Hugo Manso é dirigente do PT desde os anos 80 e agora se prepara para
mais um mandato na Câmara de Vereadores de Natal. Em entrevista no Alpendre do
PN aos jornalistas José Pinto Jr. e Cefas Carvalho ele fala sobre a
Região Metropolitana de Natal, segurança pública e alianças para a eleição
2014.
Qual a perspectiva desse novo mandato?
A rigor, começamos o trabalho parlamentar um dia após as eleições. As
demandas, as conversas e o trabalho político não param. Agora, começaram as
sessões ordinárias em seu ritmo normal. Isso traz uma dinâmica mais efetiva.
Minha perspectiva é desenvolver um trabalho voltado para a metrópole que se
formou. Sou vereador em Natal, mas também tenho que olhar para Parnamirim,
Macaíba, São Gonçalo e Extremoz, pelo menos, que possuem divisas e problemas em
comum com Natal.
Extremoz, por exemplo, possui a Redinha Nova que em tese é em Natal, mas no documento é no município de Extremoz. Temos problemas nessa região com coleta de lixo, transporte, iluminação, segurança, e lá moram pessoas que trabalham e vivem boa parte do tempo em Natal. Por isso temos que buscar novas alternativas, como foi o caso de Nova Parnamirim, que adquiriu grande status pelo crescimento e só agora a Prefeitura de Parnamirim vem dando um tratamento mais sensível à região e conseguiu dar soluções aos problemas da região. Mas as outras divisas ainda precisam de mais atenção. E no meu mandato pretendo abordar esse tema, com um trabalho junto ao Conselho de Planejamento Urbano, já que esse ano temos temas importantes para a cidade como a revisão do plano diretor, licitação dos transportes coletivos e na área de limpeza urbana. São temas que envolvem bastante dinheiro e precisa muita atenção.
Extremoz, por exemplo, possui a Redinha Nova que em tese é em Natal, mas no documento é no município de Extremoz. Temos problemas nessa região com coleta de lixo, transporte, iluminação, segurança, e lá moram pessoas que trabalham e vivem boa parte do tempo em Natal. Por isso temos que buscar novas alternativas, como foi o caso de Nova Parnamirim, que adquiriu grande status pelo crescimento e só agora a Prefeitura de Parnamirim vem dando um tratamento mais sensível à região e conseguiu dar soluções aos problemas da região. Mas as outras divisas ainda precisam de mais atenção. E no meu mandato pretendo abordar esse tema, com um trabalho junto ao Conselho de Planejamento Urbano, já que esse ano temos temas importantes para a cidade como a revisão do plano diretor, licitação dos transportes coletivos e na área de limpeza urbana. São temas que envolvem bastante dinheiro e precisa muita atenção.
O prefeito Carlos Eduardo está sintonizado nessa questão metropolitana?
Estivemos essa semana com o prefeito na Câmara durante a leitura da
mensagem. Foi uma mensagem forte e ousada. Ele abordou esse tema por cima.
Reconheço que no momento ele está mergulhado em uma situação de caos. Ele
declarou que não ia governar pelo retrovisor, mas reservou dois terços do
discurso para duras críticas à gestão passada. Eu espero que em pouco tempo ele
supere essa situação para poder administrar efetivamente. Ele pediu
publicamente 200 dias de trégua para por, minimamente, a cidade em ordem.
Não sei se será possível, mas já o parabenizo na questão de limpeza, pois em 45 dias a cidade já possui outro ar. O excesso de lixo em alguns locais despareceu. Há processo de recuperação de canteiros, praças e tapa buracos. Uma limpeza geral na cidade. Mas a saúde e a educação ainda enfrentam graves problemas. Acredito que esse primeiro semestre será para reorganizar a cidade. Espero que ele tenha essa visão metropolitana, buscaremos diálogo sobre o tema para que Natal possa polarizar a região.
Não sei se será possível, mas já o parabenizo na questão de limpeza, pois em 45 dias a cidade já possui outro ar. O excesso de lixo em alguns locais despareceu. Há processo de recuperação de canteiros, praças e tapa buracos. Uma limpeza geral na cidade. Mas a saúde e a educação ainda enfrentam graves problemas. Acredito que esse primeiro semestre será para reorganizar a cidade. Espero que ele tenha essa visão metropolitana, buscaremos diálogo sobre o tema para que Natal possa polarizar a região.
