Welinton e Diego Maurício: os sobreviventes
(Foto: Montagem sobre foto da VIPCOMM)
Um ano melancólico, preocupante e encerrado com pontos de interrogação. O fiasco do Flamengo no Campeonato Brasileiro e a falta de títulos em 2010 anunciam a necessidade de mudanças.
Alguns sobreviverão. Entre os mais novos, dois saem da fuga do rebaixamento fortalecidos. Se o Rubro-Negro precisa de fôlego na próxima temporada, Diego Maurício e Welinton se apresentam.
Diego é o atacante da equipe com mais gols no Brasileirão: cinco. Supera Deivid (quatro) e Diogo (um). Termina o ano como boa surpresa do clube. Recentemente, renovou contrato até 2015. Se o ataque D2 não vingou, o jogador de 19 anos e apenas cinco meses entre os profissinais ajudou como pôde.
- Tudo o que aconteceu na minha vida foi muito rápido. Fico até perplexo. Não é o fim de ano que o grupo e eu queríamos, pelo grupo que temos, jogadores renomados, que fizeram história no futebol. Mas acontece. Vivi momentos bons e ruins. Felizmente não aconteceu o rebaixamento. Agora, queremos mudar essa história, treinar forte. Nosso objetivo é lutar para ganhar títulos. Que nós, da base, possamos ajudar nessa transição para um grupo mais jovem. O ano de 2011 nos espera - disse.
Felizmente não aconteceu o rebaixamento. Agora, queremos mudar essa história, treinar forte. Nosso objetivo é lutar para ganhar títulos. Que nós, da base, possamos ajudar nessa transição para um grupo mais jovem. O ano de 2011 nos espera"
Diego Maurício, atacante do Fla
É do fracasso da atual temporada que Diego colhe motivação. Acredita que sai mais experiente, apesar dos percalços, e espera ser muito mais cobrado no futuro próximo.
- Os mais jovens têm noção da pressão da próxima temporada. Vai ser muito maior. Mas estou preparado, até porque você tem que agarrar a chance. Mesmo nesta dificuldade, sinto que evoluí, ganhei experiência dentro de campo, na maneira de jogar, de me portar, de ter tranquilidade para chegar na hora do gol. Ganhei corpo, trabalhei a técnica. Quero continuar aprendendo a cada mês, a cada dia. Sempre dá para melhorar - afirmou.
O início no time profissional do Flamengo foi de altos e baixos, mas Welinton, de 21 anos, se recuperou. Desde a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, no início de outubro, tornou-se titular. O zagueiro se salvou do desastre na reta final e conseguiu se valorizar. Tem proposta de Napoli, da Itália, e Stuttgart, da Alemanha, e pode ser usado como um dos poucos trunfos para obter receita.
- A princípio, pretendo ficar no Flamengo, aprender mais. Ainda é cedo para pensar em sair da equipe. Foi um ano difícil, o nosso grupo não teve conquistas, mas o que valeu foi que conseguimos escapar da queda. Serve de lição para que no próximo ano não aconteça - comentou.
O contrato do jogador vai até 31 de julho de 2014. Em entrevista recente, o diretor de futebol do clube, Luiz Augusto Veloso, disse que o defensor faz parte dos planos, ainda que não seja inegociável.
A princípio, pretendo ficar no Flamengo, aprender mais. Ainda é cedo para pensar em sair da equipe. Foi um ano difícil, o nosso grupo não teve conquistas, mas o que valeu foi que conseguimos escapar da queda."
Welinton, zagueiro do Fla
- Me sinto mais preparado, experiente, mais fortalecido, especialmente pela sequência de jogos. Nós mais jovens temos muita vontade de aprender, de ganhar cada vez mais, de um dia virarmos grandes ídolos, fazer uma história no Flamengo. A vontace é de somar, de poder ajudar no que for possível.
Na última rodada do Nacional, o Flamengo enfrenta o Santos, na Vila Belmiro. A partida será no próximo domingo, às 17h. O Rubro-Negro tem 43 pontos e ainda tenta a vaga na próxima edição da Copa Sul-Americana.
Trio alagoano vai dirigir a decisão do Campeonato do Nordeste
Árbitro: Charles Hebert Cavalcante Ferreira; Assistentes: 1 – Pedro Jorge dos Santos Araújo; 2 – Otávio Correia de Araújo Neto/O Minuto.
