Crack oferecido em troca de voto em Caicó
O problema de envolvimento de jovens com as drogas já se transformou em meio de captação de votos. No entanto, não são as propostas dos candidatos para resolver a questão que atraem a simpatia dos viciados. Informações extraoficiais dão conta que cabos eleitorais de três candidatos a deputado estadual do Rio Grande do Norte estão comprando votos em troca de crack, no município de Caicó. Apesar de ainda não existir denúncia oficial, o administrador do cartório da Justiça Eleitoral na cidade, Paulo André, afirma que o fato é de conhecimento público. Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN), Paulo Eduardo Texeira, cobra investigação do Ministério Público.
Questionado sobre que ações a Justiça Eleitoral tomará para coibir esse tipo de ação ilícita, o administrador do cartório eleitoral de Caicó, Paulo André, informou que ainda não foi registrada nenhuma denúncia no local. No entanto, ele pediu para os eleitores denunciarem o crime. Segundo Paulo André, caso haja denúncia formal, haverá uma investigação conjunta da Justiça Eleitoral e Polícia Militar (PM) para prender os culpados e coibir a prática. "Toda a imprensa de Caicó está noticiando. Estamos aguardando que haja denúncia para tomar as devidas providências", informou.
Ao avaliar a situação, Paulo Teixeira, que é coordenador do comitê 9840 de combate à corrupção, cobrou rapidez do Ministério Público Eleitoral na investigação do caso. "Como o fato já se tornou público, o MP deve começar a agir o mais rápido possível. O caso é grave e tem que ser apurado", afirmou. Segundo Teixeira, não é necessário que haja denúncia para que o MP comece a investigar.
A prática foi denunciada à imprensa por um caicoense que participou de reunião com as lideranças que teriam confessado a estratégia do grupo de investir nos usuários de drogas da cidade para conquistar votos. Uma fonte informou que a prática já foi aplicada em prol das candidaturas de vereadores do município nas eleições de 2008.
Osnomes dos deputados para os quais os cabos eleitorais estavam trabalhando não foram revelados. A fonte também não identificou os vereadores caicoenses que foram beneficiados com a prática nas eleições passadas. O fato foi recebido com indignação pelos moradores da cidade.
Durante toda a tarde de ontem, a reportagem tentou entrar em contato com o promotor responsável pela Comarca de Caicó, mas não conseguiu. Funcionários do cartório alegaram que ele estava em audiências e não poderia conceder entrevistas. DIARIO DE NATAL.
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Marcos Imperial