quarta-feira, 26 de agosto de 2015

4 erros que aparecem a cada escândalo de corrupção. Por Jean Wyllys

JW
Jean Wyllys escreveu, no facebook, uma reflexão sobre a essência da corrupção. Você pode ler abaixo.
Existem quatro erros comuns que se repetem cada vez que um caso de corrupção vem à tona e se transforma no “escândalo”, sobre os quais precisamos refletir:
1) O problema da corrupção não são os casos individuais, porém, cada vez que um caso de corrupção estoura na mídia, é tratado como se fosse um caso isolado. Assistimos, então, à construção de um “vilão”, sobre o qual recai a culpa por algo que não é mais do que um sintoma de um problema sistêmico. Nenhum partido (nem o PSOL) está isento de ter, em suas fileiras, um corrupto. Se o problema fosse apenas existirem pessoas corruptas, não seria tão grave: a solução seria apenas identificar e expulsá-las. Mas sabemos que o problema não é esse.
A corrupção é um componente inevitável de um sistema de governo em que as campanhas são financiadas por bancos, empreiteiras, empresários do agronegócio, igrejas fundamentalistas milionárias e todo tipo de lobistas; a governabilidade se garante comprando votos no Congresso (e o “mensalão”, seja petista ou tucano, não é a única maneira de se fazer isso; existem formas indiretas, como a distribuição, entre partidos aliados, de ministérios e órgãos públicos em função não do mérito, mas do orçamento) e governantes e parlamentares se preocupam mais em agradar empresários e corporações do que em manter o espírito republicano.
2) O problema da corrupção não é só moral. O “udenismo” costuma dominar o debate sobre a corrupção, e tudo é reduzido a desvios éticos individuais. A corrupção é também um problema econômico (porque são bilhões de reais que “somem” do orçamento da União, dos estados e dos municípios) e, sobretudo, um problema POLÍTICO. Não é por acaso que o PT, que antigamente era visto como o partido da ética, passou a se envolver cada vez mais casos de corrupção desde que chegou aos governos.
A corrupção acompanhou a aliança com o poder financeiro e o agronegócio; veio junto com submissão ao fundamentalismo religioso e com os acordos cada vez mais escandalosos com pilantras disfarçados de pastores que dominam o Congresso; acompanhou o uso da repressão contra o povo nas ruas e a adoção do discurso da “segurança nacional” que, no passado, foi usado para reprimir aqueles que hoje estão no governo. Ou seja, o que houve não foi uma degradação moral, mas uma renúncia ideológica e programática.
E, por isso, a grana e os privilégios do poder substituíram, em muitos petistas (não em todos nem mesmo na maioria militante!), as convicções e a vontade de mudar o mundo como razão para se engajar na política. Então, se realmente quisermos acabar com a corrupção, o primeiro passo é voltar a dotar a política de sentido e conteúdo, para que mais gente entre nela desejando mudar o mundo e não ficar rico.
3) O problema da corrupção não é apenas a violação das normas, mas o fato de ela muitas vezes ser as próprias normas. Um bom exemplo disso é o financiamento de campanhas, que está sendo julgado pelo STF: se um candidato faz uma campanha milionária financiada por empreiteiras e empresários do transporte e, já eleito, tem que decidir entre aumentar ou não a passagem de ônibus ou tem de escolher entre os direitos dos moradores e os interesses de uma empresa cujo projeto imobiliário implica em removê-los, qual será mesmo a escolha dele? Se um senador teve sua campanha financiada pelo agronegócio, vai votar a favor de que tipo de Código Florestal?
Sendo assim, esse sistema eleitoral, que leva à formação de mega-coligações para garantir a governabilidade, não pode prescindir da corrupção. Ou vocês acham que o partido do sistema, que já foi aliado de petistas e tucanos, vai votar as leis porque lhe parecem boas se não tiver mais dois ministérios em troca? Tem inúmeras condições estruturais que favorecem ou até impõem a corrupção como combustível necessário para o funcionamento do sistema. Por isso, de nada adianta fazer, da corrupção, um problema apenas moral se não fizermos mudanças estruturais; se não mudarmos as regras do jogo.
4) A corrupção não é o único nem o mais importante problema da política. Vamos supor, por um instante, que fulano, candidato a presidente, governador ou prefeito, é uma pessoa comprovadamente honesta, no sentido mais restrito do termo: jamais usaria do cargo para se beneficiar ou beneficiar amigos e familiares; jamais enriqueceria com dinheiro público; jamais roubaria ou seria cúmplice ou partícipe de um roubo. Contudo, esse mesmo fulano defende uma política econômica que prejudica os trabalhadores; é fundamentalista, racista, homofóbico, tem ideias ultrapassadas sobre as relações humanas; é autoritário, personalista e etc. logo, a honestidade dever ser um dos requisitos para se escolher um político, mas não podemos nos esquecer de que o mais importante é a política que ele faz ou propõe: as ideias, o programa, a visão de mundo, os interesses em jogo.
Colocar a corrupção (vista, como já dissemos, como um problema moral, exclusivamente individual, identificado apenas com um determinado setor político e, ao mesmo tempo, despolitizado no sentido mais amplo) é também uma forma de esconder os verdadeiros debates de que o país precisa, como se todos os nossos problemas se reduzissem a três ou quatro escândalos convenientemente destacados nas manchetes.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Valeu o convite vereador Nonato Queiroz


