IGOR FUSER
Professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC)
Aos que hesitam em apoiar a candidatura de Haddad/13 com base na previsão de que as forças conservadoras farão de tudo para tornar seu mandato ingovernável, minha resposta é a seguinte:
Sem dúvida, um (cada vez mais) possível mandato presidencial de Haddad será marcado pelo conflito, pois as mesmas forças que impulsionaram o golpe de Estado em 2015/2016 farão de tudo para inviabilizar o novo governo a partir de 2019.
Esse conflito é inevitável,a menos que a gente queira se conformar com o fim dos direitos trabalhistas, com a destruição do ensino e da saúde públicas, com a entrega das riquezas nacionais (como o pré-sal) aos interesses estrangeiros, com o abandono de qualquer perspectiva de desenvolvimento econômico e social.
Luta vai haver, de uma forma ou de outra.
A eleição faz parte dessa luta. A vitória de um candidato de esquerda, especialmente se for do PT, que sofre uma campanha sistemática de criminalização e foi atingido diretamente com a deposição ilegal da presidenta Dilma Rousseff, representará uma derrota fragorosa dos golpistas.
Mas a burguesia não conformará com isso e usará todos os seus podres poderes, dos pit bulls do Judiciário ao oligopólio da mídia, dos religiosos picaretas ao empresariado fascista, dos militares gorilas aos delinquentes das redes virtuais de fake news, para anular a vitória popular e bloquear o regresso do país à democracia.
Com Haddad na Presidência as forças populares estarão, ao menos, numa posição mais forte para enfrentar os inimigos do povo e do Brasil.
E o que é a vida senão uma luta constante?
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