Jornalista,
cicloativista e um dos colaboradores do blog Transporte Ativo, João Lacerda
mostra quais cidades estão transformando o mundo e o conceito de mobilidade
urbana.
Para conhecer as
melhores cidades do mundo para pedalar é preciso um passeio pela Europa.
Começar pelas ciclovias de Copenhague e Amsterdam, seguir pelo interior da
Holanda para Utrecht, entrar na França por Estrasburgo voltar para os Países
Baixos em Eindhoven, ir rumo ao norte para a sueca Malmo, depois novamente a
França, depois Bélgica, Espanha, Alemanha etc.
Esses são alguns
dos exemplos que aparecem no Copenhagenize Index 2015, ranking organizado por
uma empresa dinamarquesa de consultoria em mobilidade que, desde 2011, busca
sistematizar as cidades mais tranquilas e favoráveis para usar a bicicleta.
Mais do que uma competição metropolitana internacional, trata-se de uma
ponderação de categorias que podem ser medidas em qualquer cidade. O Rio de
Janeiro chegou a figurar entre as 20 melhores, mas logo sumiu do mapa e hoje
Buenos Aires é a única representante latino-americana.
Enquanto o
ranking vindo da Dinamarca divide em treze os fatores para medir o quão
inclusiva da bicicleta é uma cidade, no Brasil temos apenas um ranking de malha
cicloviária. Trata-se de um levantamento dos quilômetros de ciclovias em algumas
cidades. Os dados não são muito confiáveis e acima de tudo mostram o quanto
ainda há por ser feito. Tanto na expansão das redes para bicicletas, quanto
principalmente no levantamento de dados de qualidade sobre infraestrutura
urbana em favor dos ciclistas.
A redescoberta
mundial da bicicleta no século XXI pode dar a falsa impressão de que as cidades
europeias começaram faz pouco tempo a fazer investimentos em ciclovias. Na
verdade, a facilidade em circular de bicicleta nas principais capitais
europeias hoje é exemplo de planejamento urbano de longo prazo com foco nas
pessoas. Amsterdam, talvez o exemplo mais famoso, encarou de frente o desafio
de tornar-se uma cidade boa para pedalar já nos anos 1970.
A famosa cidade
holandesa se tornou o que é hoje através, primeiro, de uma comunidade ativa e
engajada em favor dos espaços públicos de qualidade. Sejam os de circulação,
ruas aptas para pedalar com tranquilidade; sejam os de contemplação, com
espaços públicos bonitos e agradáveis para as crianças brincarem. Atualmente, o
mesmo fenômeno começa a acontecer nas cidades brasileiras, são pessoas que
dedicam esforços para que mais gente possa exercer o direito de ir e vir
montado em uma bicicleta.
Lições e bons
exemplos já estão disponíveis, resta implementar soluções que carreguem a visão
de que a bicicleta é ponta de lança para deixar o planejamento urbano do
rodoviarismo no passado e chegarmos uma nova organização das cidades, centradas
na qualidade de vida das pessoas que nelas vivem.
Estrutura cicloviária em cidades do Brasil (km)
Extensão de vias adequadas ao trânsito de bicicletas em cidades do Brasil
créditos: Ricky
Ribeiro / Yuriê Cesar
O gráfico foi
atualizado a partir de informações coletadas em abril de 2015 em prefeituras e
organizações de cicloativistas associados à UCB - União dos Ciclistas do
Brasil.
Entre 2011 e
2015, Brasília ultrapassou o Rio de Janeiro e é a cidade com maior estrutura
cicloviária do Brasil. A capital federal e São Paulo foram as cidades
brasileiras que mais ampliaram a estrutura para bicicletas nos últimos dois
anos , mas ambas são criticadas por falhas e pela baixa qualidade das vias
construídas ou demarcadas. Via http://www.bikedica.com.br/as-melhores-cidades-do-mundo-para-pedalar-e-o-que-o-brasil-pode-aprender-com-elas/
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Marcos Imperial