Fátima Bezerra se despede simbolicamente da Câmara
dos Deputados.
A deputada federal e senadora eleita pelo Rio
Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) fez, nesta quinta-feira (11), no plenário
da Câmara, um discurso de agradecimento e de encerramento do mandato na
Câmara dos Deputados.
Em sua fala, Fátima se lembrou de sua trajetória
forjada na luta popular, especialmente na luta dos trabalhadores em educação,
bem como relembrou as principais conquistas feitas pelo governo Lula e Dilma.
“Rememorar é produzir um discurso sobre o passado e se torna difícil reproduzir
fielmente cada passo de uma caminhada quando até mesmo o olhar de quem caminha
já não é o mesmo. Em síntese, aquela professora, dirigente sindical e militante
do PT foi eleita duas vezes deputada estadual, em 1994 e 1998; posteriormente
foi eleita três vezes deputada federal, em 2002, 2006 e 2010, sendo a candidata
a deputada federal mais votada do estado em 2002 e 2010”, disse.
Fátima lembrou da aprovação de importantes
projetos que tramitaram pela Casa, como, por exemplo, a criação do FUNDEB, o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (REUNI), a Lei de Cotas, Lei do Piso Nacional do Magistério, a Lei dos
Royalties, e recentemente o Plano Nacional de Educação, que vinculou 10%
do PIB para educação. “Iniciei o mandato como deputada federal quando se
iniciava o governo do primeiro operário eleito presidente do Brasil, o que nos
permitiu transformar diversos sonhos em realidade. Tenho muito orgulho de nunca
ter envergonhado a população do Rio Grande do Norte e a população brasileira
nesta Casa ou fora dela, de sempre ter caminhado sobre o terreno da ética e de
ter me doado de corpo e alma à tarefa coletiva de transformar o Brasil,
abdicando do convívio cotidiano com familiares e amigos”, declarou.
Senado
Fátima aproveitou parte de seu discurso para
agradecer a população do estado que confiou e votou na primeira senadora de
origem popular do Rio Grande do Norte. “O PT potiguar ousou enfrentar aquela
que talvez tenha sido a maior tentativa de recomposição das oligarquias locais
e eleger a primeira senadora de origem popular da história do Rio Grande do
Norte, com o apoio decisivo de milhares de jovens e trabalhadores que hoje
podem sonhar e transformar seus sonhos em realidade”, afirmou.
“Quero agradecer ao povo do Rio Grande do Norte,
que mais uma vez se fez protagonista de um novo tempo, que generosamente me
confiou mais um mandato, desta vez no Senado Federal. Agradecer a cada jovem
que pela primeira vez ergueu a bandeira do PT e foi às ruas defender um outro
mundo possível. Minha gratidão é indescritível, assim como é indescritível
minha vontade de fazer valer a luta, de fazer valer o sonho”, completou
emocionada Fátima Bezerra.
Fátima disse ainda que nos próximos anos o
Congresso terá que aprovar importantes projetos para o desenvolvimento do país,
como, por exemplo, a reforma política, com uma Constituinte Exclusiva e
Soberana; a reforma agrária e urbana; e a Lei da Mídia Democrática. “Os
desafios são imensos e exigem do parlamento muito mais protagonismo, compromisso
e responsabilidade social. Ao lado dos movimentos sociais, da bancada do PT e
dos partidos aliados, quero ajudar a presidenta Dilma fazer um mandato melhor
do que o primeiro. Serei também uma voz firme na defesa do meu Rio Grande do
Norte”, finalizou.
Leia na íntegra o discurso na íntegra;
Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,
É com muita emoção que ocupo a tribuna desta Casa
para simbolicamente me despedir dos meus pares, das servidoras e servidores
públicos com quem convivi durante os últimos 12 anos enquanto deputada federal,
assim como para destacar momentos importantes de uma trajetória forjada na luta
popular, especialmente na luta das trabalhadoras e dos trabalhadores em
educação.
Sr, Presidente,
Guimarães Rosa sintetizou com muita beleza o que a
vida exige de mim e que exige diariamente da maioria do povo brasileiro: o que
a vida quer da gente é coragem. E foi com muita coragem que, ainda muito jovem,
migrei da pequena cidade de Nova Palmeira, no interior paraibano, para estudar
e lutar por uma vida digna na capital do Rio Grande do Norte. Naquele momento
eu achava que estava diante do maior desafio da minha vida, e talvez realmente
fosse, pois sem superá-lo provavelmente eu não iria me defrontar com os
desafios seguintes. Para mim a vida é uma estrada repleta de bifurcações,
impondo-nos escolhas difíceis e necessárias.
