sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Há 25 anos, Brasil perdia o talento de Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião

Músico é um dos artistas com mais discos vendidos na história do país. Ele é autor dos clássicos 'Asa branca', 'Baião' e 'Qui nem jiló'.

No lugar da coroa, ele usava um chapéu de couro. Nas mãos, o cetro dava lugar à sanfona. Muito popular entre os milhões de súditos, Luiz Gonzaga era um monarca diferente, o rei do baião. Ele nasceu em uma sexta-feira 13, mas o mau agouro passaria longe. A paixão pela música surgiu vendo o pai tocar em casa e festas da região.

Ele não amou só o acordeon, também se apaixonou pela filha de um fazendeiro, que não aceitou a união e ameaçou o rapaz de morte. Gonzaga fugiu de casa e foi para o Ceará, onde entrou no exército. Trocou a sanfona pela corneta na vida militar, ficando conhecido como ‘Bico de aço’. Depois de dez anos de quartel, pediu baixa no Rio de Janeiro.

Quando decidiu fazer a carreira musical, começou a tocar em bares, festas e nas ruas. Uma apresentação no programa de rádio de Ary Barroso, no começo da década de 40, foi marcante. Luiz Gonzaga interpretou ‘Vira e mexe’, canção instrumental de sua autoria. Muito aplaudido e elogiado, foi convidado a entrar em estúdio.

A hora de soltar a voz
Além dos muitos discos, veio também a ideia de se vestir de vaqueiro, figurino com o qual seria consagrado. Depois do sucesso tocando, era a hora de soltar a voz. ‘Dança Mariquinha’ foi a primeira que ele gravou cantando.

No mesmo ano, assumiu a paternidade do filho de uma namorada. Gonzaguinha recebeu o mesmo nome do pai e o talento para a música. Após uma relação conflituosa durante anos, os dois chegaram a fazer shows juntos na velhice de Gonzagão. Em 1948, conheceu Helena, com quem se casaria e ficaria junto até o fim da vida.

Luiz Gonzaga é um dos artistas com mais discos vendidos na história da música brasileira, autor de clássicos como ‘Asa branca’, ‘Qui nem jiló’ e ‘Baião’. O ritmo, aliás, virou samba em 2012, em um desfile que deu à Unidos da Tijuca o título de campeã do carnaval carioca naquele ano.

Há 25 anos, Gonzagão “olhava para o céu”. Uma parada cardiorrespiratória calava a sanfona real. Mas houve festa lá em cima, afinal, o rei estava chegando.

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Marcos Imperial

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