Angela Meyer: “Mobilização e unidade são
fundamentais para a defesa do projeto de nação que defendemos"
Resistência à ofensiva contra a Petrobras é também uma das principais
bandeiras, porque está na pauta do Congresso Nacional a proposta de alteração
do regime de partilha
Entre as entidades e lideranças que estão organizando as mobilizações
para as manifestações do próximo dia 20, pelos direitos ameaçados no atual
processo político e contra o golpe articulado por setores importantes da
direita no país, representantes da juventude estão entre os mais aguerridos. “Dada
a conjuntura acirrada neste início do mês de agosto, é preciso que as forças
populares estejam nas ruas pautando a defesa da democracia, dos direitos dos
trabalhadores, a defesa da Petrobras, que são lutas que estamos fazendo desde
março, e se colocam na ordem do dia”, diz Pedro Freitas, integrante do Levante
Popular da Juventude.
Para Sarah de Roure, da Marcha Mundial das Mulheres, a mobilização do
dia 20 “tem a ver com a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma, que está
proposto pela direita, mas também tem a ver com o conservadorismo que tomou
conta da política, da economia e da sociedade”. “Vamos às ruas no dia 20 contra
o ajuste fiscal, mas também contra o golpe. Por direitos sociais, mas também em
defesa da democracia”, resume.
Movimentos sociais, CUT, UNE, Unegro, MST, UBM e CTB, Levante Popular da
Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, entre outros movimentos, vão às ruas
dia 20.
Para a presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes),
Angela Meyer, 20 anos, o principal objetivo da mobilização é a unidade em torno
da defesa do mandato conquistado nas urnas pela presidenta Dilma Rousseff. “A
mobilização e a unidade dos movimentos sociais são muito importantes para a
defesa do projeto de nação que nós defendemos para o Brasil. Um projeto
progressista, que contemple a todas as camadas da sociedade brasileira”,
explica. “Nós sabemos que isso está em jogo, por isso é importante a
nossa mobilização no dia 20 contra o golpe, fazendo a defesa constitucional do
mandato da presidenta Dilma.”
Na opinião de Angela, os objetivos só serão alcançados com “a
mobilização de todos os brasileiros e brasileiras que votaram nesse projeto, e
que querem um Brasil melhor, a continuidade dos avanços que a gente teve nos
últimos 12 anos”.
Para Sarah, da Marcha Mundial das Mulheres, a web é o contraponto com o
qual os movimentos sociais contam na luta contra a mídia, considerando que os
meios de comunicação tradicional já escolheram dar ênfase total às
manifestações do dia 16, contra o governo Dilma. “Para nós, a internet é um
instrumento fundamental, pelo papel que tem na vida das pessoas e
pela autonomia que a gente tem na internet.”
Para ela, porém, o significado da mobilização do dia 20 é mais amplo do
que simplesmente fazer uma “queda-de-braço” com a dos que se vestem de verde e
amarelo. “Para nós, mais do que fazer uma queda-de-braço entre o dia 16 e o dia
20, a questão é o que significa o dia 20 do ponto de vista de reconstituir um
sujeito político capaz de enfrentar o contexto que estamos vivendo? O dia 20
tem um caráter de afirmar a necessidade dos movimentos sociais e da esquerda
brasileira de se reconstituírem e afirmar seus laços, para termos um sujeito
político capaz de fazer enfrentamento na sociedade.”
Petrobras
Freitas, do Levante Popular da Juventude, destaca a defesa da Petrobras
como uma das principais bandeiras na manifestação do dia 20, porque está na
pauta do Congresso Nacional a proposta de alteração do regime de partilha. “A
soberania nacional está ameaçada com esse projeto de desmonte de Petrobras e é
necessário que as forças de esquerda se coloquem na rua contra isso.”
Em tramitação no Senado o PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP),
pretende “excluir a condicionante de participação mínima da empresa em, pelo
menos, 30% da exploração e produção em cada licitação”, nas palavras de texto
publicado na internet pelo site do Instituto Millenium.
Segundo Pedro Freitas, além de ser a maior empresa nacional e controlar
a exploração de petróleo no país, a Petrobras “é um motor que permite o
desenvolvimento de outras indústrias, como a naval e a de construção, toda uma
cadeia produtiva”. Para ele, “a Petrobras está no foco da disputa”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial