Kiko Nogueira, DCM
“Amy” tem todas as virtudes de um documentário musical: histórias bem contadas, a conexão entre a vida e a obra de um gênio, o ritmo fluido, os depoimentos de virtualmente todos os que importam — e o efeito de fazer com que o espectador queira ouvir novamente tudo o que ela gravou, agora com outros ouvidos.
Alguém escreveu que Amy Winehouse tinha talento demais para um corpo tão pequeno. Encontrada morta aos 27, no auge, depois de um disco impecável, Amy continua sem substituta à altura. Basta ver o que Adele cometeu contra si mesma em seu mais recente hit histérico para notar o abismo entre as duas.
“Amy” tem todas as virtudes de um documentário musical: histórias bem contadas, a conexão entre a vida e a obra de um gênio, o ritmo fluido, os depoimentos de virtualmente todos os que importam — e o efeito de fazer com que o espectador queira ouvir novamente tudo o que ela gravou, agora com outros ouvidos.
Alguém escreveu que Amy Winehouse tinha talento demais para um corpo tão pequeno. Encontrada morta aos 27, no auge, depois de um disco impecável, Amy continua sem substituta à altura. Basta ver o que Adele cometeu contra si mesma em seu mais recente hit histérico para notar o abismo entre as duas.
Mais: quem foi o culpado por sua destruição e por que ninguém fez nada para impedir que o destino trágico que se desenhava se confirmasse?
Eis o pecado do longa. Duas pessoas são escolhidas como vilãs: o pai, o taxista Mitch, retratado como um oportunista que vivia da inspiração da filha e a forçava a fazer turnês em seus momentos de desintegração mental.
É uma simplificação. O cineasta Asif Kapadia usou da mesma estratégia em “Senna”, pondo Alain Prost no lugar do bandido.
Amy era autodestrutiva. A mulher bomba. Alcoólatra e bulímica. Era maior de idade, também, bem sucedida, rica e inteligente (não tanto quanto as filhas do Nelsinho, mas ninguém é perfeito). Quem convence um compulsivo a parar de usar qualquer coisa se o compulsivo não quer parar?
Um conjunto de canções com influência de jazz e soul, com letras em que a autora falava de seus dois amantes e se comparava a gim Tanqueray desbancou lixos comerciais como Justin Timberlake.
O lento suicídio de Amy Winehouse foi uma escolha. E ela está viva."
Via http://congeneres.blogspot.com.br/
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Marcos Imperial