Grupo de Teatro União GRUTEU 32 ANOS!

Participe do Dia Estadual de Combate à Violência Contra a Mulher

Audiência com Senador Lindberg Farias vai debater o assassinato de Jovens sexta (28)



O Senador Lindbergh Farias (PT) Rio de Janeiro, onde será debatido Assassinato de Jovens, e a Frente Democrática Popular com a militância, Partidos, Movimentos Populares e convidados.

A Plenária acontecerá dia 28 de Agosto do corrente ano (sexta-feira), no período das 18h00 às 21h00.

Contamos com sua presença.


#FotoPoema de Mario Tama

Foto: Mario Tama/Getty Images

O que define um relacionamento é o beijo, muito mais que o sexo


Fabio Hernandez, DCM

"Tenho, no meu quarto, uma reprodução de um quadro de Klimt chamado O Beijo. Está bem em frente da minha cama. Gosto de acordar com aquela imagem estranhamente grandiosa ao alcance de meus olhos míopes de escritor barato. Os pés descalços da moça, o porte majestoso do homem, as pequenas e coloridas flores do campo.



Beijo. Não existe nada mais íntimo, nada que aproxime mais duas pessoas do que um beijo. Nem o sexo. Uma vez, na adolescência, ouvi uma frase que me intrigou. Tio Fabio, um homem sábio do interior, disse com sua voz estentórea de Fred Flintstone numa roda de homens: “Mil cópulas não valem um grande beijo”. Eu sequer sabia então, nem na teorioa e muito menos na prática, o que era cópula. Depois, a vida me mostraria que, mais uma vez, Tio Fabio estava certo.



Sem beijo não há nada. Quando um casal não se acerta no beijo, a causa está perdida. O beijo, muito mais que o sexo, define o relacionamento. Bons beijos dão bons romances. Beijos ruins dão romances ruins. Não existe sexo excitante com beijo medíocre. Acho poético o código das marafonas. Elas entregam tudo em troca de moeda, mas não o beijo. O sexo pode ser comércio. O beijo, nunca.

Um relacionamento floresce quando dois querem se beijar com volúpia molhada de um convalescente que depois de uma longa temporada sai enfim à rua. E você percebe que alguma coisa mudou, e para pior, quando perde a vontade de colar seus lábios aos dela. A falência do beijo antecipa a do amor.

Beijo. Não sei por que decidi escrever sobre beijo. Ou melhor: sei. É que passei outro dia, depois de muito tempo, pelo lugar em que ia dançar nas noites de domingo. Mingau. Era assim que chamávamos aquelas festas ingênuas de domingo que começavam às 8 e terminavam à meia-noite. Nem sei se existem ainda. Vejo agora que escrevi dançar. Só posso descrever os passos desgovernados que eu dava no salão como dança à luz de uma generosa licença poética ou de uma espantosa demonstração de auto-indulgência.

É interessante como a vista de certos lugares instantaneamente reaviva lembranças que nos pareciam mortas. Ao ver a fachada daquele salão, retrocedi anos. E foi então que vi ali dentro do salão aquela menina cuja pele tão clara contrastava notavelmente com os cabelos negros como piche. Márcia tinha o ar de inocência maliciosa que é tão genuíno em meninas quando estão se transformando em mulheres. Um certo ar que, depois, nem mesmo o cálculo mais fino consegue reproduzir. Bandeira tem um verso lindo sobre isso: o precário frescor da pubescência.