Tive a oportunidade de escolher um ofício
pouquíssimo valorizado, mas extremamente desafiador: o magistério na educação
pública. Tão desafiador que me colocou diante de uma nova bifurcação. Foi
quando construímos uma coluna de resistência, tentamos forjar nossa identidade
de classe e decidimos escrever nossa própria história. A associação se
transformou em sindicato, o sindicato se uniu a outros em confederação, a
confederação se aliou a outras categorias e movimentos em campanha permanente:
estava decidido que não seríamos derrotados sem luta popular. Foi quando
percebemos também que era necessário invadir o castelo, eleger representantes
de nossa luta para travar a disputa institucional no interior dos governos e
parlamentos, e decidimos construir o Partido dos Trabalhadores, uma organização
de sonhos coletivos liderada pelo operário Luís Inácio Lula da Silva: estava
decidido que não seríamos derrotados sem ousar destronar os poderosos e
construir o poder popular.
Foram inúmeras assembleias, reuniões, greves,
caravanas e provações. A direita, explorando o oligopólio da mídia, operou
diuturnamente para criminalizar os movimentos sociais e negar a política, com o
nítido objetivo de preservar o estado de coisas, mas não foi capaz de nos
deter, embora nos tenha imposto obstáculos dolorosos e até mesmo provocado
baixas em nossas trincheiras, com o assassinato de lutadores e lutadoras do
povo brasileiro em plena democracia que acabava de ser reconquistada. Sim, é
preciso ser dito, em pleno século XXI ainda existem lideranças populares ou
mesmo blogueiros progressistas perseguidos e ameaçados de morte no Brasil.
Quando me foi dada a tarefa de coordenar o
movimento das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação no Rio Grande do
Norte pensei novamente que estava diante do maior desafio da minha vida, mas a
história foi sendo escrita dia após e dia e os novos desafios brotaram à medida
que superamos cada obstáculo. Já não sabíamos distinguir o que era eu e o que
era nós, éramos, todas e todos, partes de uma teia de resistência tecida com
muita ousadia e ternura para se confrontar com a violência e com a ganância daqueles
que transformaram o Estado em balcão de negócios particulares, como se o Estado
devesse ser administrado como a Casa Grande dos tempos da escravidão.
Rememorar é produzir um discurso sobre o passado e
se torna difícil reproduzir fielmente cada passo de uma caminhada quando até
mesmo o olhar de quem caminha já não é o mesmo. Em síntese, aquela dirigente
sindical e militante do PT foi eleita duas vezes deputada estadual, em 1994 e
1998; posteriormente foi eleita três vezes deputada federal, em 2002, 2006 e
2010, sendo a candidata a deputada federal mais votada do estado em 2002 e
2010.
Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,
Tenho muito orgulho de ter chegado até aqui sem
campanhas milionárias, sem comprar a vontade popular e sem ser proprietária de
nenhum grande veículo de comunicação, o que por sinal é inconstitucional. Tenho
muito orgulho de nunca ter envergonhado a população do Rio Grande do Norte e a
população brasileira nesta Casa ou fora dela, de sempre ter caminhado sobre o
terreno da ética e de ter me doado de corpo e alma à tarefa coletiva de
transformar o Brasil, abdicando de uma vida confortável e do convívio cotidiano
com familiares e amigos. Por força do destino companheiros e companheiras de
luta se transformaram em amizades imprescindíveis, sem as quais a solidão seria
intransponível. Por força da luta popular iniciei o primeiro mandato como
deputada federal quando se iniciava o governo do primeiro operário eleito
presidente do Brasil, o que nos permitiu transformar diversos sonhos em
realidade.
Sr. Presidente,
Não há como comparar o que esta Casa produziu nos
últimos 12 anos ao que produziu durante a década de 90, pois existem nítidas
diferenças entre os projetos que disputaram o segundo turno das eleições
presidenciais neste ano que se encerra. Felizmente faço parte do projeto que
vem mudando para melhor a vida do povo brasileiro, do projeto que mais uma vez
foi vitorioso nas urnas, como militante do Partido dos Trabalhadores e
parlamentar.
Sim, também tenho muito orgulho de ser petista, de
ser mais uma de uma multidão de lutadores e lutadoras do povo brasileiro, uma
multidão que sonha e que, nas palavras de Pedro Tierra, organiza o sonho, pois
sabe que a história não é fruto do acaso ou do destino, mas sim o resultado da
ação de homens e mulheres comuns, dos filhos e filhas da margem. Sim, apesar da
campanha ostensiva e criminosa protagonizada pela grande mídia contra o PT,
tenho muito orgulho de erguer a bandeira vermelha com a estrela no centro, a
bandeira de tantos que já não estão entre nós, mas que estarão sempre presentes
em nossa memória, como Chico Mendes, Adão Pretto, Florestan Fernandes, Sérgio
Buarque de Holanda, Gonzaguinha, Elis Regina, Mário Lago e Márcio Thomaz
Bastos. Bandeira que a direita, avessa à democracia e à livre manifestação,
tentou rasgar e incendiar durante as jornadas de junho de 2013, mas que a
militância fez questão de manter erguida em homenagem aos que perderam suas
vidas lutando contra o fascismo.
