Do Jornal de Hoje.
Quase dois
anos depois de ser distribuído, por sorteio, ao relator, desembargador Ibanez
Monteiro, o processo da rejeição das contas do prefeito Carlos Eduardo pela
Câmara Municipal de Natal, relativas ao último ano do mandato anterior do
pedetista, em 2008, entrará na pauta da segunda Câmara Cível nesta terça-feira.
Caso venha a ter a rejeição às contas confirmada pela Câmara Cível, Carlos
Eduardo ficará inelegível e não poderá disputar a reeleição em 2016.
A apelação em
julgamento amanhã é de autoria da Câmara Municipal de Natal, que reprovou as
contas do prefeito, e do Ministério Público. Assinam a apelação os procuradores
da CMN Tiago Fernandes de Souza, Leonardo Palitot Villar de Mello, Vidalvo
Silvino da Costa Filho e Rodrigo Emanuel de Araújo Dantas. Além de Carlos Eduardo,
o Município de Natal consta como apelado. O prefeito é defendido pelos
advogados Rodrigo Fonseca Alves de Andrade e Gleydson Kleber Lopes de Oliveira.
Já o município conta com a defesa dos procuradores Francisco Wilkie Rebouças
Chagas Júnior e Christiano Baía Fernandes de Araújo.
PROCESSO
Além do
desembargador Ibanez Monteiro, relator da apelação conhecida como embargo
infringente, votam no processo amanhã os desembargadores Virgilio Fernandes e
Francisco Seráfhico, este, revisor da matéria, em substituição à desembargadora
Judith Nunes. Caso os três votem favoráveis à apelação, ou seja, à unanimidade,
Carlos Eduardo fica inelegível, e terá de recorrer às instâncias superiores,
sejam elas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou mesmo ao Supremo Tribunal
Federal (STF). Em caso de o placar ser dois votos favoráveis à rejeição das
contas, e um contrário, Carlos Eduardo terá a prerrogativa de recorrer ao pleno
do TJ.
Em verdade, a
Câmara Municipal de Natal tenta reformar a decisão anterior, que foi pela aprovação
das contas do prefeito, tendo por base o fato de que os vereadores de Natal as
rejeitaram sem um parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A
jurisprudência sobre a matéria é dúbia, o que tem feito o julgamento render até
os dias de hoje. Em 2012, o prefeito quase não conseguia se candidatar,
justamente por conta da rejeição das contas.
Parecer do MP é favorável à
rejeição das contas do prefeito
O detalhe do
julgamento de amanhã é que, mais uma vez, o Ministério Público entendeu que as
contas do prefeito devem ser rejeitadas. Parecer da Procuradoria Geral de
Justiça do Rio Grande do Norte, o órgão máximo de representação do Ministério
Público, com assento no pleno do TJ, foi favorável à Câmara Municipal de Natal.
Com isso, cria-se embasamento legal para que os desembargadores acatem a tese
proposta pelos procuradores da Câmara Municipal de Natal.
Caso acatem
tais argumentações, os desembargadores irão tomar posição favorável ou
contrária à apelação. E caso aceitem a apelação, Carlos Eduardo Alves ficará
imediatamente inelegível por oito anos. Na visão ainda de advogado consultado
pelo JH, o atual mandato do prefeito de não seria atingido pela decisão. Neste
caso, ele ficaria inelegível, mas apenas para a eleição seguinte, a qual ele já
avisou que pretende concorrer.
SUCESSÃO
Caso venha a
ter a rejeição a suas contas chancelada pela Justiça Eleitoral, o prefeito
Carlos Eduardo Alves deixará o quadro sucessório bastante agitado. São tidos
como candidatos naturais à sucessão do prefeito representantes de várias siglas
e grupos políticos. Pelo PT, o nome já lançado é do deputado estadual Fernando
Mineiro. Ele teria a simpatia e o apoio do governador eleito do Estado,
Robinson Faria (PSD).
Outro nome
que, provavelmente, seria candidato, seria o deputado estadual reeleito Hermano
Morais (PMDB). Vereadores da legenda defendem que a sigla lance Hermano novamente,
tendo em vista o bom desempenho dele nas urnas em 2012, quando disputou o
segundo turno com Carlos Eduardo.
Ainda pela
oposição, são tidas como certas ainda as pré-candidaturas do deputado federal
eleito Rogério Marinho (PSDB). Ele contaria com o apoio do senador tucano e
ex-presidenciável Aécio Neves, para a postulação. O deputado estadual Kelps
Lima (Solidariedade) também seria um nome dentro do cenário, juntamente com o
candidato do PSOL a governador, Robério Paulino, que já disputou a prefeitura.
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Marcos Imperial