Jamais esqueci a música que tocava quando a tirei para dançar. O refrão dizia: I am so happy… Eu também estava tão feliz ali, aos 15 anos, com a deusa daquele salão de adolescentes. Terminada a música, nos encostamos em uma pilastra. E então nós parecíamos aquele casal do quadro de Klimt. Para ser honesto, acho que nossas línguas nem sequer se encontraram, mas que importa? Foi meu primeiro beijo. Lembro, nos detalhes, as palavras que disse a ela em minha voz titubeante de garoto que quer parecer homem. Foram consideradas engenhosas por meus amigos e, depois, descaradamente copiadas nas tentativas de ganhar um beijo de boca, quase sempre com êxito.

Falei com Márcia uma ou duas vezes depois daquela noite. Uma demorada temporada no hospital me impediu de tentar repetir aquele triunfo no mingau. Numa das vezes, estava exatamente no hospital. Acho que alguém, provavelmente minha mãe, lhe deu o telefone do hospital quando ela ligou para minha casa. O som de sua voz me confortou como a visão de um amigo numa terra estranha. Depois, não restou nada, senão uma lembrança que aos poucos foi se esgarçando até ressurgir, como que por milagre, restaurada muitos anos depois, quando passei pela frente do velho salão.

Uma velha cigana, num romance de Hemingway, diz a uma jovenzinha pela primeira vez apaixonada que, na vida de uma mulher, há três ocasiões em que a terra treme. Para um homem a conta não é diferente. A terra tremeu para mim naquela noite em que tive Márcia nos braços e dei meu primeiro beijo. Me pergunto, tolamente, o que a vida fez de Márcia. Proust escreveu que as ruas e os lugares infelizmente são fugitivos como os anos. Acrescento o seguinte: também as pessoas infelizmente são fugitivas como os anos."

A corajosa bordoada de uma jornalista da TV alemã no discurso de ódio da direita


Kiko Nogueira, DCM

"A âncora Anja Reschke brilhou, como se falava antigamente numa firma onde meu amigo Sérgio Rabino trabalhou durante 45 anos.

Num comentário no telejornal no qual trabalha, ela usou alguns minutos para criticar de maneira veemente a guerra verbal contra os refugiados na Alemanha.

Sem levantar uma sobrancelha, sem erguer a voz — e me vem à mente o histrionismo ventríloquo de Marco Antonio Villa —, ela detona a xenofobia e a reação tímida a ela.

Para além da questão dramática da imigração, porém, Anja enquadra os covardes que disseminam o discurso de ódio, bem como o argumento falacioso de que tudo é permitido porque são apenas palavras.

Expressa sua preocupação com a maneira banal com que os xingamentos mais brutais são postados nas redes sociais. Segundo ela, esse tipo de pregação tem contribuído para o “aumento dos atos da extrema direita”, incluindo incêndios criminosos.

“Até recentemente, esses comentaristas estavam escondidos atrás de pseudônimos, mas agora essas coisas estão sendo feitas sob os nomes verdadeiros dos autores”, diz ela num vídeo que viralizou.

“Aparentemente, não é mais embaraçoso. Ao contrário, com expressões como “esses vermes imundos devem se afogar no mar” você obtém um animado consenso e um monte de curtidas”.

Para Anja, os “pequenos ninguéns racistas” se sentem felizes com toda a atenção.

Faz um apelo: “Se você não é da opinião de que todos os refugiados são aproveitadores que devem ser caçados, queimados ou mandados para câmaras de gás, então você deve se fazer ouvir, se opor, tomar uma atitude, abrir a boca, expor publicamente essas pessoas”.

No Brasil, é visto com naturalidade — graça, até — uma senhora segurando um cartaz lamentando que Dilma não tenha sido executada pelo Doi Codi, outro perguntando “por que não mataram todos em 1964?”, entrou outros absurdos.

Bandos de fascistoides prega golpes militares numa boa, ao lado de homens, mulheres e crianças de bem.

O que fazer?

Ouça o bom conselho de Anja, que ela lhe dá de graça: “Você deve se fazer ouvir, se opor, tomar uma atitude, abrir a boca”.

Abaixo, a bordoada de Anja Reschke, roubartilhada do Facebook do baixista Leoni, o último roqueiro dos anos 80 que não pirou.  


Atendendo a pedidos:
Posted by Carina Campagnani on Sexta, 7 de agosto de 2015

21 perfis do instagram para apaixonados por livros


Ricardo Silva, Revista Bula

Rede social oficial de fotos feias de comida, de legendas de motivação com frases de Augusto Cury para qualquer ida à academia, e também de fotos de biquini na praia acompanhadas de grandes lições de vida, ou ainda de gatos, cachorros e crianças, o Instagram tem lugar para todo mundo. Inclusive aqueles que parecem não ter muitos lugares por aí: os leitores. Por isso, criei um pequeno guia de perfis que são essenciais para leitores que se levam a sério.

