Por CARLOS D'INCAO Professor de História.
Quem pensou que iria assistir
no dia 10 de maio a um jantar onde o Lula seria o prato principal, acabou por
testemunhar uma refeição bem diferente: Sérgio Moro e o Ministério Público
foram devorados pela defesa impecável de Lula que, por sua vez, se portou de
forma absolutamente irretocável, tanto sob o ponto de vista judicial como sob o
ponto de vista político.
Moro iniciou o interrogatório
seguindo as velhas técnicas manjadas que lhe ensinaram no FBI: fazer
repetidamente as mesmas questões por diversas vezes e de forma incansável, para
tentar extrair contradições do réu e, ao mesmo tempo, tentar desestabiliza-lo
emocionalmente.
Porém, o que se vislumbrou foi
um festival de perguntinhas mesquinhas e sem conteúdo, típicas de um delegado
de quinta categoria de algum canto esquecido desse país.
E é isso exatamente o que
define o herói das elites escravocratas: um canastrão que consegue ser
desmascarado e desmoralizado pelo próprio réu, no meio de um depoimento
presidido por ele mesmo.
Lula conseguiu não apenas
provar sua inocência nesse patético caso do "Triplex do Guaruja",
como também desmascarou a farsa de toda essa denuncia, fazendo com que Moro e
os seus promotores fascistas engolissem as suas próprias palavras ao longo de
um interrogatório denso e histórico.
Falando sempre em falsete e com
a voz nitidamente fraquejando, o "poderoso" juiz de Curitiba parece
ter se dado conta de que apesar de todo o apoio da grande mídia e dos setores
ultra-reacionários, a farsa da Lava-Jato já não tem mais gás e está sendo
esmagada pela vontade de toda a sociedade brasileira que almeja voltar a viver
em um país com direitos, empregos e crescimento econômico.
No fim do interrogatório Moro
ainda pediu desculpas a Lula no caso de eventualmente ter lhe tratado com
desrespeito e se queixou também ser vítima de blogs que lhe criticam... Por um
momento pareceu que iria "virar a casaca" e pular fora do barco que
está nitidamente afundando.
Muito habilmente, Lula
lembrou-lhe (em suas últimas considerações) que o seu provável fracasso em
condená-lo irá lhe custar muito caro. E é exatamente isso que já se observa em
declarações como a de Merval Pereira - jornalista global da mais elevada
decrepitude - afirmando que Moro está "afundando a Lava-Jato" por
"não conseguir mais esconder que a mesma foi feita para incriminar
Lula".
O silêncio da grande imprensa
sobre o depoimento e sua incapacidade de fazer até mesmo uma edição
desfavorável a Lula mostra o quão devastadora foi a defesa do ex-presidente e o
quão humilhante ficou a Lava-Jato sob a luz dos fatos, ainda mais com os olhos
de todo o país e de todo Mundo observando atentamente o que estava ocorrendo
naquele pequeno e deselegante tribunal de exceção.
Cedo ou tarde todo esse
processo, com suas centenas de milhares de páginas - onde a ficção sempre se
sobrepõe aos fatos - se destina a ficar sob o julgo final da crítica roedora
dos ratos. Mas já temos a garantia de que se um dia alguém resolver desenterrar
essa anomalia jurídica, chamada "Lava-Jato", encontrará (junto com os
ratos) as infelizes considerações de um tal juiz Sérgio Moro...
Um doutor, catedrático e
bacharel em Direito (mas sem carteirinha da OAB)... e que no fim foi jantado à
milanesa - por mais de cinco horas - por um dos maiores símbolos internacionais
da classe trabalhadora, que apenas cursou o ensino técnico, mas que foi
diplomado presidente da República pela vontade soberana do povo brasileiro.
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Marcos Imperial