Fátima Bezerra falou que a reforma política pode ser a solução
para a crise de representação da classe política brasileira. Via o Minuto.
A candidata do PT ao Senado, Fátima Bezerra, disse hoje (1) que
o "acordão" do PSB e do PMDB está na boca do povo. "O PT tentou
aliança com os partidos da base da presidente Dilma Rousseff. O que há do outro
lado é o ajuntamento de partidos com várias candidaturas à Presidência da
República. A chapa de lá tem candidato para tudo quanto é gosto. Nós não
mudamos de lado. Nosso palanque é 100% Dilma. O 'acordão' está na boca do povo,
não sou eu quem diz", declarou a petista em entrevista ao Jornal
96, da 96 FM.
Fátima deu a declaração em resposta a Wilma de Faria (PSB), sua
principal concorrente na disputa pelo Senado, que havia dito que "os
adversários não podem dizer nada (da aliança do PSB com o PMDB), porque eles
queriam a mesma coisa".
A candidata do PT falou que a reforma política pode ser a
solução para a crise de representação da classe política brasileira. "A
representação política no Brasil tem piorado tanto do ponto de vista da
qualidade intelectual como também do fisiologismo, do patrimonialismo. A
reforma é essencial para oxigenar o quadro eleitoral atual", disse.
Fátima defende um plebiscito para convocação de uma assembleia constituinte
exclusiva para tratar da proposta. Ela considerou essenciais o
financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e a incorporação de
mecanismos de participação popular.
A candidata disse que o PT não teme os questionamentos éticos
por conta de escândalos como o de mensalão. "Esse assunto já está
concluído. A investigação foi realizada, a sentença já foi proferida, já temos
o cumprimento de sentença, e nós esperamos que isso tudo contribua para que o
país possa realizar uma reforma política ampla e profunda", falou.
Fátima Bezerra disse que vai priorizar o debate sobre a
aplicação do PNE (Plano Nacional de Educação), já sancionado pela presidente
Dilma Rousseff. "O PNE não vai virar uma bela carta de intenções. Será um
instrumento valioso para promover o desenvolvimento do país", disse.
Ela
defendeu a 'federalização' do piso nacional dos professores. "Estados e
municípios não podem arcar sozinhos com os salários dos professos. Este assunto
já está em discussão no âmbito do governo federal. Esta será uma das minhas
principais bandeiras no Senado", declarou.
Antes da discussão do novo pacto federativo, a candidata do PT
falou que é necessária a aprovação de uma reforma tributária. "Não adianta
falar em pacto federativo sem a reforma tributária. Precisamos rever a
quantidade de impostos cobrados neste país, principalmente nos estados com as
diferentes alíquotas de ICMS", criticou.
Quando o assunto é economia - inflação beirando os 7%, juros de
11% ao ano, PIB de menos 1% e tarifaço depois das eleições -, a candidata do PT
se mostra otimista: "Vamos ganhar qualquer comparação com os indicadores
dos governos anteriores ao do PT. Na era tucana, a inflação era muito maior.
Estamos no centro da meta de inflação hoje, que é de 6,5%, e as taxas de desemprego
são as menores da história. A presidente Dilma Rousseff tem tratado deste
assunto com bastante seriedade", comentou.
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Marcos Imperial