Deputados do PT no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara – Léo
de Brito (AC), Valmir Prascidelli (SP) e Zé
Geraldo (PA) – denunciaram, nesta quarta-feira (9), a interferência do
presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no processo que o julga
por possível quebra de decoro.
Desta vez, após cinco tentativas de votar o parecer do relator Fausto
Pinato (PRB-SP) que recomenda o processo de investigação, o Conselho de Ética
foi surpreendido por uma decisão do primeiro vice-presidente da Câmara,
deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que determinou a substituição imediata do
relator do caso. Sob protesto dos parlamentares que pedem rigor na
investigação, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA) acatou a
decisão.
“A sessão de hoje foi lamentável. Nós chegamos até aqui com o processo
preparado para ser votado, a decisão já estava amadurecida, mas infelizmente
houve uma censura. Quase que ao mesmo tempo que as decisões eram tomadas aqui,
a Mesa Diretora censurava essas decisões”, denunciou Léo de Brito. Para ele, se
se essa intromissão prevalecer, haverá uma desmoralização do Conselho de Ética.
“Eu espero que esse tipo de interferência não aconteça mais”, avalia o
parlamentar acreano.
Valmir Prascidelli também criticou o monitoramento que a mesa diretora
da Câmara e o Eduardo Cunha fazem do Conselho de Ética. “O que a mesa diretora
e o presidente desta Casa estão fazendo é uma vergonha. É um absurdo o que o
Eduardo Cunha está fazendo com esta instituição”, reclamou Prascidelli, que
lembrou que essa manipulação de Cunha é a mesma que ele faz nas comissões, no
plenário e nas votações quando é derrotado numa votação. “Nós já vimos isso
outras vezes aqui nesta Casa”, lamentou.
Prascidelli acredita que todas as manobras feitas nas reuniões do
colegiado são uma forma que Cunha e seus aliados encontraram para que o
Conselho de Ética não julgue a admissibilidade do processo dele. “Essas
manobras mostram com bastante evidência que ele tem medo que o processo
prossiga. Essa postura adotada revela que ele deve alguma coisa. Não é possível
que alguém que não tenha nada a temer não queira dar a sequência a um processo
que vai possibilitar que ele apresente a defesa e prove a inocência”, afirmou
Prascidelli.
Zé
Geraldo se mostrou cético em relação à mudança de procedimento por parte do
presidente da Câmara. Para ele, só quem pode barrar os desmandos verificados é
o Ministério Público Federal.
“Aqui
nada funciona. O Eduardo Cunha destitui tudo. Ele faz tudo que quer. Enfrentar
uma ditadura é difícil. Estamos aqui enfrentando uma ditadura do Eduardo Cunha
– que usa a máquina para intervir e tentar se safar. O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot tem que pedir o afastamento para que o Supremo
Tribunal Federal (STF) possa afastar o Cunha. Só assim nós vamos resolver”
avaliou.
Mais cedo, Zé Geraldo foi indicado pelo presidente do Conselho de Ética,
para relatar a o processo, em substituição a Fausto Pinato. No entanto, os
defensores de Cunha n colegiado não aceitaram a indicação e cobraram um novo
sorteio de lista tríplice, o que acabou ocorrendo após o encerramento da
reunião. Os nomes sorteados para relator foram Leo de Brito, Sérgio Brito (PSD-BA)
e Marcos Rogério (PDT-RO), que acabou sendo anunciado pelo presidente do
conselho como o novo relator do processo de Cunha. O parlamentar do PDT, que
terá novo prazo para elaborar seu parecer, é um notório integrante do grupo que
apoia o presidente da Câmara.
Benildes
Rodrigues
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