Mais de 30 categorias profissionais irão parar em pelo menos 20 estados brasileiros contra o desmonte da Previdência e a destruição da CLT.
Sexta-feira, dia 28 de abril, é dia de Greve Geral. Mais de 30 categorias profissionais de pelo menos 20 estados brasileiros já decidiram aderir ao movimento. Entre elas, servidores públicos estaduais e federais, metroviários, condutores, bancários, metalúrgicos, professores de escolas públicas e privadas, petroleiros, funcionários dos Correios, da construção civil, do comércio e da saúde.
A expectativa é de que este seja o maior ato de mobilização da classe trabalhadora brasileira desde a década de 1980, quando a disparada da inflação no governo Sarney e o Plano Cruzado conduziram o país a uma de suas maiores greves após a redemocratização.
“O dia 28 é o dia que a militância do PT tem que estar toda nas ruas convocando e organizando a greve geral”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas. “O PT é principal partido dos trabalhadores brasileiros e a greve geral será uma reviravolta na conjuntura de luta contra a retirada dos direitos. O PT é o maior partido de massas do país e tem que estar nas ruas com a CUT”, acrescentou ele.
Para o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), “o Brasil infelizmente está parando pelo desgoverno Temer e por toda a crise gerada no país a partir da quebra das regras democráticas, do desrespeito ao voto do eleitor”. Para ele, quanto maior é a perda de legitimidade do governo atual, mais ele ataca os direitos dos trabalhadores e dos mais pobres.
“Precisamos de uma ação conjunta que mire neste objetivo: frear as antirreformas trabalhista e da Previdência, retomar o crescimento do país, mas acima de tudo, retomar a democracia brasileira com a antecipação de eleições gerais para presidente, para governadores, para deputados e senadores, porque o grande problema do Brasil foi a quebra da sua democracia”, declarou Fontana, conclamando: “Dia 28, todos nas ruas!”
O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu em seu artigo semanal que “esta é uma semana decisiva para mostrar o descontentamento e a oposição do povo aos planos sinistros do governo usurpador”.
Na Paraíba, o arcebispo do Estado, Dom Manoel Delson, disse que “o povo não aceita a reforma da Previdência nos termos que estão anunciando, se existe mesmo necessidade de fazer a reforma da Previdência ela deve ir em outra direção, tirando daqueles que ganham fortuna em cima dos trabalhadores, de todos que pagam impostos”. Ele ainda convocou todos os trabalhadores à manifestação no dia 28 de abril.
Atos pelo Brasil
Na cidade de São Paulo, 18 sindicatos já confirmaram paralisação. A Frente Brasil popular e a Frente Povo Sem Medo fazem um ato unificado com as centrais sindicais a partir das 17 horas no Largo da Batata, com caminhada até a residência pessoal de Michel Temer.
No Rio de Janeiro já são 21 sindicatos confirmados na greve, incluindo petroleiros dos terminais de Ilha D’água e Ilha Redonda. Na capital carioca, o ato ocorre na praça Cinelândia, a partir das 17 horas.
Em Sergipe, 27 sindicatos das mais diversas categorias aprovaram apoio à paralisação nacional. Entre as categorias que aprovaram participação no protesto estão os bancários, auditores fiscais, servidores do Estado, trabalhadores da construção civil, enfermeiros, trabalhadores rurais de 74 municípios, servidores públicos de Indiaroba e trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural.
Na Bahia, pelo menos 13 sindicatos confirmaram presença, como policiais civis, bancários e servidores do Judiciário, entre outros. “É a nossa chance de impedir os retrocessos. Vamos parar o Brasil e dizer não às reformas”, afirmou o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.
A Paraíba terá a paralisação de ao menos 17 categorias. Em João Pessoa, capital do Estado, o ato está previsto para as 14 horas no Ponto Cem Réis, no centro da cidade.
Também estão confirmadas paralisações de sindicatos em Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.
Agenda de Lutas
Como a Reforma Trabalhista teve o regime de urgência aprovado e deverá ser votada já na quarta-feira (26) em plenário, as centrais sindicais organizaram uma agenda de lutas para toda a semana, começando nesta terça-feira (25). Confira:
Terça-feira (25/4)
6h – Manifestação no Aeroporto de Brasília
10h – Manifestação na Câmara dos Deputados – Votação da Reforma Trabalhista
Quarta-feira (26/4)
Vigília na Câmara dos Deputados
Sexta-feira (28/4)
Greve Geral
Segunda-feira (1º/5)
Manifestações em todo o Brasil pelo Dia do Trabalho
Terça-feira (2/5)
Ocupa Brasília – Concentração com acampamento e manifestações permanentes no Congresso Nacional contra a subtração de direitos e a precarização do trabalho e contra o desmonte da Previdência Pública.
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Marcos Imperial