quarta-feira, 23 de março de 2016

Os fascistas que foram agredir Teori em casa prestaram um serviço à democracia


Fernando Brito, Tijolaço -

A manifestação de uma dúzia de loucos furiosos, ontem , diante da casa do Ministro Teori Zavascki, embora sejam um retrato dos tempos deprimentes que estamos vivendo, pode provocar, finalmente, alguma reação de brio restante nos membros de nossa Suprema Corte.

Não porque ministros do Supremo Tribunal Federal não tenham experimentado, por um motivo ou outro, oposição às suas decisões.

Nem porque não saibam conviver ou vão se intimidar diante disso.

Mas porque evidencia-se mesmo para os mais cegos a que ponto os incitadores de matilha que estão na mídia podem chegar.

Não há, até agora, uma nota nos jornais sobre o episódio, mas há manifestações de jornalistas, comoDiego Escosteguy, mal disfarçando a incitação às manifestações de um juiz que agiu com ponderação e autoridade e só o que fez foi chamar os autos a exame, para separar – se é que ainda é possível – o que pertence à primeira instância daquilo que é competência exclusiva da suprema corte brasileira.

Tão evidente que, tirando alguns ensandecidos, até seus seguidores no twitter cuidaram de repelir.

Mesmo com o boicote da mídia à divulgação do fato, é certo que haverá manifestações de desagravo a Teori, hoje, por parte dos demais ministros.

E o sentimento de que as loucuras que estão sendo feitas os vão engolfar, querendo ou não, mesmo à primeira manifestação que contrarie o ânimo linchador da mídia e dos zumbis que ela despertou de suas até então vidas vazias.

Isso não está acontecendo sem razão.

É o fruto de um contínuo trabalho de atiçamento, diariamente realizado pela mídia e, muito especialmente, por seus yuppies como Escosteguy.

Que, aliás, consideram-se, eles, os juízes supremos do que é bom, do que é honesto e do que devem ser as opiniões das pessoas, até mesmo a dos juízes.

No julgamento dos embargos de declaração, a Veja tentou fazer isso com o ministro Celso de Mello.

Agora, com Teori, chega-se às vias de fato.

Falta o que para chegar-se à agressão física, deles ou de seus familiares?
Os ministros podem ter muitos defeitos, mas tolos não são.

Sabem que a “cabeça de ponte” da intolerância está instalada ali dentro, na figura de Gilmar Mendes, que a cada dia se expressa com mais violência e menos respeito pessoal dentro daquela Casa.

Aliás, 10% desta violência, se fossem contra ele, estaria nas manchetes, provocando indignação. Justa, aliás, porque não deve em nenhuma hipótese ocorrer.

Conhecem, também, o que um regime autoritário faz aos magistrados dos quais arrancou a toga, mas não a dignidade: Evandro Lins e Silva , Hermes Lima e Victor Nunes Leal, cassados do Supremo pelo regime militar.

Se há brios no STF, eles despertarão hoje.

A não ser que eles queiram se bronzear na praia enquanto seus pares são lançados à fogueira do fanatismo.

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Marcos Imperial

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