Advogado Fábio Hollanda
afirmou que delação de Gutson Reinaldo poderia esclarecer "tudo o que
aconteceu no Idema e na Assembleia Legislativa" (Foto: Adriano
Abreu/Tribuna do Norte).
Fábio
Hollanda defende Gutson Reinaldo, ex-diretor administrativo do Idema. Defesa
procura assinar acordo de delação premiada junto ao MPRN.
Responsável
pela defesa do ex-diretor administrativo do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente (Idema), Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, o
advogado Fábio Hollanda afirmou nesta sexta-feira (19) que políticos estão
envolvidos no esquema fraudulento do Idema investigado pelo Ministério Público
do Rio Grande do Norte. De acordo com Hollanda, uma delação premiada de Gutson
deverá esclarecer "tudo o que aconteceu no Idema e na Assembleia
Legislativa".
Hollanda
não revela quem são os políticos e nem os cargos que ocupam. Contudo, afirma
que os envolvidos são, sobretudo, da Assembleia Legislativa. A
audiência de instrução do ex-diretor está marcada para segunda-feira (22),
quando outros cinco réus também serão ouvidos. Segundo Hollanda, Gutson foi
orientado a falar a verdade sobre o que está no processo, no entanto, advertiu
que os detalhes que o cliente conhece - mas que não constam nos autos - só
serão revelados caso o MP assine o acordo de delação premiada.
"Agora
está nas mãos do Ministério Público querer ou não querer desvendar tudo o que
ocorreu no Idema na gestão do diretor Gutson e dos demais diretores do órgão,
bem como saber muito da Assembleia. Cabe ao MP aceitar a delação premiada que
está sendo negociada e, se chegarmos a contento, a sociedade saberá tudo o que
aconteceu no Rio Grande do Norte, tanto no Idema, como muita coisa do que
aconteceu na AL", declarou o advogado.
Apesar
de admitir o conhecimento do réu em relação ao esquema, Hollanda nega que Gutson
fosse o mentor do esquema descoberto no Idema. Para o advogado, o depoimento de outro réu, o
ex-diretor de finanças do órgão Clebson José Bezerril, feito nesta sexta (19),
comprova quem é o verdadeiro mentor da fraude.
"[Gutson] não
inventou, criou e nem foi mentor de nada que ocorreu. Ele teve participação.
Agora, hoje ficou comprovado nos depoimentos da manhã que o Clebson era quem
entendia do sistema, foi quem organizou, quem pensou e foi, dos que estão
denunciados, o maior mentor e organizador de todo este esquema", disse
Hollanda.
R$
30 milhões
Ex-diretor
financeiro do Idema, Clebson José Bezerril afirmou que o valor da fraude
investigada pela operação Candeeiro deve chegar a casa dos R$ 30 milhões. Após
assinar acordo de delação premiada com o Ministério Público, Clebson prestou
depoimento à Justiça na manhã desta sexta-feira (19). De acordo com o réu, sete
empresas que ainda não estavam sendo investigadas pelo MP estariam envolvidas
com o esquema desde o começo.
"O
valor deve passar da casa dos R$ 30 milhões porque tem mais sete empresas que
estavam desde o começo até o final do esquema. Elas não estavam sendo
investigadas, mas depois da minha delação o Ministério Público conseguiu chegar
até elas”, afirmou Clebson. Antes da delação, o Ministério Público estimava que
a fraude no Idema havia desviado R$ 19 milhões.
Operação
Candeeiro
Quatro
pessoas foram presas na operação Candeeiro, deflagrada pelo Ministério Público
Estadual no dia 2 de setembro de 2015. Um dos detidos foi o filho da
ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês. Segundo
o MP, Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, ex-diretor administrativo do
Idema, é o principal responsável pelo esquema, que teria desviado mais de R$ 19
milhões do órgão. A mãe dele foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de
Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três
dias depois por força de um habeas corpus.
Os
demais presos da operação Candeeiro são: Clebson Bezerril, ex-diretor
financeiro do Idema; João Eduardo de Oliveira Soares, também funcionário do
setor de contabilidade do órgão; e Renato Bezerra de Medeiros. O quinto mandado
é contra Antônio Tavares Neto.
Foram
emitidos cinco mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução
coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão em Natal, Parnamirim, Santana do
Matos e Mossoró. De acordo com o MP, os desvios dos cofres do Idema aconteceram
entre os anos de 2013 e 2014. O juiz da 6ª Vara Criminal de Natal decretou
ainda sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas.
Enquanto
o MP cumpria mandados de busca e apreensão na sede do Idema, que fica na Zona
Sul de Natal, os funcionários foram impedidos de entrar no local. O prédio foi
liberado após o cumprimento dos mandados.Via G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial