Temer e Cunha representam a volta dos anos noventa, afirma ex-diretor do IPEA XIX PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM NACIONAL PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO (FNDC) VAI ATÉ O DIA 23, NO ESPAÇO ANHANGUERA, EM SÃO PAULO.
Escrito por: Walber Pinto • Publicado em: 21/04/2016 -
Lydiane Ponciano- CUT Brasil.
Frente à conjuntura política depois da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados no último dia 17, a XIX Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) repudiou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
A atividade começou nesta quinta-feira (21), no Espaço Anhanguera, em São Paulo. A plenária é o órgão máximo de representação dos filiados ao Fórum que deve eleger nesta edição a Coordenação Executiva e o Conselho Deliberativo para o biênio 2016-2018.
Participaram da mesa de abertura a coordenadora do FNDC, Rosane Bertotti, o deputado federal, Orlando Silva (PCdoB-SP) e o professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex-diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do IPEA, João Sicsú.
Em sua análise, o professor alertou para uma agenda de retrocesso caso o golpe passe no Senado Federal. Ele disse que um eventual governo de Michel Temer seria voltar aos anos noventa.
“O que está em jogo é fazer as privatizações, a volta dos anos noventa. Temer e Cunha representam isso. Se pretende mais concentração de renda e riqueza, onde o rico fica cada vez mais rico”, disse.
plenária ocorre em um momento de ofensiva das forças conservadoras no país e na América Latina. Para o deputado Orlando Silva, a região vive uma ofensiva aos movimentos populares depois de alguns avanços dos governos progressistas.
“Eles não suportam esses avanços. O que está em jogo é a aprovação da terceirização, as CPIs para atacar o movimento social e sindical”, declarou o deputado.
Silva reiterou também que o golpe é uma conspiração de Temer, Cunha e da oposição que desde 2014 não se conformou com os resultados das eleições. “Questionaram os resultados das urnas, agora tentam dar o golpe. Nós temos que denunciar a farsa, a mentira”.
Monopólio da mídia e cobertura internacional
De acordo com Bertotti, a grande mídia brasileira ajudou na construção do golpe através do seu poder econômico. “A mídia internacional já percebeu o papel de monopólio da Rede Globo. Quando a Dilma assumiu o governo, ela anunciou o que chamou de regulação econômica, mas a conjuntura foi andando e vimos que se tratava de um sonho”.
Ela criticou ainda o Congresso Nacional que articula mudanças no marco civil da internet. “A votação de domingo mostra o tipo de congressista que temos que dificulta esse tipo de projeto, como é o caso do marco civil”, finaliza.
Sobre a cobertura da imprensa internacioal que tem chamado de golpe o processo de impeachment contra Dilma, o secretário nacional de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, ressaltou que os golpistas estão preocupados com a repercussão estrangeira.
"Vamos mostrar pra essa mídia brasilieira como é que se faz jornalismo. Não é à toa que Michel Temer está preocupado com a repercussão internacional. Ele tem que ficar preocupado mesmo porque será cada vez mais taxado de golpista", disse o dirigente.
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