Como toda boa lista, essa aqui não é definitiva e leva em consideração o elemento básico de um bom perfil no instagram: boas imagens de bons conteúdos. Ou seja, nada de foto feia de livro ruim (“ah, mas não existem livros ruins, toda leitura vale a pena!” Olha, prometo pra vocês que tiro um texto inteiro só pra “provar” que isso é balela, mas não vai ser nesse, tudo bem?

Vamos à lista: ela está dividida em três parte mais bônus, com perfis que não somente publicam e recomendam títulos como fazem pequenas resenhas — optei pelos dois que mais acompanho, apesar de haver outros vários (e bons) na mesma linha; tem também os perfis que não fazem resenhas mas trazem boas indicações de leituras nos seus conteúdos, esses tiveram sua própria categoria; assim como também os perfis gringos mais do balacobaco para serem seguidos. De bônus as editoras que melhor sabem usar o Instagram a seu favor (trocando em miúdos: existem excelentes editoras que fazem um trabalho incrível, mas que ainda não pegaram os macetes de estratégia no uso do Instagram, já que é dele que estamos falando aqui). Tudo esclarecido, eis a lista.


Pequenas resenhas

@livrogram

Resenhas curtas e diretas com dicas literárias, o Livrogram é desses perfis pra ver,ler, ver de novo, ler de novo e depois anotar algumas dicas. E o melhor: as dicas são de quem realmente leu os livros sobre os quais está falando.

@livroarbitrio

Além do nome genial, o Livro Arbítrio é um bom perfil para leitores jovens que querem seguir uma via alternativa de leituras, que não sejam basicamente João Verde e associados. Lá encontramos de Isaac Asimov a José Lins do Rego.
Bons indicadores

@livros_abertos

Perfil de um dos melhores blogs pessoais de crítica literária da nossa internettupiniquim, o Livros Abertos tem uma boa proposta de conteúdo: ter um olhar mais demorado, característica do leitor dos velhos tempos.

@suplementope

O Suplemento Pernambuco é um desses suplementos que a cada artigo e leitura, a mente dá uma expandida e novas perspectivas são abertas. Leitura necessária e follow obrigatório.

@jornalrascunho

Perfil do melhor jornal (exclusivamente) literário do país. Não se pode ignorar as dicas de uma equipe assim. E o melhor: todo conteúdo da versão impressa é disponibilizado gratuitamente. Ótimo lugar para encontrar novas e boas leituras.

@umlivropordia

Aqui a conversa é de leitor para leitor. Um bom diário de leituras por uma leitora que se preza. Bom acompanhar um leitor como a gente, que não é feito só de grandes leituras.

@fran_livroecafe

Francine Ramos,  devota de Virginia Woolf, faz do seu perfil no Instagram um lugar que consegue aliar, café, cerveja, e boa literatura. Ou seja, você também vai querer ser amigo dela.

@tatianafeltrin

Tatiana Feltrin faz parte da safra famosa dos “booktubers”, que são os vlogueiros de livros, que compartilham suas leituras em vídeos-resenhas. Além de ser uma (quase) celebridade desse meio, Tatiana é uma leitora voraz e no geral traz boas dicas sobre leituras e livros. Vale acompanhar o perfil da moça.

@livrosepessoas

Perfil que faz um apanhado geral sobre as novidades do mercado editorial brasileiro e internacional. Apesar de algumas ressalvas, acho válido estar aqui.

@marcelofrancodeassis

Colunista esquivo dessa honrosa revista, Marcelo é, além de um não-escritor de qualidades únicas, um leitor que deixaria qualquer compulsivo-obssessivo no chinelo. O seu perfil é mostra disso. Se resume basicamente às duas boas paixões da vida de um homem: livros e charutos.
Gringos

@huffpostbooks

Perfil do suplemento literário de um dos maiores portais jornalísticos do mundo. Nem sei se preciso dizer mais algo.

@mybibliofile

A incompreendida paixão chamada bibliofilia em fotografias sensíveis de obras incríveis da literatura mundial. Se você for do tipo que é cheio de restrições para seguir alguém, coloque esse perfil na lista prioritária.

@darnius

Quando um leitor apaixonado por literatura e fotografia resolve unir suas duas paixões num perfil de Instagram. O resulto: @darnius.

@penguinbookaday

Sou fã confesso do grupo Penguin e esse perfil que posta, pelo menos, uma foto de um clássico Penguin por dia é um ótimo jeito de estar cada vez mais imerso nesse mundo.