Sr. Presidente,
Vivenciei debates e momentos históricos nesta
Casa, a começar pela criação e implementação do programa Fome Zero, que inseriu
no horizonte do possível a utopia da erradicação da fome no Brasil. Como foi
difícil vencer o preconceito e a herança cultural da Casa Grande para reduzir a
fome e a pobreza extrema neste país. Recordo ainda com muita emoção da
aprovação do FUNDEB, um projeto que tive a honra de relatar e que representa um
marco sem precedentes no que diz respeito ao desenvolvimento e manutenção de
todas as etapas da educação básica. E já que falei de educação, não poderia
deixar de registrar a importância da superação do entulho político do passado
neoliberal, como a anulação daquela lei tucana que condicionava a expansão da
educação profissional e tecnológica ao orçamento dos estados e municípios,
impedindo o acesso de milhares de jovens à educação pública. Vocês não sabem o
quanto me emociono quando sou abraçada por jovens que hoje estão matriculados
em uma das unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
RN, espalhado pelas diversas regiões do estado; quando um pedreiro, uma
cozinheira ou um agricultor familiar me aborda com os olhos brilhando e diz
“muito obrigado”, reconhecendo o papel de nosso mandato para que seus filhos
pudessem sonhar com melhores empregos e maiores salários. Nada disso seria
possível com a política de Estado Mínimo adotada durante a década de 90. Mas as
conquistas na área da educação foram além. O Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) revolucionou a
universidade pública brasileira, que finalmente vem sendo pintada de povo e de
diversidade. A Lei de Cotas, por sua vez, foi outro passo decisivo para
democratizar o acesso ao ensino superior, reconhecendo inclusive a opressão
étnico-racial, ainda hoje mascarada na sociedade brasileira. A Lei do Piso
Nacional do Magistério foi outra conquista extremamente importante, que abriu o
caminho para futuras conquistas. A Lei dos Royalties, por sua vez, tornou
possível a aprovação de um novo PNE com metas extremamente ousadas e exequíveis,
como a vinculação de 10% do PIB à educação. Sim, o ex-presidente Lula e a
presidenta Dilma nunca se distanciaram dos ideais do mestre Paulo Freire, pois
nunca antes na história deste país a educação pública esteve no centro do
projeto de desenvolvimento nacional como nos últimos 12 anos. Poderia ainda
citar diversos avanços importantes na área da educação, como o SISU, o FIES e o
PROUNI, mas me sinto provocada a adentrar em outras searas.
Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Parlamentares,
Foi preciso eleger o primeiro operário presidente
para inserir o Brasil na geopolítica global de forma soberana; para tornar
nosso país independente do receituário neoliberal do Fundo Monetário
Internacional para os países ditos subdesenvolvidos, responsável por torná-los
eternamente dependentes do capitalismo euro-norte-americano; para elevar o
Brasil ao patamar de potência econômica capaz de protagonizar alianças
internacionais alternativas rumo à construção de um mundo multipolar; para
fortalecer a aliança anti-imperialista na América Latina.
Foi preciso eleger a primeira mulher e a primeira
ex-guerrilheira presidenta do Brasil para reescrevermos com a tinta da verdade
um momento sombrio da história de nosso país. A criação e constituição da
Comissão da Verdade e a aprovação da Lei de Acesso à informação foram passos
imprescindíveis, ainda que insuficientes, para empoderar a jovem democracia
brasileira. O Congresso Nacional, num dos seus momentos de sobriedade e
altivez, disse em alto e bom som: para que nunca se esqueça, para que nunca
mais aconteça. O Congresso Nacional, conscientemente ou não, pressionado pelos
movimentos sociais, reconheceu que em 1964 não houve revolução alguma, mas sim
o início de uma ditadura militar que torturou e matou filhas e filhos da nação.
Foi por tudo isso e muito mais que o povo
brasileiro, especialmente as juventudes, foi às ruas espontaneamente lutar pela
reeleição da presidenta Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. Foi
por tudo isso e muito mais que o PT potiguar ousou enfrentar aquela que talvez
tenha sido a maior tentativa de recomposição das oligarquias locais e eleger a
primeira senadora de origem popular da história do Rio Grande do Norte, com o
apoio decisivo de milhares de jovens e trabalhadores que hoje podem sonhar e
transformar seus sonhos em realidade.
