Juliana Sada, do Centro de Referências em Educação Integral /
GGN
"Entre os anos de 2001 e 2011, mais de 50 mil mulheres foram
assassinadas de forma violenta no Brasil. Isto quer dizer que a cada 1h30,
em média, uma mulher foi morta. O dado alarmante não vem sozinho: em 2013,
foram registrados cerca de 52 mil estupros no país, totalizando mais de
cem casos por dia.
Apesar de disseminada, a violação de direitos nem
sempre é fácil de detectar, já que em geral acontece dentro de casa e é
cometida por alguém próximo. Dados da Central de Atendimento à Mulher, do primeiro semestre de 2014,
indicam que em 94% dos casos de violência o autor foi o parceiro, ex ou
familiar da vítima.
Ainda que a violência física ou sexual seja a que mais salta aos
olhos, ela não é a única. Meninas, garotas e mulheres são também vítimas de
violências mais silenciosas como a psicológica, patrimonial ou moral. Além
disso, a desigualdade de gênero faz com que as mulheres tenham outros direitos
violados como à educação, ao lazer e ao próprio corpo.
É diante deste panorama que anualmente governos e
sociedade civil, à convite do Centro pela Liderança de Mulheres no Globo, da Universidade
Rutgers, nos Estados Unidos, se mobilizam nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da
Violência contra as Mulheres. O período – de 25 de novembro até 10
de dezembro – é marcado por atos e debates sobre a violência e desigualdade de
gênero. Para apoiar educadores neste debate, o Centro de Referências
em Educação Integral preparou uma lista com 16 filmes que
retratam diferentes tipos de violência e a mobilização das mulheres para
garantir seus direitos.
Escola
Ainda que a violência contra a mulher possa
parecer algo distante da sala de aula, não é. Os relatos da Central de
Atendimento à Mulher revelam que os filhos também são vítimas. Em 64% dos casos
as crianças presenciaram a violência contra a mãe e, em 17%, também sofreram
agressões. Além disso, adolescentes e mulheres jovens (de 15 a 24 anos) possuem
mais chances de serem vítimas de homicídio.
Paralelamente, a escola é espaço privilegiado
para debate de temas latentes da sociedade e para a reflexão sobre postura e
comportamento diante do outro. Além disso, educadores cumprem
papel fundamental na garantia de direitos de crianças e adolescentes
e na promoção do desenvolvimento
integral de cada estudante."
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Marcos Imperial