@vintagebooklove

Para os leitores que surtam com capas velhas (conhecidos atualmente como “vintages readers”): esse perfil publica capa de edições da década de 1980, 70, 60 e 50. Um exercício de nostalgia.

@bibliograms

Seleção especial do melhor da literatura universal feitas por um leitor assim como eu e você. Como fanático confesso por capas de livros, indico por ser um bom perfil de capas e também por ser curioso ver edições gringas de livros em português.

@bookcvlt

Como os vintages odeiam ter só uma opção, eu deixo mais uma aqui na linha das “vintages covers” (traduzindo: capa velha, que eu gosto muito, diga-se de passagem).

@igreads

Perfil que agrega publicações a respeito de livros e leitores do mundo inteiro. Um excelente portal para novas descobertas e para quem gosta de ter boas inspirações fotográficas.

@ehfop

Perfil da Ernest Hemingway Foundation que faz a cabeça de qualquer apaixonado por esse que é um dos melhores e maiores escritores do da história. Poucas publicações, porém um achado nesse mundão de perfis lotados de postagens e vazios de conteúdo.

@subwaybookreview

Sem dúvida, um dos perfis mais bonitos dessa lista. Leitores de metrô e os seus livros em fotografias preto e branco. Aqueles leitores de metrô e ônibus vão se identificar na hora.

@roedordelivros

Como a lista é pessoal, minha, toda minha e confio no que faço, ponho aqui também o meu perfil do meu diário de leituras. O que leio, nem sempre na ordem que leio, mas faço questão de deixar registrado.
Bônus: melhores editoras no instagram

@darksidebooks e @editoraaleph

O lado sombrio da força (entendedores que entendam!). Coloquei as duas juntas porque elas são editoras que tem como enfoque jovens e jovens-adultos e têm feito isso muito bem nas redes sociais. Boas editoras sabendo formar bons leitores.

@companhiadasletras

Não adianta ficar falando muito sobre a Companhia das Letras basta dizer: bons e boa interação com o público leitor, com conteúdo inteligente.

@cosacnaify

Como aprecio uma boa elegância e discrição, não teria como não ter nessa minha lista bônus a mais elegante e discreta editora brazuca. Uma editora que vale cada título que publica. E o seu perfil no Instagram faz jus à isso.

@editorazahar

Gosto da Zahar pelo seguinte: incríveis capas de clássicos. Isso num perfil de instagram, enche os olhos. Pode dar follow sem medo de ser feliz.
Como eu sou listomaníaco, sei como funcionam as listas e sei que um dos fenômenos obrigatórios que acontece em toda lista é o seguinte questionamento: “ah não acredito que não colocou @fulanodetal. Normal, tranquilo e esperado. Por isso fica odesafio: coloquem aí nos comentários os perfis que vocês acham que precisariam estar nessa lista. Fiz minha parte, agora é com vocês!"

DITADORES NÃO MERECEM LÁGRIMAS

No dia 24 de agosto de 1954, aos 72 anos de idade, o presidente Getúlio Dornelles Vargas se matou com um tiro no coração, após uma tensa reunião com seu ministério, quando teve de assumir o compromisso de licenciar-se do cargo.
Suficientemente perspicaz para saber que era apenas uma fórmula para dourar a pílula de seu definitivo afastamento, preferiu uma saída digna. Como oshermanos diriam, ao menos cojones ele tinha...
Sendo os mandatários bananas uma expressiva maioria nestes tristes trópicos, não há como deixarmos de admirar a coragem de Vargas e Allende, embora o segundo tivesse muitos outros méritos e o camaleão gaúcho, quase que apenas o de ter sacrificado a vida para assestar um último golpe nos seus inimigos, a famosa carta-testamento que acabou abortando os planos da UDN para assenhorar-se do poder sem eleição nenhuma.

Na maré autoritária subsequente à 1ª guerra mundial e à aguda crise econômica que varreu o mundo na década de 1920, Vargas topou encabeçar um golpe de estado e tornar-se ditador do Brasil a partir de 1930. Exímio equilibrista, manteve-se no poder durante 15 anos, apoiando-se na esquerda contra a direita e vice-versa, ao sabor das circunstâncias.    

Como um Napoleão Bonaparte em miniatura, ficava no centro e manobrava com as extremas, não hesitando em afundá-las para manter-se à tona. Foi o que fez com os integralistas de Plínio Salgado, apesar das evidentes afinidades ideológicas que tinha com eles.

