POR FERNANDO BRITO;
Enquanto muitos da nossa seleção de futebol andam de “salto alto”, foi uma mulher de pés bem firmes no chão que deu ao Brasil sua primeira medalha de ouro.
Rafaela Silva, a vitoriosa judoca, há quatro anos, ao ser desclassificada na Olimpíada de Londres, foi agredida com grosserias e manifestações racistas na internet.
Ainda estávamos nos primeiros tempos da onda de ódio e mediocridade que tomou conta das redes sociais.
“Parece que é besteira para os outros, mas ela quase parou. Fez o maior esforço para representar o país. Quando vai entrar na internet para ver se tem algum apoio, só vê gente chamando de macaca. Ficou desanimada”, disse o pai da judoca, Luiz Carlos do Rosário Silva, 50, registra a Folha.
Nos primeiros dias, com a compreensível irritação e sentimento de ofensa que isso provocou, bateu boca pelas redes.
Embora tenha recebido o apoio do então ministro do Esporte, Aldo Rabelo, para travar a batalha legal contra seus ofensores,preferiu lutar no que luta melhor: o judô.
Esta medalha é uma dourada bofetada que merecem os fomentadores do ódio, os racistas, os que acham que uma menina que vem de um barraco da Cidade de Deus e tem a pele negra é inferior ao seu branco berço.
Rafaela é muitas e pena que muitas não possam ser Rafaelas, porque nosso país trata mal o seu povo e acha que os pobres são parasitas, que só querem bolsa-família e leseira.
Gente que acha que pobre não é bem gente, que negro não é bem gente.
Gente – sim, apesar de tudo são gente – em quem Rafaela e sua medalha deram um wazari.
Um dia eles tomam um ippon.
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Marcos Imperial