A Liga do Nordeste disponibilizou no site oficial a escala de arbitragem para a final do Campeonato do Nordeste, entre ABC e Vitória, nesta quarta-feira, às 22 horas, em Natal. O trio é filiado à Federação Alagoana de Futebol.
Árbitro: Charles Hebert Cavalcante Ferreira; Assistentes: 1 – Pedro Jorge dos Santos Araújo; 2 – Otávio Correia de Araújo Neto.
Como quarto árbitro foi designado Ítalo Medeiros de Azevedo, da Federação Rio-Grandense de Futebol.
A bola castiga!
O América amarga a queda para série C do Brasileiro, mas o presidente Clóvis Emídio apesar de sofrer tanto ou mais que a grande maioria de torcedores do Alvirrubro já projeta o amanhã. Pelo que o dirigente disse em entrevista logo após a derrota para o Brasiliense, o clube terá de ser refundado. Ele prometeu melhor organização, uma reestruturação das categorias de base e uma boa reformulação no elenco profissional, onde garantida mesmo só tem a presença do treinador Dado Cavalcanti.
Adriano Abreu Apesar do rebaixamento, torcida trocou protestos peloapoio
“A queda do América me causa uma chaga muito profunda, haja vista que antes de ser presidente do clube eu sou um torcedor americano. Aquele apaixona, fervoroso, não doente, mas fervoroso, apaixona e radical em defesa das coisas americanas.
A torcida pode ter certeza que esse torcedor aqui fará de tudo para que o cargo de presidente do América seja ocupado em sua essência, rendendo os frutos que eles esperam para 2011”, ressaltou o dirigente.
O desastre que se confirmou no último sábado já vinha anunciado há algum tempo. Nos dois anos anteriores o América só conseguiu se livrar do descenso na última rodada, além do mais desde 2003 não conquista o Campeonato Estadual e vem acumulando seguidos insucessos na disputa da Copa do Brasil.
A atual temporada iniciou com uma conturbada eleição para presidência, onde o presidente do conselho deliberativo José Rocha foi obrigado a alinhavar a candidatura de José Maria Barreto Figueiredo. Em apenas três meses de administração, algumas declarações mal colocadas deram margem a geração de polêmica dentro do grupo diretivo e em três meses presidente e membros do grupo de apoio ao futebol já estavam em rota de colisão.
A diretoria cometeu dois grandes pecados no período de preparação: primeiro apostou todas as suas fichas na contratação de Ruy Scarpino, que chegou a indicar algumas contratações e faltando pouco mais de uma semana para o início da competição, avisou que não viria mais. O segundo e talvez o maior erro da gestão de José Maria Figueiredo foi o de prolongar a estada de Lula Pereira no comando da equipe, mesmo sem resultado compatíveis para tal.
Quando decidiu trocar o comando, o tempo já era escasso demais para uma reação, ainda assim o time conseguiu subir de produção, voltou a vencer jogos em Natal, mas falhou diante de adversários diretos na luta contra o rebaixamento e acabou sendo vítima da célebre frase do treinador Muricy Ramalho: “A bola castiga”.
Uma partida e dois derrotados
No confronto direto pela saída da zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro Série B, América e Brasiliense duelaram neste sábado, na partida válida pela 38ª e última rodada do torneio. Com o estádio Machadão lotado, o Mecão saiu na frente com Marcelo Brás. Entretanto, no segundo tempo o Jacaré se recuperou e virou o jogo com gols de Acosta e Djavan. Apesar da vitória, a equipe candanga não pôde aproveitar os resultados da rodada e foi rebaixada, ao lado do América, Santo André e Ipatinga.
Além de torcer por tropeços de Guaratinguetá e Vila Nova, para subir posições na tabela, as duas equipes entraram em campo cientes de que dependiam de uma vitória para escapar da degola. Logo aos 17 minutos do primeiro tempo, o América abriu o placar com Marcelo Brás.
O Brasiliense pressionou e acertou a trave em duas tentativas de empatar o jogo. No segundo tempo, o técnico Andrade colocou Adrianinho no lugar de Sandro e Acosta, reforçando o ataque do Jacaré. A mudança surtiu efeito com um gol de Acosta na marca dos 28 minutos.
A virada do Brasiliense veio logo após uma cobrança de escanteio aos 40 minutos, com Djavan empurrando a bola para o fundo das redes do time da casa, sem chances para o goleiro Tutti. Na sequência o América contou com as expulsões de Bebeto e Everton.