Suas mais sinceras simpatias, assim como as dos principais militares golpistas de 1930, iam para o fascismo de Mussolini, do qual Vargas copiou descaradamente a legislação trabalhista. E, na repressão aos comunistas depois da fracassada Intentona, deu carta branca ao carrasco Filinto faltou-alguém-em-Nuremberg Muller para desencadear um verdadeiro festival de horrores, trailer do que os militares nos imporiam nos anos de chumbo.

Também como equilibrista, ele optou por fazer o contrário do que gostaria, alinhando o Brasil com os Estados Unidos na 2ª guerra mundial; curvou-se à evidência do fato de que o nosso país era um quintal dos EUA. E usou o limão para fazer limonada, arrancando algumas concessões do grande irmão do Norte e obtendo algumas vantagens econômicas.

Mesmo assim, terminado o conflito, os estadunidenses moveram os fios nos bastidores para que sua ditadura fosse deposta por um espécime raro em nossa fauna: um golpe militar redemocratizador.

Continuou influente, fazendo eleger o poste Eurico Gaspar Dutra para tomar conta da cadeira presidencial e retornando depois ao Palácio do Catete pelo voto popular.

A mágoa com os EUA foi determinante na posição nacionalista-estatista que assumiu desde a campanha presidencial, contando com o apoio aberrante do PCB (algo assim como nossa esquerda apoiar o Médici, caso ele tivesse sido apeado do poder e depois pedisse votos colocando uma pele verde-amarela sobre os pelos escuros de lobo...).
Acabou sendo levado à beira do abismo como consequência de uma lambança do aloprado Gregório Fortunato e do famoso mar de lama no qual seu governo, segundo os opositores, teria se transformado.

O verso do poeta-compositor Peter Sinfield cai como uma luva para ele: "confusão será meu epitáfio".

Teve muitas vezes como aliados aqueles que o destruiriam.

Não passou de um conservador e direitista, cujo fim, paradoxalmente, foi precipitado pelas tramoias dos seus iguais.

Pilotou uma ditadura durante 15 anos e acabou recebendo o golpe fatal das mãos de aspirantes a ditadores.

Massacrou a esquerda e foi velado pela esquerda. Via 
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/

O misterioso mundo secreto das mulheres solteiras

Rebeca Bedone, Revista Bula

"Era uma vez uma mulher que desde menina tinha um plano: estudar, se formar, casar e ter filhos; parecia tudo tão natural, e do jeitinho que haviam lhe ensinado que seria. Mas, depois de tanto tempo e tantas coisas que aconteceram — e outras que não aconteceram —, seus sonhos mudaram, assim como ela mudou. E quando ela menos esperava, em meio a tantos tropeços e dúvidas e receios, ela descobriu como é maravilhoso não fazer tantos planos.

É que às vezes a vida fica confusa. As emoções andam em zigue-zague da clareza da alma ao ponto mais negro da sombra do coração. Porque somos seres de sentimentos opostos, ao mesmo tempo em que queremos algo, temos medo. Dizemos ‘não’ querendo dizer ‘sim’. E quando não queremos tal coisa, às vezes, somos obrigados a fazê-la.

Também acontece de termos certezas, e, depois, nadamos contra correntezas de dúvidas. Como aquela mulher que se sentia perdida, mas, mesmo assim, preferiu fingir que estava tudo bem por algum tempo. Porém, um terremoto a destruía por dentro. Era como se ela fugisse de um fantasma que nunca via, mas sabia que ele estava ali, em algum lugar dentro do mistério incompreendido dela.

Não. Não estava tudo bem. E piorava quando alguém vinha corroborar aos seus próprios julgamentos. Eram as amigas casadas que diziam que ela só se sentiria completa depois que tivesse um filho, ou o seu ginecologista lhe aconselhando a congelar os seus óvulos porque a idade reprodutiva estava passando. Também tinham alguns curiosos que queriam entender como uma mulher bem resolvida profissionalmente ainda não tinha um marido, enquanto outros lhe traziam informações não requeridas de que ex-namorados estavam muito bem casados.

Pra que fingir que estava tudo bem? Envergonhava-se por sentir isso, mas sempre pensava na falta de sorte nos seus relacionamentos anteriores e no vazio que sentia por não ter um filho. Era injusto se sentir com um prazo de validade na questão da fertilidade. E ela não queria ter tanta pressa, quem corria era o tempo.

Até que um dia ela se despertou dela mesma. Sua tristeza descansou na solidão ao perceber como tantas expectativas — e cobranças — não eram bem-vindas.