Você acha que se houver mobilização acerca da RMN, o Governo do Estado
poderá acordar para essa questão, reativando o Conselho sobre a região?
O governo Rosalba está dormindo desde sempre. Eu tenho receio que esse
governo já esteja acabando. Não tem mais o que fazer. Os próximos dois
anos temos muito pouco a esperar. Para este caso, acredito que Natal deverá
assumir essa responsabilidade, e os municípios também podem colaborar em
diversas áreas. O caminho de Natal é liderar esse processo e buscar que ao
menos algumas secretarias estaduais prestem atenção aos problemas daqui, já que
temos metade da frota automobilística, da população e mais da metade do PIB
estadual, ou seja, temos uma concentração alta para um Estado pequeno. Por mais
que as outras regiões cresçam, a Grande Natal continuará sendo um polo que
atrairá pessoas tanto de fora do Estado quanto do interior. Pessoas com
dinheiro e qualificação e pessoas sem recursos e sem estudo. Vamos continuar
com muitas contradições nessa região e só medidas governamentais podem reduzir
isso. Precisamos melhorar a estrutura, a questão do trânsito, e da educação.
Temos quatro unidades do IFRN, mas ainda é pouco para absorver a demanda que
existe.
Qual sua avaliação sobre a atuação da PM no caso do bloco Baiacu na Vara
e de que forma política a Câmara poderá trabalhar nesse caso?
Infelizmente houve uma falta total de comando. Eu estava na Redinha na
Quarta-Feira de Cinzas e estava muito próximo do incidente e observei tudo. Em
certo momento tive que sair da casa onde estava porque havia um clamor popular
para que houvesse alguma intervenção junto aos policiais que espancaram
brutalmente algumas pessoas.
Temos que ter uma discussão política envolvendo o Comando da PM, no sentido de haver uma relação mais tranquila com as concentrações populares. O carnaval é uma grande atividade cultural e atrai muita gente para a rua, e faltou preparo aos policiais para poder passar pelo público. A desavença começou quando um policial deu três tiros para cima. Faltou uma voz de comando para orientar os policiais naquele procedimento. Tivemos outras ocorrências, e já colhemos depoimentos de pessoas que dizem ter sido torturadas dentro das próprias viaturas, de pessoas que mesmo algemadas e imobilizadas foram atacadas com spray de pimenta, o que demonstra falta de preparo, ou seja, um problema que tem que ser levantado e discutido junto ao comando e ao Governo do Estado. Participei do carnaval em Pirangi e lá estava bem tranquilo. O papel da policia é de proteger e agir com inteligência. No caso da Redinha, deveriam ter planejado melhor o itinerário.
Temos que ter uma discussão política envolvendo o Comando da PM, no sentido de haver uma relação mais tranquila com as concentrações populares. O carnaval é uma grande atividade cultural e atrai muita gente para a rua, e faltou preparo aos policiais para poder passar pelo público. A desavença começou quando um policial deu três tiros para cima. Faltou uma voz de comando para orientar os policiais naquele procedimento. Tivemos outras ocorrências, e já colhemos depoimentos de pessoas que dizem ter sido torturadas dentro das próprias viaturas, de pessoas que mesmo algemadas e imobilizadas foram atacadas com spray de pimenta, o que demonstra falta de preparo, ou seja, um problema que tem que ser levantado e discutido junto ao comando e ao Governo do Estado. Participei do carnaval em Pirangi e lá estava bem tranquilo. O papel da policia é de proteger e agir com inteligência. No caso da Redinha, deveriam ter planejado melhor o itinerário.
Qual será a postura do PT nas eleições de 2014?
O principal ponto da nossa agenda política será a eleição presidencial.
A eleição estadual será subordinada à lógica nacional. Vem sendo assim nas
últimas eleições e nosso projeto para 2014 é a reeleição de Dilma. Não podemos
rebater o arco de aliança nacional que desconhecemos, porque cairíamos na mesma
contradição do PMDB, que é aliado a Dilma em plano nacional, mas aqui no RN é
aliado ao DEM. Essa situação cria um embaraço político no estado. O que se ouve
é que haverá uma mudança de postura do PMDB no RN em romper com Rosalba.
