O MITO ACABA DE NASCER!
Faleceu hoje, na Venezuela, aos 58 anos, o presidente Hugo Chávez após
dois anos de luta contra um câncer. Trata-se de um caso que chama a atenção não
apenas por ser presidente de seu país mas por ser um personagem histórico para
a América Latina devido à coragem que demonstrou desde sempre contra a política
de dominação imperialista vinda do Norte.
Jamais aceitou que a sua pátria fosse vilipendiada pelo governo
Norte-americano como ocorreu por décadas e assim que foi eleito pela primeira
vez devolveu aos venezuelanos a soberania. Nunca realizou golpe de Estado para
chegar ao poder como os velhos e criminosos meios de comunicação sempre
afirmaram. Pelo contrário! Ele, enquanto presidente eleito pelo povo, sofreu um
golpe a mando dos imperialistas.
Independente de opiniões a favor ou contra Chávez é inegável a sua
importante participação na história da humanidade. Pessoas como ele apresentam
a possibilidade real de enxergarmos e vivermos o mundo de forma
diferente.
O PIG, os conservadores, os golpistas de plantão, os ignorantes e
alienados no Brasil e mundo afora estão comemorando o fato com a ilusão de que
o chavismo terminou hoje. Ledo engano! Mal sabem eles que o falecimento
do líder venezuelano irá potencializar o pensamento diverso do convívio em
sociedade mantendo ainda mais forte o senso crítico dos venezuelanos diante das
imposições da lógica de dominação mundial.
Chávez e a dignificação da efetiva liberdade e igualdade dos povos da
América Latina seguem mais vivos do que nunca!
Reproduzo abaixo, uma matéria do Opera Mundi que conta de forma ampla a
sua trajetória:
Hugo
Chávez morre aos 58 anos
Após um tratamento de dois anos e quatro cirurgias contra um câncer, o
presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faleceu nesta terça-feira (05/03), aos 58
anos. Militar e político, Chávez nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta,
Estado de Barinas. Criado pela avó paterna, o presidente entrou no Exército
Nacional da Venezuela em 1971, onde desenvolveu interesse pela política. Chávez
foi cofundador, em 1982, do MBR200 (Movimento Bolivariano Revolucionário 200),
em meio à crise econômica e social que, em 1989, culminou com o “Caracazo”,
revolta popular em repúdio ao pacote de medidas econômicas neoliberais. Naquele
período, os 10% mais pobres da população detinham apenas 1,6% do PIB (Produto
Interno Bruto), enquanto os 10% mais ricos, 32%. A pobreza alcançava 85% da
população e as classes A e B, somadas, representavam apenas 3,5% dos
venezuelanos. Revoltado com a repressão, que gerou milhares de mortos, o MBR200
organizou, em 4 de fevereiro de 1992, três anos após o “Caracazo”, uma
sublevação militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez que, embora tenha
fracassado como golpe de estado, permitiu catapultar para o cenário nacional o
líder maior do movimento: Chávez.
Ele ficou preso por dois anos e recebeu indulto do presidente Rafael
Caldera (1994-1999). Chávez então se candidatou à eleição presidencial de 1999
com o apoio do MVR (Movimento Quinta República) e foi eleito o 52º presidente
de Venezuela, com base no ideal da “Revolução Bolivariana”, amparada no chamado
“Socialismo do século XXI”. O ideal tem como centro um Estado forte, provedor
de direitos e regulador da economia, com expressiva participação direta na
propriedade dos meios de produção.
Em 1999, Chávez inicialmente advoga pela mudança da Constituição
da Venezuela de 1961, impulsionando um referendo constituinte que foi aprovado
por votação popular. Em seguida, é realizado um referendo constitucional, que
resultou na ratificação da Constituição da Venezuela de 1999. O presidente
convoca novas eleições em 2000 e é reeleito com 55% dos votos. Chávez dá início
ao desmantelamento do sistema político que havia herdado da chamada IV
República. Amparado por maioria parlamentar, os partidários de Chávez puderam
adotar uma série de mecanismos plebiscitários e de participação política que
detonaram o controle institucional antes exercido pelo bipartidarismo da AD
(Ação Democrática) e do democrata-cristão Copei. Esses setores perdem hegemonia
sobre a Assembleia Nacional, o Poder Judiciário e as Forças Armadas.
No final de 2001, Chávez sentiu-se forte para deslanchar suas
primeiras reformas estruturais na economia. As principais foram a Lei de Terras
(que fixou os parâmetros de reforma agrária) e dos Hidrocarbonetos (que
aumentou impostos sobre as companhias privadas e o controle governamental sobre
a atividade petroleira). O ambiente de mudanças leva a oposição política ao
presidente a organizar um golpe de Estado em 2002 e Chávez é retirado do poder
por dois dias. Seu lugar é ocupado pelo industrial venezuelano Pedro Carmona,
presidente da Fedecámaras.
Após forte pressão popular e amparado na lealdade de setores do
exército, o presidente é restituído ao poder. A tensão política continua, com
enfrentamentos nas principais cidades venezuelanas – o mais emblemático na
Praça Altamira, de Caracas – e a paralisação petroleira entre dezembro de 2002
e fevereiro de 2003. No final de fevereiro de 2002, Chávez decidiu demitir os
gestores da companhia estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela), envolvidos no
golpe. Em reação, e para tentar forçar a saída do presidente, os opositores se
apoderaram do controle sobre os poços de petróleo. A operação de metade dos
14.800 poços de petróleo da companhia, que representam 95% da produção do país,
foi paralisada devido à greve dos trabalhadores, deixando a população sem
combustível e comida.
A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos de direita e de
esquerda, liderados pela Súmate, ONG anti-chavista) organizou no final de
novembro de 2003 a coleta de assinaturas para um referendo revogatório,
previsto na nova Constituição venezuelana. Em 15 de agosto de 2004, 58,25% dos
votantes apoiaram a permanência de Chávez na Presidência até ao fim do mandato,
em dois anos e meio. Em 2006, Chavez foi novamente reeleito presidente após
vencer o deputado Manuel Rosales, com 62,9% dos votos. Em 2 de dezembro de
2007, os venezuelanos votam plebiscito sobre uma reforma à Constituição,
proposta por Chávez. O povo teve a opção de aprová-la, votando “Sim”, ou de
rejeitá-la, votando “Não”.
Ao fim, os eleitores rejeitaram as propostas de emendas por pouco mais
de 50% dos votos. Chávez reconheceu a derrota. Em 2009, uma emenda
constitucional que coloca fim ao limite para a reeleição aos cargos públicos é
aprovada com 54,86% dos votos. Em setembro de 2010, ano marcado por
dificuldades na economia venezuelana, abalada pelos efeitos da crise econômica
mundial, o chavismo conquista 60% das cadeiras da Assembleia Nacional. Pela
primeira vez desde 1999, data em que a nova Constituição entrou em vigor, a
oposição participou da eleição parlamentar. Em junho de 2011, Chávez revela
durante visita oficial a Havana que sofre de um câncer. Naquele momento, ele já
havia sido operado, com sucesso. Nos meses seguintes, o presidente venezuelano
é submetido a ciclos de radio e quimioterapia e a mais quatro cirurgias. Ele se
candidata em 2012 à reeleição. A campanha eleitoral é encerrada debaixo de
chuva em 4 de outubro com um megacomício na capital venezuelana, Caracas. Em 7
de outubro de 2012, o líder venezuelano é eleito pela quarta vez presidente da
Venezuela, após derrotar nas urnas o rival, Henrique Capriles, com 54% dos
votos. Dois meses depois, em 8 de dezembro, o presidente informa que o câncer
havia retornado. Ele falece em Caracas, duas semanas depois de retornar de
Cuba. Postado por Marcos Imperial. Via http://midiacaricata.blogspot.com.br
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