Jane Austen, autora de seis romances cujos temas abordavam o amor e o casamento, inspirados na época em que ela vivia, a aristocracia rural inglesa do início do século 19, ela mesma nunca se casou. Naquela época, a única forma de uma mulher se tornar independente dos pais era se casando. Austen foi pedida em casamento e chegou a aceitar, mas, no dia seguinte, ela voltou atrás para não “trair a sua crença de que pior do que viver sozinha seria se casar sem amor”.

A nossa vaidade muitas vezes nos engana. Como descreveu Jane Austen, “A vaidade e o orgulho são coisas diferentes (…). Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós”.

A mulher solteira e bem resolvida deseja uma mão para segurar no passeio pelo parque; ela quer frases em toques, e vírgulas que virem histórias. Deseja degustar o amor em sua essência. Não precisa provar nada para ninguém, e muito menos precisa de aprovação alheia para as suas escolhas.

Ela quer pisar no tapete novo de sua casa, aquele que fica na porta de entrada. Limpar seus pés e deixar para trás o que era para ter sido e não foi. Dar o primeiro passo no chão fresquinho do presente para viver todos os dias aquilo que é. E, ao acender seu pendente colorido sobre a mesa da sala de estar, manter acesa a esperança de viver o que será!

E, sobre a mulher do início do texto, se ela se casou e não teve filhos, ou se optou por permanecer solteira e adotou um cachorro; ou, ainda, se viajou o mundo para escrever um livro, ou se aproveita a vida sozinha enquanto espera encontrar aquele com quem dividirá os sonhos de constituir uma família… Não importa sabermos. Ela está feliz."

PT lança campanha ‘Tô com Dilma’ e realiza debate sobre conjuntura

Campanha em favor da democracia e da presideneta será lançada em reunião com a categoria dos bancários, na noite desta terça-feira (25), na capital federal.

O Partido dos Trabalhadores realizará, nesta terça-feira (25), às 19h, uma atividade na sede Nacional do partido, em Brasília (DF), com o tema, “Análise de Conjuntura e Mobilização”. Durante o ato, também será lançada a campanha “Tô com Dilma”, sugerida por petistas bancários.  A atividade está relacionada à mobilização da categoria dos bancários da capital federal.
De acordo com Niro Barrios, um dos coordenadores da campanha, a ideia é ampliar este tipo de atividade para outras categorias de trabalhadores e também para outras unidades da federação, com o intuito de realizar debates sobre a conjuntura política do país e estimular a mobilização do movimento sindical em defesa da democracia.
“O objetivo é fazer a defesa do governo e dar apoio à presidenta Dilma Rousseff contra os setores da oposição que pregam o seu impeachment”, declara Barrios.
Ainda segundo Barrios, a campanha tem como objetivo de construir um diálogo com o governo federal, no sentido de ajudar na solução não apenas das pautas específicas das categorias, mas também o de trabalhar pela defesa do projeto nacional realizado nos últimos 13 anos, pela presidenta Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Projeto este que, nesse, momento está sofrendo um duro ataque da direita e dos conservadores no nosso País”, ressalta Barrios.
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o ex-ministro e  atual presidente do Serviço Social da Indústria (SESI), Gilberto Carvalho, participarão do debate. Além disso, também foram convidados deputados como Erika Kokay (PT-DF), a senadora Regina Souza (PT-PI) e o líder do governo no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE).
Na avaliação de Pimentel, é importante compartilhar informações com a sociedade, o movimento social e sindical devido à ofensiva das forças conservadoras a serem enfrentadas.
“O evento desta terça-feira, no PT Nacional, cumpre um importante papel no processo de resistência ao conservadorismo, para assegurar o Estado democrático e a continuidade dos avanços conquistados pelo povo brasileiro”, declara o senador.
Para Regina Souza, os bancários sempre foram vanguarda nas manifestações dos movimentos sociais e, por isso, é fundamental que se posicionem em favor da presidenta.
“É hora de nos unirmos a favor de Dilma e da democracia no Brasil”, declara a senadora. Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias.

#AecioNaLavaJato Citado por delatores, petistas cobram investigação sobre Aécio

Durante acareação na CPI da Petrobras, doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmam que o tucano Aécio Neves recebeu propina de Furnas.

O ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teriam recebido propina de desvios da Petrobras e de Furnas. A denúncia foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, nesta terça-feira (25), durante acareação entre os delatores da operação Lava Jato, na CPI da Petrobras, na Câmara.
Além dos dois tucanos, outros políticos do partido teriam recebido dinheiro desviado da estatal.
Na sessão da CPI, tanto Costa quanto Yossef explicaram que o montante recebido por Guerra, que faleceu em 2014, teria sido de R$ 10 milhões para “abafar” a criação da CPI da Petrobras em 2009. O dinheiro teria sido pago pela empreiteira Camargo Correa, investigada na operação Lava Jato.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) classificou a sessão de hoje da CPI como “esclarecedora”. Para o petista, a comissão não pode ter “dois pesos e duas medidas” ao critica a pressão sobre o Partido dos Trabalhadores e omissão aos outros partidos.
Neste sentido, o petista relembrou supostas ligações do dolerio com o PSDB, quando ocorreu a CPI do Banestado e indagou “se o Youssef está aqui dizendo que Aécio tem envolvimento em Furnas, porque não é investigado?”.
“Delação premiada não é prova, mas é indicio que deve ser investigado”, reforçou Pimenta.
Existe um jogo nas delações na avaliação de Pimenta, onde “tentam transformar mentira em verdade e verdade em mentira”.
Sobre o caso Furnas e o suposto pagamento de propina para o tucano Aécio Neves, Pimenta classificou com um “esquema nebuloso que nunca ninguém entendeu até hoje”.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) aproveitou a sessão para questionar Yossef sobre os supostos pagamentos à Aécio Neves, “dinheiro de corrupção de Furnas”, e a resposta foi afirmativa.
“Eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era operador”, disse Youssef.
José Janene (PP-PR) faleceu em 2010. Para se esquivar da resposta de Youssef, o PSDB divulgou uma nota no início da noite de hoje tratando a resposta do doleiro como “ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos”.
Outro tucano que teria recebido propina é o senador Antonio Anastacia (PSDB-MG). Porém, Youssef não soube precisar se foi o tucano que recebeu o dinheiro.
“Com referência ao Anastasia, eu mandei, sim, dinheiro para Belo Horizonte (MG), mas não fui que fui entregar. Então, a mim não foi dito que era para o Anastasia”, disse o doleiro. Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

Mineiro e Fátima participam da abertura de seminário sobre leitura em Natal

O deputado Fernando Mineiro (PT) participou nesta segunda-feira, 24, da abertura da nova edição do Seminário Potiguar Prazer em Ler, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento da Educação, em parceria com o Instituto C&A, as secretarias de Educação de Natal e Parnamirim e a Secretaria Estadual de Educação. O evento acontece segue até a terça-feira, 25, com o objetivo de debater sobre o tema do direito humano à leitura.

O seminário, reunindo escritores, educadores e crianças, acontece no Cemure, no bairro Nazaré, na zona Oeste de Natal. Além de Mineiro, a senadora Fátima Bezerra (PT) também participou da abertura do evento.

No segundo dia, a programação começa às 8h30, com uma palestra sobre o desenvolvimento pleno da leitura. Às 10h30 haverá debate sobre o tema “O que se lê quando se lê? Reflexões sobre memórias de leitura, relações de gênero e políticas públicas”.

A programação continua à tarde com uma palestra às 13h45 sobre “Leitura: uma atividade de prazer ou leitura como processo contínuo”. O encerramento acontece às 15h45, com debate mediado médico, escritor, artista e professor universitário Iaperi Soares de Araújo, sobre o tema “Interface da Cultura Popular e Literatura”  (CLIQUE AQUI para saber mais detalhes sobre a programação). Foto: Vlademir Alexandre.

No Facebook, Lula usa receita de bolo para lembrar luta contra a ditadura


O post é um convite para participar da inauguração do Memorial da Democracia, no dia 1º de setembro.

Uma receita de bolo de fubá em um post no Facebook. Foi assim que a página do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou, nesta terça-feira (25), de forma aparentemente divertida, seus seguidores a participar da inauguração do acervo do Memorial da Democracia.

O texto, no entanto, é um exemplo de censura sofrida pelos jornais na época da ditadura militar. “Receitas de bolo, poemas e outros textos à prova de “subversão” ocupavam os espaços vazios deixados pela censura nos jornais brasileiros entre os anos 1970 e 1980”, lembra a postagem.

“Se superamos esse passado sombrio, foi graças às lutas de milhares de brasileiros e brasileiras que não desistiram do sonho de um País justo e democrático”, acrescenta.

O Memorial da Democracia, ligado ao Instituto Lula, reúne acervo interativo e multimídia para contar o histórico de lutas do povo brasileiro, incluindo a trajetória pelo fim da ditadura e os avanços sociais durante as gestões de Lula.


O museu será inaugurado em 1ºde setembro, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo (SP). Haverá transmissão ao vivo pela internet. Da Redação da Agência PT de Notícias.

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