Antonio Xaolin e Niura Antunes, ativistas e
moradores da Rocinha, escreveram artigo exclusivo para o Favela
247 defendendo os avanços sociais dos governos Lula e
Dilma e criticando os recentes panelaços das elites: "Entender essa
pregação do ódio contra Dilma e enxergar a cortina que esconde esse processo de
ódio é colocar as coisas no seu devido contexto histórico. É preciso uma
reflexão sobre como era o país antes de Lula e Dilma. Um país arrasado com o
povo da favela e da periferia totalmente sem direitos, e o que se via era
amontoados de desempregados, sem moradias e sem esperança".
Por *Antonio Xaolin e Niura Maria Antunes, para o Favela 247
Síndrome de Cinderela e a mãe dos pobres
Feliz Dia das Mães, Presidenta Dilma!
Isso mesmo, ela que tanto lutou e trabalhou para o Brasil melhorar
e se desenvolver. Tanto trabalhou para que os pobres se tornassem cidadãos visíveis
merece o título de Mãe do Brasil.
Entender essa pregação do ódio contra Dilma e enxergar a cortina
que esconde esse processo de ódio é colocar as coisas no seu devido contexto
histórico. É preciso uma reflexão sobre como era o país antes de Lula e Dilma.
Um país arrasado com o povo da favela e da periferia totalmente sem direitos, e
o que se via era amontoados de desempregados, sem moradias e sem esperança. E
ser favelado era pejorativo, tanto que virou comunidade.
Foi com o governo Lula e Dilma que milhões de brasileiros saíram da
linha da pobreza, conseguiram comprar a casa própria, conseguiram colocar seus
filhos para fazer uma faculdade, conseguiram comprar um carro novo, conseguiram
andar de avião pela primeira vez. Enfim, conseguiram ser visíveis e tiveram
suas vidas mudadas.
A verdade é que foi feito um processo de inclusão nunca visto na
história deste país, colocando o Brasil na rota do desenvolvimento. No fundo,
tudo que acontece agora é ódio às conquistas ao povo pobre.
A madrasta rica não quer ver a abóbora transformar-se em automóvel
e que os pés descalços tenham calçados novos. Preferem continuar rindo da
pobreza em seus castelos esvaziando suas panelas inox para baterem numa noite
de príncipe desencantado. Não toleram o avanço que o povo pobre conquistou nos
atuais governos. Não toleram o filho do pobre que senta ao lado do seu filho
rico no banco da faculdade. Não toleram o pobre que agora senta ao seu lado na
poltrona do avião.
Por que a madrasta rica bate panela se seu prato de porcelana está
sempre cheio de comida já que eles sabem que não estão perdendo nada? O
problema dessa gente é aturar pobre em aeroporto, shoppings, universidades, em
restaurantes e casas noturnas da moda.
Precisa ser cego e surdo para dizer que não sabe quanto as pessoas
mais pobres melhoraram de vida. As lojas estão cheias de pobres comprando
celulares, televisores de última geração; o desemprego ainda é um dos mais
baixos da história; a quantidade de universitários praticamente se multiplicou
nos últimos anos. A questão agora é que a gata borralheira não precisa voltar
para casa correndo antes da meia noite com medo do sapato de cristal quebrar.
Com a garantia dos direitos da empregada doméstica a madrasta agora bate a
panela chateada porque ela tem que respeitar a lei.
Uma convulsão social há muito tempo poderia ter acontecido. Só
ainda não ocorreu de o morro descer para o asfalto para cobrar a descomunal
dívida social graças a alguém que essa elite cretina odeia. Graças a Lula e
Dilma, o povo da favela e da periferia não se rebelou.
Se não fosse a distensão social existente, essa gente que bate
panela para tirar direitos e oportunidades de pobre talvez nem estivesse aqui
para contar a história, pois se – ou quando – o morro descer, toda cidade vai
cantar ouvindo saraivadas de fogos no ar.
Rico escolheu um jeito esquisito de se manifestar politicamente. O
ato de bater panelas sugere protesto contra a fome, no entanto as panelas dos
ricos estão sempre cheias, mas madrasta que se presem tem que reclamar quando a
Cinderela pobre melhora de vida e isso desagrada esse pessoal. Quando rico bate
panela para defender seus interesses políticos, pobre, favelado e remediado
deve abrir o olho. Rico não se manifesta no interesse dos de baixo. Essa classe
social tão barulhenta não quer ver mais pobres em aeroportos ou universidades.
Cuidado com essa gente que não lhe dar valor.
A luta de classes esta de volta com toda a força. Agora é que o
cabo de aço poderá arrebentar - o rico burguês de um lado contra o pobre
trabalhador do outro. O trabalhador querendo continuar melhorando de vida e o
rico burguês querendo impeachment. A madrasta maltratando a afilhada
borralheira, forçando a barra, batendo panela inox, para que a mãe dos
brasileiros seja impedida de realizar as mudanças necessárias para que os
filhos da pátria evoluam.
A história do conto de fadas agora é real. Não somos mais
Cinderelas, somos gente, queremos mais! E se é para lutar... Avante!
Feliz Dia das Mães, Presidenta
Dilma!
*Antonio Xaolin, líder comunitário
da Rocinha, coordenador da Câmara Comunitária da Rocinha. Foi presidente da
Associação de Moradores da Rocinha e Diretor do Sindicato dos Metroviários. Niura
Maria Antunes é trabalhadora da saúde e militante
social. Via 274.
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