Músico
é um dos artistas com mais discos vendidos na história do país. Ele é
autor dos clássicos 'Asa branca', 'Baião' e 'Qui nem jiló'.
No lugar da coroa, ele
usava um chapéu de couro. Nas mãos, o cetro dava lugar à sanfona. Muito popular
entre os milhões de súditos, Luiz Gonzaga era
um monarca diferente, o rei do baião. Ele nasceu em uma sexta-feira 13, mas o
mau agouro passaria longe. A paixão pela música surgiu vendo o pai tocar em
casa e festas da região.
Ele não amou só o acordeon,
também se apaixonou pela filha de um fazendeiro, que não aceitou a união e
ameaçou o rapaz de morte. Gonzaga fugiu de casa e foi para o Ceará, onde entrou
no exército. Trocou a sanfona pela corneta na vida militar, ficando conhecido
como ‘Bico de aço’. Depois de dez anos de quartel, pediu baixa no Rio de
Janeiro.
Quando decidiu fazer a
carreira musical, começou a tocar em bares, festas e nas ruas. Uma apresentação
no programa de rádio de Ary Barroso, no começo da década de 40, foi marcante.
Luiz Gonzaga interpretou ‘Vira e mexe’, canção instrumental de sua autoria.
Muito aplaudido e elogiado, foi convidado a entrar em estúdio.
A hora de soltar a voz
Além dos muitos discos,
veio também a ideia de se vestir de vaqueiro, figurino com o qual seria
consagrado. Depois do sucesso tocando, era a hora de soltar a voz. ‘Dança
Mariquinha’ foi a primeira que ele gravou cantando.
No mesmo ano, assumiu a
paternidade do filho de uma namorada. Gonzaguinha recebeu o mesmo nome do pai e
o talento para a música. Após uma relação conflituosa durante anos, os dois
chegaram a fazer shows juntos na velhice de Gonzagão. Em 1948, conheceu Helena,
com quem se casaria e ficaria junto até o fim da vida.
Luiz Gonzaga é um dos
artistas com mais discos vendidos na história da música brasileira, autor de
clássicos como ‘Asa branca’, ‘Qui nem jiló’ e ‘Baião’. O ritmo, aliás, virou
samba em 2012, em um desfile que deu à Unidos da Tijuca o título de campeã do
carnaval carioca naquele ano.
Há 25 anos, Gonzagão
“olhava para o céu”. Uma parada cardiorrespiratória calava a sanfona real. Mas
houve festa lá em cima, afinal, o rei estava chegando.
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Marcos Imperial