Dilma, o Brasil viveu um momento histórico em relação à
redução da pobreza. Para isso foram fundamentais a aceleração do crescimento da
economia, a geração de 20 milhões de empregos de carteira assinada, o aumento
expressivo da renda, sendo que o salário mínimo teve correção real de 73%, com
a ampliação e criação de programas de grande impacto social, como o Bolsa
Família. Os resultados destas políticas de inclusão social estão expressos na
tabela. O número de pessoas pobres reduziu-se de 81.663.555 para 39.939.364,
uma diminuição de 41,724 milhões. Como pode ser visto, mesmo em momento de
graves crises econômicas, como em 2008 e 2009, o número de pessoas pobres
continuou se reduzindo no Brasil. Os dados são de 2012 e, no final de 2014, os
avanços serão ainda maiores. A presidenta Dilma, com o Programa Brasil Sem
Miséria, colocou como meta, com diversos programas sociais, acabar com a
extrema pobreza em seu governo.
Não podemos permitir o retorno dos fantasmas do passado, com mais
desemprego, redução dos programas sociais e novamente com o crescimento da
pobreza da população.
Como disse o presidente do PT, Rui Falcão: “A sociedade brasileira
quer mudar, mas pensando no futuro e não em um passado que ela repudiou de
forma reiterada e contundente nas três últimas eleições presidenciais”.
José Prata Araújo, é economista e autor dos livros Um retrato do
Brasil – Editora Fundação Perseu Abramo (2006) e O Brasil de Lula e o de FHC –
Bis Editora (2010)
Veja outros posts da série “Futuro X Passado” no www.blogdojoseprata.com.br, seção “O Brasil do PT e o do PSDB”.
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