Com a vitória do Vila Nova sobre o São Caetano por 2 a 1, o América e o Brasiliense foram rebaixados para a terceira divisão do campeonato, ao lado de Santo André e Ipatinga. Ao final da rodada, o Jacaré somou 46 pontos e encerrou o campeonato no 16º lugar. Já o Mecão, derrotado em casa, ficou na lanterna do torneio, com apenas 41 pontos.
Após a partida os jogadores natalenses ficaram desolados no gramado, nem os aplausos dos torcedores e os gritos de incentivos vindos das arquibancadas, foi suficiente para aplacar o profundo sentimento de pesar. Um dos mais abatidos era o goleiro Rodolpho que chorou copiosamente logo após o apito final do árbitro Paulo César de Oliveira e teve de descer o túnel amparado por funcionários do clube. Eliélton foi outro que não se conteve, lamentando a má sorte da equipe que vinha conquistando uma reação, embora que tardia e pelo esforços das últimas rodadas, o jogador acredita que eles poderiam ter melhor sorte dentro da competição.
Dado pede planejamento e controle
Dado Cavalcanti chegou e fez de tudo para livrar o América do destino negro traçado para o clube nos últimos três anos. Com 28 anos de idade e um currículo praticamente irrisório diante dos treinadores que assumiram o comando do Alvirrubro na atual temporada, foi sob suas ordens que a equipe potiguar viveu seu melhor momento em 2011. Com o aproveitamento de 49%, Dado acabou a competição com índice de lutar pela sexta colocação na série B.
Ele lamentou a queda de rendimento da equipe na segunda parte do jogo, quando o grupo se mostrou abatido depois de ficar sabendo que os resultados não beneficiavam a equipe, que além de vencer o Brasiliense tinha de torcer por derrotas de Vila Nova ou Guaretinguetá. “A nossa equipe fez uma leitura errada da partida quando ficou com um homem a mais em campo. Pensamos que as coisas iriam facilitar, relaxamos e sofremos a virada”, argumentou.
O trabalho realizado foi reconhecido pelo presidente Clóvis Emídio que deseja manter o treinado a frente dos destinos alvirrubros em 2012. As conversas estão bem adiantadas e a tendência é que o contrato entre as partes seja renovado nas próximas horas.
Falando sobre o projeto para a próxima temporada, Dado Cavalcanti reforçou que o mesmo deve estar amparado em dois grandes pilares: organização e controle. “Todo mundo se planeja, o que difere um projeto vencedor de um perdedor é justamente o controle daquilo que está sendo realizado. Organização, planejamento e controle não podem ser dissociados”, salientou. “Tomando esses cuidados específicos dificilmente um trabalho tende a dar errado e é isso que vamos buscar ter no América a partir de agora.”
Bate-papo:
» Clóvis Emídio - presidente do América
“A gente sabe que lida com homens de bem”
O que você gostaria de dizer ao torcedor neste momento?
Que ela pode confiar de que esse dirigente vai continuar com a mesma pujança no sentido de re-erguer o América. Nós fomos muito bravos, a torcida o grupo o conselho do América porque há dez rodadas já nos davam como rebaixados e chegamos na última rodada com chances de nos manter na série B.
Tem algum grande responsável pelo fracasso?
Não posso responsabilizar ninguém pelo resultado do América de 2010, se não a sua própria direção. Jamais me fugirei dessa culpa, mas gostaria muito que o futebol brasileiro por uma limpeza. É inadmissível que um clube que é campeão da série B e em menos de meia hora já tenha levado três gols de um time que lutava para não cair. Mas são as coisas do futebol.
O mundo do futebol é muito cruel?
A gente sabe que lida com homens de bem, mas também lida com homens sem caráter, sem escrúpulos. Eu não quero de forma alguma transferir a responsabilidade pelo descenso do América. A culpa pela queda é nossa, que erramos na maioria das tentativas que fizemos esse ano.
Qual a perspectiva de futuro?
Nós vamos perseguir essa volta para série B, quem sabe ao final do próximo ano não estaremos respirando outro ar e com a sensação de dever cumprido diferente do que a gente viveu em 2011. Desde que assumi tomei a decisão de manter Dado Cavalcanti no comando do clube e não é um resultado negativo no último jogo que vai fazer eu mudar meus planos para o novo América. Tribuna do Norte.