Aprendi muito quando dirigente sindical, deputada
estadual e aqui nesta Casa, mas aprendi ainda mais nesta disputa que
enfrentamos com humildade e ousadia, com serenidade e paixão, com fé e luta
popular. Quem diria que aquela jovem da pequena cidade de Nova Palmeira seria
eleita a primeira senadora do PT no estado do Rio Grande do Norte, mas aqui
estou, simbolicamente me despedindo da Câmara para assumir um desafio que
novamente parece ser o maior desafio da minha vida, mas que novamente pretendo
enfrentar com os pés no chão e com as palavras de Bertold Brecht na memória:
nada é impossível de mudar.
Se é verdade que temos muitos avanços e conquistas
acumuladas durante os últimos 12 anos, também é verdade que poderíamos estar em
outro patamar no que diz respeito à redução das desigualdades sociais e à
qualidade de vida do povo brasileiro. Não podemos desprezar que um verdadeiro
extermínio da juventude pobre e negra acontece em nosso país, que as conquistas
sociais não foram suficientes para descontruir o fenômeno da violência, que a
educação básica e a saúde pública carecem de uma verdadeira revolução, que as
cidades brasileiras são verdadeiros manicômios onde internaremos uma população
que muito em breve não será mais hegemonicamente jovem. Se é verdade que o povo
brasileiro mais uma vez afirmou que não deseja retroceder ao passado, também é
verdade que o mesmo povo vem demonstrando que é preciso avançar muito mais, e
avançar muito mais não será possível se a política nacional continuar refém do
poder econômico, se o Congresso Nacional não assumir o compromisso de enfrentar
a pauta das reformas estruturais, a começar por uma reforma política
democrática e popular, debatida e aprovada numa Constituinte Exclusiva e
Soberana. A esquerda e a direita tem projetos antagônicos de poder, mas a
depender da manutenção do atual sistema político nem a esquerda nem a direita
serão vitoriosas, pois a derrotada será a própria política. Não poderia deixar
de mencionar também a necessária reforma tributária, sem a qual a distribuição
da riqueza nacional será estagnada. Não podemos negar a matemática, nós sabemos
perfeitamente como eliminar o abismo entre a minoria rica e a maioria pobre,
resta saber se o Congresso Nacional representará a maioria da população
brasileira ou a minoria. Aprovar a Lei da Mídia Democrática é outro desafio
imprescindível para o parlamento brasileiro. O que existe hoje é que é
ditadura, o que existe hoje é que é censura. O que existirá amanhã deve e merece
ser amplamente debatido, se preciso através dos instrumentos de consulta
popular previstos na Constituição de 1988.
Sr. Presidente,
Existem duas outras reformas que o Congresso
Nacional deve se envergonhar de não ter debatido profundamente e aprovado, que
são exatamente as reformas agrária e urbana, aquelas reformas que lidam
diretamente com a vida do povo no campo e na cidade, que lidam com acesso à
terra para plantar e com a casa para morar, com o direito ao território e à
mobilidade. Espero sinceramente que na próxima legislatura nós possamos
modificar profundamente a estrutura fundiária do Brasil, bem como iniciar a
reforma urbana através do aperfeiçoamento do programa Minha Casa Minha Vida,
efetivando a função social da propriedade e transformando em realidade o passe
livre estudantil.
Os desafios são imensos e exigem do parlamento
muito mais protagonismo, compromisso e responsabilidade social. Poderia citar
diversas outras tarefas igualmente importantes, como a reforma do judiciário e
o aperfeiçoamento dos instrumentos de combate à corrupção, mas o tempo é curto
e gostaria de reservar minhas últimas palavras para agradecer ao povo do Rio
Grande do Norte, que mais uma vez se fez protagonista de um novo tempo, que
generosamente me confiou mais um mandato, desta vez no Senado Federal.
Agradecer a cada jovem que pela primeira vez ergueu a bandeira do PT e foi às
ruas defender um outro mundo possível. Minha gratidão é indescritível, assim
como é indescritível minha vontade de fazer valer a luta, de fazer valer o
sonho.
Ao lado dos movimentos sociais, da bancada do PT,
dos partidos aliados e da presidenta Dilma não medirei esforços para que
possamos inaugurar um novo ciclo de avanços e conquistas, capaz de aprofundar a
democracia brasileira e de pavimentar o caminho para uma nova nação, de um novo
mundo, de uma nova humanidade. Amanhã será maior! Ninguém será capaz de deter a
primavera.
Deputada Fátima Bezerra
PT/RN.
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Marcos Imperial