No momento isso não ocorre, porque se percebe que eles buscam entrar um pouco mais no governo. Ao PT no RN cabe tomar uma iniciativa de forçar a conversa com outros parceiros como o PDT de Carlos Eduardo e Maurício Marques, o PSB de Wilma e com o PSD de Robinson Faria. Refiro-me a eles por ser um partido que temos um histórico de diálogo; é um partido importante porque tem um deputado federal, um vice-governador, diversos prefeitos. É ruim iniciar as conversas com candidaturas pré-colocadas, como é o caso de Robinson que se coloca candidato ao governo. Então, eu não estou entrando com uma pré-condição de que Fátima é candidata pelo PT.
Ela é um nome e admite até concorrer ao Senado e eu admito a discussão do nome dela para o governo. Ela pode ser nossa candidata. Então, temos um quadro muito forte que pode disputar a chapa majoritária. O que precisamos é iniciar e não ficar esperando. Meu receio é que essa contradição do PMDB só venha a ser resolvida no último minuto e nós não podemos ficar reféns dos passos do partido. Eu publicizei isso quando fui candidato a senador. Garibaldi no RN votava em Agripino e em Rosalba e no plano federal em Dilma. Ou seja, ele ajudou a eleger seus opositores. Isso é ruim para a política do estado porque cria uma contradição que se reproduz nos municípios. Essa é uma solução que cabe ao PMDB. A nós, resta começar o processo, o debate e se possível montar uma chapa.
No momento isso não ocorre, porque se percebe que eles buscam entrar um pouco mais no governo. Ao PT no RN cabe tomar uma iniciativa de forçar a conversa com outros parceiros como o PDT de Carlos Eduardo e Maurício Marques, o PSB de Wilma e com o PSD de Robinson Faria. Refiro-me a eles por ser um partido que temos um histórico de diálogo; é um partido importante porque tem um deputado federal, um vice-governador, diversos prefeitos. É ruim iniciar as conversas com candidaturas pré-colocadas, como é o caso de Robinson que se coloca candidato ao governo. Então, eu não estou entrando com uma pré-condição de que Fátima é candidata pelo PT.
Ela é um nome e admite até concorrer ao Senado e eu admito a discussão do nome dela para o governo. Ela pode ser nossa candidata. Então, temos um quadro muito forte que pode disputar a chapa majoritária. O que precisamos é iniciar e não ficar esperando. Meu receio é que essa contradição do PMDB só venha a ser resolvida no último minuto e nós não podemos ficar reféns dos passos do partido. Eu publicizei isso quando fui candidato a senador. Garibaldi no RN votava em Agripino e em Rosalba e no plano federal em Dilma. Ou seja, ele ajudou a eleger seus opositores. Isso é ruim para a política do estado porque cria uma contradição que se reproduz nos municípios. Essa é uma solução que cabe ao PMDB. A nós, resta começar o processo, o debate e se possível montar uma chapa.
Aproveitando o tema, como anda a relação do PT com o PDT de Carlos Eduardo,
visto que há muita gente se desfiliando do partido para participar da gestão
municipal?
Nós assumimos uma postura no segundo turno de votar em Carlos Eduardo
sem barganhar espaços. Essa resolução permanece e, portanto, não temos
uma participação oficial do PT no governo Carlos Eduardo.
Alguns filiados nossos, em nível de contribuição técnica e profissional, foram convidados e aceitaram. Há uma discussão dentro do partido sobre a permanência deles, alguns preferiram se desfiliar para assumir a função mais à vontade e outros continuaram no partido. Mas esse não é o debate principal, e devemos supera-lo, pois o mais importante é a crise em que a cidade vive e é interessante a colaboração que os petistas podem oferecer ao governo, em particular, o secretário Cipriano, que é o principal cargo de 1º escalão assumido por alguém do PT, e outros secretários adjuntos, e acho isso perfeitamente normal. Foto: Hosangela Oliveira, via http://cefascarvalhojornalismo.blogspot.com.br postado por Marcos Imperial.
Alguns filiados nossos, em nível de contribuição técnica e profissional, foram convidados e aceitaram. Há uma discussão dentro do partido sobre a permanência deles, alguns preferiram se desfiliar para assumir a função mais à vontade e outros continuaram no partido. Mas esse não é o debate principal, e devemos supera-lo, pois o mais importante é a crise em que a cidade vive e é interessante a colaboração que os petistas podem oferecer ao governo, em particular, o secretário Cipriano, que é o principal cargo de 1º escalão assumido por alguém do PT, e outros secretários adjuntos, e acho isso perfeitamente normal. Foto: Hosangela Oliveira, via http://cefascarvalhojornalismo.blogspot.com.br postado por Marcos Imperial.
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