O processo das eleições municipais
inicia-se sob um governo ilegítimo. Isso significa que até a votação final, no
Senado, que deverá ocorrer até o final de agosto, as pré-candidaturas do PT têm
como tarefas centrais a luta contra o golpe, em defesa da democracia, do
mandato legítimo da presidenta Dilma e dos direitos sociais.
As eleições de 2016 serão também
marcadas pelos ataques ao PT, ao ex-presidente Lula e aos movimentos sociais,
com o objetivo de nos derrotar na disputa eleitoral desse ano e pavimentar o
caminho para uma vitória eleitoral da direita em 2018. Nesse sentido, nossa
ação política nos próximos meses será, ao mesmo tempo, de resistência, de
denúncia do golpismo e de defesa do nosso projeto. Mais do que nunca, as
eleições para o PT não podem ser um fim em si mesmo. Precisamos acumular forças
para aprofundar a democracia, melhorar a vida do nosso povo e estabelecer uma
contra-hegemonia política e cultural na sociedade. É para isso que objetivamos
eleger prefeitos(as) e vereadores(as).
Sem ignorar as particularidades locais e
a necessidade de apresentar objetivamente um conjunto de propostas para a vida
real dos municípios, nossas campanhas devem superar os padrões de
despolitização e de exacerbado pragmatismo que têm sido as marcas das disputas
eleitorais, inclusive com influências negativas sobre nossa ação política. O
caminho para a vitória é o debate programático, permanente e cotidiano. A
conquista do voto deve passar pelo trabalho de construção e difusão de um
programa municipal que tenha como eixos centrais a participação popular, as
políticas de inclusão e desenvolvimento sustentável e um atualizado modo
petista de governar-legislar. Nesse sentido, os programas de governo que
apresentaremos para a disputa não podem ser textos técnicos nem peças de
marketing, mas ferramentas de formulação e mobilização.
É imprescindível imprimir às campanhas
um sentido de militância e mobilização social, inclusive porque urge fazer
recuar a ofensiva deflagrada pela direita contra nós. Como parte importante
desse processo, é fundamental garantir a auto-sustentação financeira, com a
revalorização da contribuição dos militantes e simpatizantes do partido.
Entendendo que o governo golpista está
atacando duramente as conquistas dos governos Lula e Dilma, não podemos fazer
uma campanha sem a defesa vigorosa dos programas e ações que tiveram incidência
positiva na vida da população e que mudaram o perfil dos municípios,
considerando o mundo urbano e o rural.
Teremos, como nunca uma campanha
polarizada e focada na disputa política travada atualmente no país. Ter
candidaturas majoritárias será fundamental para defender nosso projeto e nosso
partido dos ataques da direita golpista. A disputa dos parlamentos municipais
também deve ser uma prioridade do partido em todos os municípios potiguares,
onde devem ser estimuladas e fortalecidas as candidaturas da juventude, das
mulheres, do movimento LGBT, do movimento negro, dos movimentos sociais em
geral e do movimento sindical, em especial.
O fortalecimento do campo democrático e
popular deve ser considerado do ponto de vista tático e estratégico. A nossa
principal aliança política e eleitoral deve ser com a classe trabalhadora, com
os partidos que constroem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo e
com os setores de partido e lideranças que não se posicionaram em defesa do Golpe.
Dado o conjunto de compromissos defendidos pelo PT ao longo de suas
administrações públicas, é indispensável o esforço de diálogo com os partidos
do campo democrático-popular e estendê-lo, caso a caso, a setores e partidos
que, mesmo fora deste espectro, defendam conosco pontos programáticos para as
eleições municipais. O PT não apoiará candidato a prefeito ou candidata a
prefeita do DEM, do PSDB do PPS e do SD e nem apoiará candidatos(as) de outros
partidos que votaram e/ou apoiaram o impeachment.
Caso existam propostas de alianças,
majoritárias ou proporcionais, com partidos fora do campo democrático popular
(PCdoB e PDT), o Diretório Municipal deverá encaminhar uma análise, por
escrito, do cenário político-eleitoral do seu município á Executiva Estadual,
que será responsável para deliberar sobre a posição a ser tomada.
Respeitadas a autonomia dos Diretórios
Municipais, as disputas internas legítimas e a discussão sobre alianças
eleitorais, a chapa final, com a definição de coligações, em cada Município,
somente poderá ser registrada na Justiça Eleitoral, após a devida aprovação
pelas respectivas direções estaduais.
As candidaturas proporcionais e/ou
majoritárias do PT devem ser instrumentos de disputa do projeto de sociedade
que vislumbramos. É preciso deixar claro que os mandatos do PT terão uma tarefa
prioritária: contribuir para a organização da classe trabalhadora em sua
histórica luta por direitos e liberdade.
A Executiva Estadual orienta as
instâncias de base do Partido, assim como as coordenações dos polos, setoriais
e secretarias, a desencadearem, em caráter de urgência, um amplo processo de
mobilização com o objetivo de organizar as ações do PT na resistência ao golpe
e na preparação para as eleições de 2016.
Natal, 27 de junho de 2016.
Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores – RN.
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Marcos Imperial